Mensagens de Adeus
SONETO PRUM ADEUS
Tendo a cova por último ornamento
Na incógnita lápide minha pequenez
Lembrança na lembrança, um talvez
Sob a terra o mais vil esquecimento
No redobrar dos sinos, a total nudez
Dum defunto sem data de nascimento
Um ninguém, de solidão e sofrimento
Dos que à vida, na vida foi escassez
Deixei atos em versos de sentimento
Podem até ser os tais sem a polidez
Mas, foram vozes, e não só momento
No adeus, o adeus com total lucidez
Pois se meu fado foi sem argumento
Então, pós morte, perde-se a validez...
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
ADEUS ANO VELHO
Adeus ano velho, expirou a validade
Voam esperanças em papel picado
Brinda presságio de boa verdade
O amor flutua querendo ser amado
Busca van da chave do tempo, vaidade
Lembranças empacotadas no passado
O hoje já é ontem, numa total rapidez
A vida na estupidez buscando culpado
De novo, e novo, o novo, assim outra vez...
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
00'01"
Cerrado goiano
ADEUS ANO VELHO
Deste que passaram-se horas
Do velho ano
Do ano que já é outrora
Agora recordação, tempo profano
A cada segundo, minuto, hora
Dia após dia, quotidiano
O tempo vai, vai embora
Sorrateiro e ufano
Muito antes, antes de mim
Veloz e insano
Sem parar, até o fim...
No diverso plano
Vida que segue, "Quixotesco" no seu rocim
Adeus velho ano!
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Poeta do cerrado
No aguardo
Eu quero mais que um olhar
Quero teus beijos nos meus
Poder a solidão dizer adeus
E o vazio poder transformar
Te quero assim ao meu lado
Andar de mãos dadas no amor
Uma canção poder te compor
Rimadas em sintonia no fado
Aceite, não pense em nada
Venha até mim, do seu jeito
Vamos juntos nesta estrada
Vamos nos perder na emoção
Traga o sorriso pro meu peito
Acalme o meu que é seu coração
Luciano Spagnol
Adeus ao cerrado
Oxalá
Que eu volte então
Para o poetar de lá
E assim na retribuição
Só saudade sinta de cá
Oxalá
Que de lá eu só despeça
Em breves idas ali e acolá
E então volte bem depressa
Sem ter que servir de escala
Uma coisa é certa, a gratidão
O cerrado foi recompensa
E um bem ao meu coração
Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano
SONETO DA PERDA
Nuca eu quisera desejado tal saber
Dizer com a dor um adeus querido
Erigindo com o dano choro balido
Fugindo com a harmonia do viver
Dó é arrancada do pesar instituído
Saudade deplorada de não mais ter
Que somente lembranças há de ver
E lágrimas no suspiro do vil contido
Some, e põe o amor tão triste... Ser
Sorriso suspenso, prazer em gemido
E a noite tão distante do amanhecer
Nunca ninguém pela perda ter podido
Dói tanto, tão dolorido, a permanecer
Que no sentido, o desalento é definido
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Fim de um Ciclo Kármico e a Hora do Adeus
Quando um ciclo está para finalizar, o universo começa a dar sinais, avisando-nos que as coisas vão mudar. Assim como as fases da lua e as estações do ano, a mudança faz parte dos ciclos da nossa natureza. Ao longo de muitas estações, o ciclo se completa e a vida nos move, não permitindo olhar para trás.
Querido universo, tenho total compreensão de que a hora mágica só chega quando o tempo entra no eixo para que as portas sejam abertas. Não adianta apenas querer, é preciso entender a lição do bem viver.
O fluxo é abundante, porém, é o acreditar que faz a alquimia do materializar. A magia da realização só acontece quando a frequência está em alta vibração. Na lei da atração, a visão é apenas ilusão; o que conta é o sentir no coração.
Então, estou pronta para as coisas maravilhosas que estão vindo em minha direção. Gratidão.
