Mensagem para Ex Namorado
de novo
de novo cai na tentação
abri nossas fotos
li tuas declarações
me apaixonei novamente por
cada traço teu
e de novo estou no chão
em pleno desvario
sentindo tua falta no meu peito
que agora bagunçado, como era teu coração
ele sangra com minhas soalheiras lágrimas
e de novo torcendo pra que um dia eu esqueça
tua cor favorita
teu aniversário
nossos segredos
teus maiores medos
nossos maiores sonhos
teu cheiro
e até a tua face
e de novo torcendo para que um dia
eu nos esqueça
quantos e tantos
poemas escrevi com você em meus braços
poemas esses que você nunca leu, pois
esperando a maldita hora certa
me perdi de você
e agora, longe, o silêncio me preenche
e o vazio me corrói
com saudade e de olhar pesaroso
lembro do meu antigo lar, de olhos castanhos e
cabelo levemente ondulado
que acelerava meu coração e ao mesmo
tempo o acalmava
quando eu, com o ódio e
rancor do tamanho de um mundo inteiro
cabia em seus abraços.
estudei tuas ondas
corri nu em sua praia
você, me convidou a molhar os pés
e finalmente tomei a bravura de um exército
e velejei no teu oceano
em um barquinho de madeira
e te amei a cada maré
mesmo sabendo que uma hora outra tua tempestade me afogaria
Ao refletir sobre o tempo que passamos juntos, meu coração se enche de gratidão e carinho. Cada momento ao seu lado foi valioso e, apesar de nossas diferenças e desafios, sinto-me sortudo por ter compartilhado essa parte da minha vida com você.
Nossa jornada não foi feita apenas de momentos perfeitos. Também enfrentamos dificuldades e passamos por períodos difíceis, mas o que mais aprecio é a forma como lidamos com isso, juntos. Cada desafio superado fortaleceu nosso vínculo e me mostrou o quanto crescemos como pessoas.
A nossa caminhada foi marcada por memórias significativas, risos e um amor que, mesmo agora, me traz um sentimento profundo de gratidão. Você foi uma parte importante da minha vida, e eu sempre guardarei com carinho os momentos que compartilhamos.
Agradeço por tudo o que vivemos e por ter sido uma companheira tão especial. Estou grato por cada dia que passamos juntos e pelos aprendizados que levarei para sempre.
Você sempre terá um lugar especial em meu coração. Desejo-lhe o melhor em sua vida e em suas futuras jornadas.
A vida é cheia de paixões que ainda não vivemos, aquele cara compreensivo, fiel e companheiro existe, mas se você não se cura daqueles que entram e deixam seu coração em pedaços, esse cara pode passar em sua vida e é uma verdade que "pessoas confusas machucam pessoas incríveis."
Então, respeite seu tempo de cura e não tente preencher o vazio com outro alguém, não sangre em cima de quem não te machucou, ninguém merece ser tapa buraco e você não tem o direito de esgotar as energias positivas de alguém pra se sentir momentaneamente melhor.
Sei que algumas pessoas deixam uma grande bagunça dentro da gente e no fim é normal ter medo, mas cura seu coração do medo de amar e então verá que ainda tem muitos sorrisos para se apaixonar!
Digo tudo isso por experiência própria. Então, não poderia ir sem antes me desculpar… Ah pessoa incrível espero que me perdoe por te machucar.
E de repente meu coração deu uma palpitada diferente,
estou chocada e surpresa que voce ainda goste de mim
foi assim que me senti quando soube que ainda queria falar comigo
Nosso coração é tão bobo né
a gente erra com a pessoa, ou vice e versa
e infelizmente o sentimento é o mesmo!
coração bobo de gostar de gente assim.
Aceitar um fim é a parte mais difícil de qual quer seja relacionamento. Não é pelo fim em si, e sim em pensar que tudo aquilo que você já viveu ficará no passado. As lembranças podem ser torturantes, uma mente que vive no passado dificilmente seguirá em frente...
