Mensagens de Autores Famosos

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Gosto dos venenos mais lentos!
Das bebidas mais fortes!
Dos cafés mais amargos!
E os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
E daí?
Eu adoro voar!

Bruna Lombardi

Nota: Trecho adaptado do poema "Alta tensão", presente no livro "O perigo do dragão", de Bruna Lombardi.

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É preciso buscar o amor onde estiver, mesmo que isso signifique horas, dias, semanas de decepção e tristeza. Porque no momento em que partimos em busca do amor, ele também parte ao nosso encontro.

-Tu as eu tort. Tu auras de la peine. J'aurai l'air d'être mort et ce ne sera pas vrai...
Moi je me taisais.
-Tu comprends. C'est trop loin. Je ne peux pas emporter ce corps-là. C'est trop lourd.
Moi je me taisais.
-Mais ce sera comme une vieille écorce abandonnée. Ce n'est pas triste les vieilles
écorces...

Mas nós, nós que compreendemos a vida, nós não ligamos aos números ! Gostaria de ter começado esta história à moda dos contos de fada.

[O Pequeno Principe cáp. IV]

Libertar uma pedra nada significa se não existir gravidade. Porque a pedra, depois de liberta, não iria a parte nenhuma.

Jamais essa mulher nascerá. Só de uma rede de laços se pode nascer. Ela continuará a ser semente abortada, poder por empregar, alma e coração secos. Ela há-de envelhecer funebremente, entregue à vaidade das suas capturas.
Tu não podes atribuir nada a ti próprio. Não és cofre nenhum. És o nó da diversidade. O templo, também é sentido das pedras.

«Mas tu, que pões má cara diante do poder da terra, diante da grosseria, da podridão e dos vermes dos homens, começas por pedir ao homem que não seja e que não tenha nem sequer cheiro.

Já me não entendo com essa gente dos comboios suburbanos; esses homens que homens se julgam e que, no entanto, como as formigas, estão reduzidos, por uma pressão que não sentem, aos hábitos que lhes criam.

Inserida por gtrevisol

Que hei-de eu fazer dessas alforrecas que não têm ossos nem forma? Vomito-os e restituo-os às suas nebulosas: vinde ver-me quando estiverdes construídos.

Inserida por gtrevisol

(...) e aí estás tu privado de Deus. E recusado. Vejo-te sentado no portal, tendo atrás de ti a porta da tua casa fechada, totalmente separado do mundo, que não passa do somatório de objectos vazios. Porque tu não comunicas com os objectos, mas com os laços que os ligam.
Como é que havias de subir até aí, quando te desprendes disso com tanta facilidade?

Inserida por gtrevisol

Mas para isso precisaria de um gênio criador, porque teria de carregar o homem de qualquer coisa, da mesma maneira que eu o carrego de uma inclinação para o mar que fará dele construtor de navios. Só assim cresceria essa árvore que depois se iria diversificando. E ele havia de pedir de novo a canção triste.

Inserida por gtrevisol

Eu conheci razoavelmente bem Clarice Lispector. Ela era infelicíssima, Zézim. A primeira vez que conversamos eu chorei depois a noite inteira, porque ela inteirinha me doía, porque parecia se doer também, de tanta compreensão sangrada de tudo. Te falo nela porque Clarice, pra mim, é o que mais conheço de GRANDIOSO, literariamente falando. E morreu sozinha, sacaneada, desamada, incompreendida, com fama de "meio doida”. Porque se entregou completamente ao seu trabalho de criar. Mergulhou na sua própria trip e foi inventando caminhos, na maior solidão.

O que salva o amor

L.Barbosa conta a história de uma ilha onde viviam os principais sentimentos do homem: Alegria, Tristeza, Vaidade, Sabedoria, e Amor. Um dia, a ilha começou a afundar no oceano; todos conseguiram alcançar seus barcos, menos o Amor.

Quando foi pedir a Riqueza que o salvasse, esta disse:

- “Não posso, estou carregada de jóias e ouro”.

Dirigiu-se ao barco da Vaidade, que respondeu:

- “Sinto muito, mas não quero sujar meu barco”.