SONETO NO CREPÚSCULO
Morre o dia. Aqui no cerrado goiano
Dizemos-nos adeus silenciosamente
À meia luz do entardecer confidente
O sol no horizonte desfalece profano
Em um purpureado lôbrego poente
O céu é degustado pelo breu ufano
Num longo abraço de um cotidiano
Do sol e a terra num valsar ardente
Da vidraça, o crepúsculo soberano
Invade o quarto numa luz pendente
Vindo do luar voluptuoso e fontano
E, como uma orquestração silente
A noite se prostra num olhar arcano
Embalando o dia misteriosamente...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2016, novembro
Cerrado goiano
ANOITECER (soneto)
Desmaia o dia no árido cerrado
Num adeus de luz e esplendor
É Deus com o seu recompor
Do céu azul ao negro estrelado
E eu, aqui num mero espectador
Sob este tão espetáculo, admirado
Não sei se rio, choro ou fico calado
Inerte... no âmago belo do criador
É um rosário pelo encanto desfiado
Conta a conta, infinito e acolhedor
D'amor, benção, no tempo denodado
Está hora, do ângelus, do cair multicor
Enteando saudades, dor ao enevoado
Vem a noite, para vida por ela transpor
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
REFLEXÕES DE UM ADEUS (soneto)
Calado, ouvindo o silêncio ranger
Imerso no pensamento solitário
Gritante no peito o medo a bater
Do adeus, e que no fado é vário
Agora, cá no quarto, a me deter
Angústias do cismar involuntário
Que o temor no vazio quer dizer
E a aflição querendo o contrário
São duas pontas do nosso viver
No paralelo do mesmo itinerário
De ir ou ficar moendo o querer
E neste tonto e rápido breviário
Que é o tempo, me resta varrer
Os espantos, pois imutar é diário
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
Assim que você se afasta e avança, perceberás que cada adeus esconde um convite para profundas conexões com almas que, como estrelas, aguardam para brilhar na constelação do teu novo céu.
Vida é renascer todo à instante, dizer adeus com tom de até breve.
O que dizem alguns preceitos, vida não perdemos nem ganhamos nada ou ninguém.
Pelo contrário só ganhamos de todos os seres sejam Pai Mãe Irmão Amigos a dádiva da gratidão.
E aí estejamos conscientes porque a recompensa é do Amor triunfante entre os seres.
Dizer Adeus
Existem momentos em que sabemos
Que não temos palavras para dizer
Tudo cala, emudece o que tivemos
Silencia o olhar e nos faz sofrer
Buscamos em reduzir no até breve
Nas justificativas de sobreviver
Onde o espírito só queria estar leve
Mas o peso das lembranças faz doer
Uma música, palavras soltas no papel
Tudo motiva lágrimas n’alma a verter
É a sombra da vida no seu carrossel
Nos enigmas que tentamos esquecer
Nestes retalhos nada é definitivo
Questão de tempo, vontade de Deus
Nosso alento, razão, nosso lenitivo
Quando a emoção tem que dizer adeus...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14 de mai. de 2015 – Cerrado Goiano
Adeus, cerrado goiano!
Adeus, cerrado, já é hora de ir
Levo na estória de ti saudade
É tanto causo de felicidade
Tristura, mas é hora de partir
Volto pra minha natal cidade
Sina doida que devo cumprir
De lá vim e para lá vou seguir
Minh’alma está pela metade
Pedaço de mim aqui deixo
Outro comigo vou carregar
Da solidão não mais queixo
Pois tenho enredo pra contar
Na caminhada no teu seixo
Andei, e aprendi a te amar!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020 - Cerrado goiano
Amor de despedida
Meus lábios passearam por todo seu corpo
sentindo o sabor do seu amor
na ponta da minha língua.
Como és doce...
Uma última noite de amor
todo silêncio me deixou ouvir
nossos corações gritando de encanto
palavras sussurradas, gemidos de prazer.
Amor de despedida.
Uma entrega de corpo Alma.
Minha alma chorando se despede
Meu coração chorando se despede
Meu corpo chorando se despede.
À noite mais magica da minha vida
Desejaria parar o tempo naquele instante
e vive-lo eternamente.
Foi tudo extraordinário!
Seu adeus dito tantas vezes,
Gritado tantas vezes.
Eu que nunca quis escutar.
Seu adeus, que esteva tão presente, como sinal na pele,
Mais vez ou outra a gente esquece.
Seu adeus que chegou a visitar meus sonhos.
E isso me fez varias vezes acordar apavorada!
Seu adeus tantas vezes pronunciado
E outras tantas sentido.
Sempre foi presença forte.
Até que um dia, nada se foi dito,
O silencio tomou conta de nós,
E não foi o adeus que vi por ultimo em seus olhos, eu vi um desamor tão grande direcionado a mim, que sem ter mais nada a dizer, apenas deixou-me partir!
Acho que ela quis
acreditar que sua voz
podia mantê-lo
vivo,
podia estancar o sangue.
Mas eu acho
que ela sabia
lá no fundo,
bem no fundo
daquela profundeza,
que aquele beijo
era um adeus.
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