Mensagens de Autores Famosos

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Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima, Zézim. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida”. Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão. Como Joyce. Como Kafka, louco e só lá em Praga. Como Van Gogh. Como Artaud. Ou Rimbaud.

Caio Fernando Abreu
Carta ao Zézim
Inserida por relendo

Se nos casássemos, segundo os preceitos de Demostoroi, como queria o velho senhor do comboio, os edredons e o enxoval do leito eram pormenores que faziam parte do sacramento. Mas para nós, em que dez pessoas que contraem casamento só uma crê no sacramento, ou pelo menos pensa que é um dever; quando em cem homens há apenas um, que não tenha faltado à castidade e que não esteja na disposição de atraiçoar a mulher legítima; para nós em que a maior parte considera o ir à igreja uma mera formalidade para ter a posse de uma mulher, em particular, que significação podem ter os preparativos pré-nupciais?
É uma espécie de mercado. Vende-se uma filha a um devasso mas a venda faz-se sob as mais puras e poéticas aparências.
(Sonata a Kreutzer)

Se meditamos sobre a existência depois da morte, então a doença pode parecer levar-nos mais próximo à passagem de uma vida para outra, uma transferência mais desejável do que indesejável.

— Talvez. Mas, de qualquer forma, acho esquisito, da mesma maneira que não posso deixar de estranhar estarmos aqui, tu e eu, a comer ostras para despertar o apetite, ficando à mesa tempo infinito, quando na aldeia tratamos de comer o mais rapidamente possível para voltarmos às nossas ocupações.
— Claro. Mas é nisso mesmo que consiste a civilização fazer com que tudo se transforme em prazer — replicou Stepane Arkadievitch.
— Pois bem, se é esse o objectivo da civilização prefiro ser selvagem.

(Anna Karenina)

Aos zés-ninguém é que cabe a função de propagar a espécie, aos outros, a de contribuir para o desenvolvimento intelectual, para a felicidade dos seus semelhantes.

As massas adoram o poder

- Penso muitas vezes que, apesar de fazermos as caminhadas com os próprios seres por quem combatemos, ignoramos a sua presença e nem sequer queremos conhece-los. Quanto a eles, ainda é pior, porque nos odeiam... É isso que é horrível.
- Não vejo nisso nada de horrível. – replicou Novodvorov, que escutava a conversa. – As massas só adoram uma coisa: o poder – acrescentou. – Ora, o Governo exerce o poder; por isso eles o adoram e nos odeiam. Amanhã, quando estivermos no poder, será a nós que adorarão...
(in Ressurreição)

Se todos fossem para a guerra só por causa de suas convicções, não haveria guerras.

Leon Tolstói
Guerra e paz. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

Nas respostas fornecidas pela fé, se abriga a profunda sabedoria da humanidade e que eu não tinha o direito de negá-la com base na razão, e que, acima de tudo, só essas respostas atendem à questão da vida.

Não importa o que aconteça com você, você sempre será feliz se estiver unido a Deus.

Leon Tolstói
Wise Thoughts For Every Day: On God, Love, The Human Spirit, And Living A Good Life (2005).

⁠Aprendi que todos os homens vivem não do cuidado consigo mesmos, mas do amor.

Leon Tolstói
De quanta terra precisa um homem? e outras histórias. Jandira, SP: Principis, 2021.

⁠Portanto, lembre-se: há somente um, apenas e tão somente momento mais importante... Agora! É a hora mais importante porque é a única em que podemos fazer alguma coisa. O homem mais necessário é aquele que está com você nesse momento, pois ninguém sabe se depois estará com outra pessoa e se poderá fazer algo por ela. E a coisa mais importante é fazer o bem, porque esse é o único propósito da vida!

Leon Tolstói
De quanta terra precisa um homem? e outras histórias. Jandira, SP: Principis, 2021.

⁠Onde está um livro de lei que seja tão claro para cada homem como aquele que está escrito no coração de cada um?

Leon Tolstói
De quanta terra precisa um homem? e outras histórias. Jandira, SP: Principis, 2021.

⁠E que altar pode ser comparado ao coração de um homem bom, de quem o próprio Deus aceita o sacrifício? Quanto mais elevada a concepção que um homem tem de Deus, melhor ele O conhecerá. E, quanto mais ele conhecer a Deus, mais ele se aproximará Dele, imitando Sua bondade, Sua misericórdia e Seu amor pelos homens.

Leon Tolstói
De quanta terra precisa um homem? e outras histórias. Jandira, SP: Principis, 2021.

⁠Qualquer que seja ou venha a ser o nosso destino, somos nós que o fazemos, e não nos lamentamos.

Leon Tolstói
Anna Kariênina (1878).
Inserida por Ketteiteki

Quando vi separar-se do tronco a cabeça do condenado, caída com sinistro ruído no cesto, compreendi, e não com a razão, mas com todo o meu ser, que nenhuma teoria pode justificar tal ato.

Leon Tolstói

Nota: Citação atribuída a Tolstói após ver uma execução em Paris, em 1857.

Inserida por leobosco

⁠O excesso de confortos de uma vida destrói toda a felicidade da satisfação das necessidades.

Leon Tolstói
Guerra e paz. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
Inserida por georgetonleal

Fico feliz quando posso fazer o bem, mas corrigir uma injustiça é a felicidade suprema.

Leon Tolstói
Guerra e paz. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
Inserida por pensador

Pierre tinha razão quando disse que era preciso acreditar na possibilidade da felicidade para ser feliz, e eu agora acredito nela. Que os mortos enterrem os mortos, mas, enquanto estou vivo, é preciso viver e ser feliz.

Leon Tolstói
Guerra e paz. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
Inserida por pensador

Aprendera que, assim como não existia uma situação em que um homem fosse feliz e inteiramente livre, também não existia uma situação em que ele fosse infeliz e sem liberdade.

Leon Tolstói
Guerra e paz. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
Inserida por pensador

Penso muitas vezes como a felicidade da vida é repartida às vezes de forma injusta.

Leon Tolstói
Guerra e paz. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
Inserida por pensador