Sempre tem a parte ferida que é a que corrói que sempre estará com a cabeça no passado....
Ela me ignorou. visualizou a mensagem e nem ligou, destruiu meus sentimentos e nem se quer demonstrou aquele tal amor, acabou com minha alma em um simples desamor; se eu escrevo agora é porque o amor acabou, se eu escrevo agora é porque o sentimento se dissipou, se eu escrevo agora é porque o meu coração te deixou.
O meu mundo desabou quando soube que ele estava com minha melhor amiga. Dois anos de relacionamento e a única coisa que ele fez foi ir direto ao único porto seguro que eu tinha. E não era uma amizade de poucos anos, estávamos juntas desde que nascemos. Comemoramos juntas o aniversário de 15 anos, porque somos de agosto. Todas as festas que eu ia a realidade vinha à tona e isso já estava fazendo mais mal do que bem. Me isolei, fiquei sem entender e fechei meu coração pro mundo, não é moleza ter que ver duas pessoas que você mais confiava te enfiando uma faca nas costas. Só que como tudo passa, isso também passou. Percebi que naquele trio não existia amor e muito menos amizade, era só uma fachada porque a qualquer momento os desejos da carne seriam mais fortes do que o respeito e amizade. Sabe de uma coisa? Eu concluí que aquele fim foi um baita livramento. Deus me livre ter ao lado duas pessoas tão sem caráter.
Doeu no início, mas as feridas são assim mesmo, é preciso doer para sarar.
Nós temos que aprender que nem sempre seremos defendidos da forma que defendemos. Nem sempre teremos a companhia que contamos, apenas por estarmos lá para aquele alguém. Nem sempre teremos a compreensão, por mais que nos esforcemos para isso. Nem sempre ouviremos um “vamos resolver isso” por mais que entreguemos a nossa alma orgulhosa para o outro.
Rebenta a manhã como um punhal
de gritos
na caserna
O arame farpado
que serve de paredes frágeis a este quartel
improvisado
foi cortado durante a noite
Há marcas evidentes do inimigo
e da sua passagem traiçoeira
por aqui
Estremece o sangue nas veias
a raiva corta os pulsos
e o medo apodera-se de todos nós
Não há heróis,
existe apenas
a cruz de guerra entregue ao pai
ou ao filho que o pai não conheceu
e a memória sentida
escrita no mármore da sepultura
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Todos recebiam cartas
e discos pedidos
ao domingo
no Rádio Clube de Huambo
a mais de mil e duzentos quilómetros…
era a emissora que mais se ouvia
Só ele,
porque exatamente ele era só
e de longe
(talvez de lugar nenhum),
o furriel Abreu Gomes
nem uma letra vertida em magra folha de papel
Vingava-se da solidão no cigarro
que um após outro fumava
Enrolava-os com perícia tal
no fino papel de mortalha,
dois a dois de cada vez,
como se ali depositasse os fios da vida
que queimava,
como se estivesse a fechar para sempre
as abas do seu caixão
Aquele livro de mortalhas
e a cinza do cigarro queimado
que lhe morria pendurado na boca,
tinha a brevidade da vida
que ali se vivia a cada hora que passava
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Olhei-me em cima da berliet
com o coração tolhido de medo
Aqui não há heróis…
até os mais audazes na vitória
sentem medo
As mãos vazias
seguram com firmeza
estranha
a espingarda G3
que me deram para matar,
a única companheira segura
de todos os dias e noites
As nuvens de sangue ao longo da picada
abreviam a morte
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Terra de medo
e de dor
e de sonho também…
Lá fora o vento que zumbe
e uiva
e fustiga ameaçador e célere passa…
o vento a quem tudo pergunto
e nada me diz
O vento que volve e revolve
e varre
as folhas secas das mangueiras
plantadas no terreiro
que serve ao quartel de parada