O Amor correu para a Sabedoria, mas ela também recusou, dizendo:

- “Quero estar sozinha, estou refletindo sobre a tragédia, e mais tarde vou escrever um livro sobre isto”.

O Amor começou a se afogar. Quando estava quase morrendo, apareceu um barco – conduzido por um velho – que o terminou salvando.

- “Obrigado” – disse, assim que se refez do susto.

– “Mas quem é você”?

- “Sou o Tempo” – respondeu o velho. Só o Tempo é capaz de salvar o Amor.

Uma vez feita a escolha é preciso seguir adiante e confiar no seu próprio coração...

Em busca da maldade


Khrisna resolveu testar a sabedoria de seus súditos.

Convocou Duryodhana, um rei conhecido por sua crueldade, e pediu que encontrasse um homem bom em seu reino. Duryodhana viajou durante um ano, e voltou à presença de Khrisna, dizendo:

“Busquei um homem bom, e não encontrei. São todos egoístas e malvados”.

Khrisna chamou o rei Dhammaraja, considerado um homem santo. Pediu que percorresse seu reino em busca de um homem malvado. Dhammaraja viajou durante dois anos, e voltou a Khrisna, dizendo:

“Perdoe-me, mas não encontrei ninguém mau. Todos têm um lado bom, apesar dos defeitos”.

Então Khrisna comentou com os outros deuses: “Viram? O mundo é um espelho, e devolve a todos os reflexos do próprio rosto”.

Os sinais de Deus


Isabelita me conta a seguinte lenda:

Um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor, todas as noites, que o rico chefe de grande caravana resolveu chamá-lo:

- “Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler”?

- “Sei ler, sim senhor. Leio tudo que o Grande Pai Celeste escreve”.

- “Como assim?”

O servo humilde explicou-se:

- “Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu”?

- “Pela letra”.

- “Quando o senhor recebe uma jóia, como sabe quem a fez?”

- “Pela marca do ourives”.

- “Quando ouve passos de animais, ao redor da tenda, como sabe se foi um carneiro, um cavalo um boi”?

- “Pelos rastros” - respondeu o chefe, surpreendido com aquele questionário.

O velho crente convidou-o para fora da barraca e mostrou-lhe o céu.

- “Senhor, aquelas coisas escritas lá em cima, este deserto aqui embaixo, nada disso pode ter sido desenhado ou escrito pelas mãos dos homens”.

É preciso correr riscos, só assim deixaremos que o inacreditável aconteça em nossas vidas...

Paulo Coelho

Nota: Trecho adaptado do livro "Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei", de Paulo Coelho. Link

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Às vezes temos vergonha de fazer o bem. Nosso sentimento de culpa tenta nos dizer que, quando agimos com generosidade, estamos mesmo é tentando impressionar os outros, "subornar" Deus etc. Parece difícil aceitar quando a nossa natureza é essencialmente boa. Cobrimos os gestos bons com ironia e descaso como se o amor fosse sinônimo de fraqueza.

Sempre existe no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio de um deserto, seja no meio das grandes cidades. E quando estas pessoas se cruzam, e seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perde qualquer importância, e só existe aquele momento, e aquela certeza incrível de que todas as coisas debaixo do sol foram escritas pela mesma Mão. A Mão que desperta o Amor, e que fez uma alma gêmea para cada pessoa que trabalha, descansa e busca tesouros debaixo do sol. Porque sem isto não haveria qualquer sentido para os sonhos da raça humana.

O que é um sábio


Jafar Sadeq é um dos tradicionais santos dos muçulmanos xiitas. Certa vez, encontrou-se com um religioso, e perguntou:

"Quem pode ser considerado sábio?"

"Aquele que pode distinguir o bem do mal", respondeu o religioso.

"Só isso? Então até mesmo um macaco pode ser considerado sábio, porque é capaz de distinguir o que é bom e o que é ruim para ele.

O homem então devolveu a questão:

"Já que é assim, então pode me dizer quem pode ser considerado sábio?"

"Aquele que, quando tem que escolher entre duas coisas boas e duas coisas más, é capaz de escolher a melhor das coisas boas e a menos grave das coisas más".