Mensagens curtas de Carinho

As calamidades são de duas espécies: a desgraça que nos acontece e a sorte que acontece aos outros.

Cospe-se num bandido menor, mas não se pode recusar uma espécie de consideração a um grande criminoso.

É necessário também um momento especial para reconhecermos as diferenças entre nós e os outros.

Nada é mais lógico do que a perseguição. A tolerância religiosa é uma espécie de falta de fé.

O arrependimento inventa carinhos novos, e a inocência parece vingar-se, perdoando, e sorrindo ao algoz, que exora o perdão com lágrimas.

Todos os outros homens são especialistas, mas a especialidade deles é a omnisciência.

A imperfeição é a causa necessária da variedade nos indivíduos da mesma espécie. O perfeito é sempre idêntico e não admite diferenças por excesso ou por defeito.

Mais uma polegada, e o crime seria uma espécie de contrato por adesão: o delinquente aceita a ‘obrigação de sofrer a pena’ para ter o ‘direito’ à ação criminosa.

A raça que acredita nos chefes sempre me pareceu a mais estúpida de todas as espécies humanas.

Uma mulher precisa considerar muitas coisas, especialmente deve manter um certo grau de isolamento, que é muito difícil quando tem muito amor.

Nunca serei juiz. Neste grande vale onde a espécie humana nasce, vive, morre, se reproduz, se cansa, e depois volta a morrer, sem saber como nem porquê, distingo apenas felizardos e desventurados.

O espectador, considerado individualmente, é por vezes um homem inteligente; mas os espectadores, considerados em massa, são um rebanho que o génio ou até o simples talento têm de conduzir de chicote em punho.

A virtude também é uma arte. Eis porque ela tem duas espécies de discípulos: os que a praticam e os que a admiram.

Em todos os países vi sempre homens de três espécies: os poucos que comandam, a universalidade que serve e os muitos que armam intrigas.

As guerras são uma espécie de bebedeira colectiva e, digam o que quiserem os pacifistas, o povo é a favor delas, pelo menos nos primeiros trinta dias.

Não querer associar-se senão com aqueles que aprovamos em tudo é uma quimera, é mesmo uma espécie de fanatismo.

Um homem desejoso de trabalhar, e que não consegue encontrar trabalho, talvez seja o espectáculo mais triste que a desigualdade ostenta ao cimo da terra.

É muito diferente se as pessoas podem se comportar com as outras como espectadoras ou se participam sempre do seu sofrimento, da sua alegria ou da sua culpa: estas são as que verdadeiramente vivem.

Há tantas espécies de pessoas de vinte anos ou de cinquenta anos como há espécies de amigos, amantes ou pais.

Todas as especulações são pardas, certamente, mas eternamente verde é a árvore de ouro da vida.