O vento que zumbe e uiva
tresloucado
no negrume da noite que dói e mata
O vento que fustiga e passa
as frágeis paredes da vida
dentro do arame farpado
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
À volta de mim, o terror e a morte…
olhares de medo
fixos na imensidão do vácuo
interrogam-se mudos
inquietos…
dolorosamente pensam na razão
de tal sofrer
Mas não choram porque o pranto
se esgotou há muito
neste inquieto viver
Ah! Se eu soubesse ao menos rezar…
Rezava por ti
ó homem verme, tirano e sádico
que por prazer destróis;
Rezava por ti
ó governante ganancioso e brutal
que o mais fraco aniquilas;
Rezava por ti
ó deus, que já nem sei se existes,
pela geração que criaste
e abandonaste
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Desperto…
minhas mãos frias
crispam os dedos inertes
no gatilho da espingarda
Debaixo de mira
numa linha reta que dificilmente erro,
o alvo
Um corpo negro,
meio nu…
Apenas o cobrem os restos daquilo que foi
um camuflado zambiano
Veste no rosto,
encimado por um chapéu também camuflado,
a raiva
Para ele nós somos o invasor,
o inimigo a abater que importa liquidar
ainda que connosco tenha aprendido
rimas de civilização
Nós somos o invasor que (ele) quer
expulsar
destruir
aniquilar
E ele, para mim, o inimigo de ontem
será o amigo de amanhã
a quem hei-de abraçar
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Há corpos espalhados pelo chão
à minha frente
Nos seus rostos lívidos
cor de cera
morreu a esperança com a chegada da morte
no frio gume da catana
Jazem à sombra das mangueiras…
a morte passou por ali
Corpos decepados
esventrados
violentados
num rio de sangue pelo chão…
Ali apenas as varejeiras têm vida e voz
no zunido e na cegueira de beber
Sugam famintas de sede
o sangue ainda quente dos cadáveres
Zunem de sofreguidão na disputa
do sangue vertido
dos corpos esquartejados
pelos golpes das catanas
Para lá da orla da mata ainda o eco
dos gritos de vitória e os risos satânicos
de alegria e morte no ar
numa mistura de feitiço e de liamba
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Perdi os poemas ébrios
de ritmo
feitos ao sol da manhã
Esse tantã longínquo que me acordava
manhã cedinho
antes de subir na minha bicicleta
reduzida ao mínimo para pedalar até ao liceu,
acordava-me como uma loa,
cântico virginal
puro…
ou como um ritmo escondido
no regaço da mais linda mulata
da sanzala
Um poema ébrio de ritmo
órfico
em dionisíaca celebração
um cântico mestiço
místico
pagão
negro soneto espúrio
de um povo híbrido de muitos deuses
e de mais irmãos ainda…
Hoje o meu poema já não é ébrio
de ritmo
nem o som do tantã tem o sol puro
erguido pela manhã
cedinho
O meu poema é de sangue
e dor
lavrado pelo frenesim dos tiros
O tantã que me acordava
manhã cedinho
e trazia no som o ritmo
dos beijos,
hoje
já não me acorda deste sono
que não durmo
sobressaltado
O tantã traz agora na sua voz longínqua
o som próximo
da metralha
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
No ar, o medo e o silêncio sepulcral
a invadir
os primeiros raios da manhã
Corações sobressaltados
em prece e oração…
muitos sem saberem sequer rezar
No trilho traiçoeiro
espreitava a morte a cada passo
que se desse em falso
na picada
Sem perder de vista o combatente
à nossa frente
perscrutávamos, no lusco fusco do alvorecer,
as sombras que se dissipavam
por entre as silhuetas das bissapas
Nas mãos doridas,
por matar,
o peso da G3 engatilhada
dos soldados
De repente o grito e a dor
pelo estrondo e pela morte trazida
no estilhado e no sopro da granada
As lágrimas morriam afogadas
pela raiva e ódio surdo
nos corpos amputados
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta