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A mulher é o único receptáculo que ainda nos resta, onde vazar o nosso idealismo.

Quem não sente qualquer amor, tem de aprender a lisonjear, senão não se arranja.

Autoridade: sem ela o homem não pode existir e, no entanto, ela traz consigo tanto o erro como a verdade.

Quem pensou uma coisa tola ou sensata, que já não tenha pensado o mundo antigo?

A natureza e a arte parecem afastar-se, mas antes que o pensemos já elas se encontraram.

Todas as especulações são pardas, certamente, mas eternamente verde é a árvore de ouro da vida.

A perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído. A perfeição é alcançada quando não há mais nada a ser retirado.

– Adeus – disse a raposa. – Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.

Antoine de Saint-Exupéry

Nota: Trecho do livro "O pequeno príncipe" de Antoine de Saint-Exupéry. Link

Antoine de Saint-Exupéry diz que quando estamos tristes gostamos do pôr-do-sol, eu concordo! Mas acho ele muito momentâneo, a tristeza merece um tempo maior pra ser curada, por isso sugiro o luar... ele nos fornece mais tempo para refletir!

o que crecí dentro de un árbol
tendría mucho que decir,
pero aprendí tanto silencio
Silencio

Yo que tengo mucho que callar
y eso se conoce creciendo
sin otro goce que crecer,
sin más pasión que la substancia,
sin más acción que la inocencia,
y por dentro el tiempo dorado
hasta que la altura lo llama
para convertirlo en naranja.

Bondade que não agride nem lambe, mas que desentranha e luta porque é a própria arma da vida.
E, assim, só se chamarão bons os de coração recto, os não flexíveis, os insubmissos, os melhores. Reinvindicarão a bondade apodrecida por tanta baixeza, serão o braço da vida e os ricos de espírito. E deles, só deles, será o reino da terra.

Que minha dor obscura não morra nas tuas asas,
Nem se me afogue a voz em tua garganta de ouro.

Desfaz, Amor, o ritmo
Destas águas tranquilas:
Sabe ser a dor que estremece e que sofre,
Sabe ser a angústia que se grita e retorce.

Não me dês o olvido.
Não me dês a ilusão.
Porque todas as folhas que na terra caíram
Me deixaram de ouro aceso o coração.

Nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.

Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.

Depois... Pergunta a Deus porque me deram
o que me deram e porque depois
conheci a solidão do céu e da terra.

Olha, minha juventude foi um puro
botão que ficou por rebentar e perde
a sua doçura de seiva e de sangue.

O sol que cai e cai eternamente
cansou-se de a beijar... E o outono.
Pai, nada podem teus olhos doces.

E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.

Manhã - Soneto XXIX

Vens da pobreza das casas do SUL,
das regiões duras com frio e terremotos
que quando até seus deuses rodaram à morte
nos deram a lição da vida na greda.

És um cavalinha de greda negra, um beijo
de barro escuro, amor, papoula de greda,
pomba do crepúsculo que voou nos caminhos,
alcanzia com lágrimas de nossa pobre infância.

Moça, conservaste teu coração de pobre,
teus pés de pobre acostumados às pedras,
tua boca que nem sempre teve pão ou delícia.

És do pobre Sul, de onde vem minha alma:
em seu céu tua mãe segue lavando roupa
com minha mãe. Por isso te escolhi, companheira.

De tanto andar uma região
que não figurava nos livros
acostumei-me às terras tenazes
em que ninguém me perguntava
se me agradavam as alfaces
ou se preferia a menta
que devoram os elefantes.
E de tanto não responder
tenho o coração amarelo.

O Machado era de Assis, a Rosa do Guimarães, a Bandeira do Manuel. Mas feliz mesmo era o Jorge, que era Amado.

Para demonstrar o erro era preciso alguma coisa mais do que arruaças e clamores.

Machado de Assis

Nota: Trecho do conto O Alienista (1882).

A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira.

Machado de Assis
Dom Casmurro (1899).

Este desejo de capturar o tempo é uma necessidade da alma e dos queixos; mas ao tempo dá Deus habeas corpus.

Machado de Assis
Esaú e Jacó (1904).

Quando a gente não pode imitar os grandes homens, imite ao menos as grandes ficções.

Machado de Assis
Gazeta de Notícias, 19 de nov. de 1893.