Mensagem para carta
Observa-se, calado e, até indisponível às vezes...
Às pessoas, rotulam tanto que já não sei se sou um robô, ou boneco de lata.
Precisava entender se, quem exclama tanta impuridade, têm a mesma propensão em desfazer interrogativas, cultivar vírgulas entre as respirações e desfazer “nós” que se enroscam nas reticências, deixando-as menos misteriosas e findando-as muitas vezes por cansaço, um ponto final, engasgado em lampejos e indignações!
Tinha um silêncio que gritava sonetos mudos e ecoava pelos varais da noite.
Banalizou a voz, mas falava desesperadamente com os olhos que, lacrimejavam sonhos e aquele sorriso que a boca entorpeceu fazendo carinho na alma até que, não tinha mais o que dizer...
Só sentir o que vinha de encontro com a nudez de suas amarras!
Não tinha um plano de vida, um curriculum de projetos, planejar lhe tomava tempo e tempo não tinha a perder...
Simplesmente tinha papel, caneta e imaginação...
Rabiscos na cabeça e arte por todo o corpo.
Tinha asas nos pensamentos e voava o dia todo, até cansar, deitar e voltar a voar, nos sonhos que, o subconsciente também lhe proporcionava!
Ai, chega à noite e engole a seco meus medos e adormece minhas inquietudes.
Ai, vem "alguém" e destrói o silêncio, com essa arrogância que não comove e não desperta serenidade...
Existe espaço para todos, mas, se puder montar sua "cabana" de sacanagem bem longe de mim, escavarei uma certa nobreza a seu favor!
Na cabeceira tenho
Um livro chamado vida.
Nos olhos,
Uma persistência inaugurando encontros.
Na boca,
Um doce amargo dos risos e choros, uma saliva quente de experiências...
No corpo,
Tenho veias que pulsam expressões soltas
E no coração, mantenho minha bússola de bom senso, pés firmes para evitar desgastes e essência, cujo estrato é direto da fonte!
Ouvi falar que, a inveja só tem, quem não inaugura coisas próprias...
INAUGURE o seu melhor sorriso e vá em busca de seus próprios encontros, tem tanto para garimpar nessa vida!
A inveja é abstrata, mas consegue ser tão feia, quanto concreta...
Vá lá, encontre seus pertences e siga com música, apenas, sinta-se feliz por aquilo que é dos outros, siga e encontre suas belezas e conquiste sua felicidade!
Eu torço por você!
Vezes forte como uma rocha, vezes frágil como uma pétala ao balançar do vento...
Rindo e chorando, embalando e encantando, assim simplesmente eu, levando às pessoas um pouco de mim e deixando minhas emoções em palavras, assim dividindo e aceitando que, caminhem junto e permitindo doces encontros e coincidências acidentais, aquelas que fazem cócegas no coração, acidente de amor!
Gosto, do gosto doce dos pensamentos que invadem meu íntimo...
Tenho trafegado entre curvas dos dias e me vergado no frio atemporal, mas acima de tudo, tenho me sentido bem e isso me faz acreditar no mistério dos sentimentos e emoções que meus sentidos divagam... Tenho deixado portas abertas para rios de felicidade entrar e fazer uma longa estada, tenho permitido mais, sentir os minuciosos arrepios que os ventos trazem e me desafiam...
Tenho estado em contemplação interior e focando sutilmente os desafios dos meus olhos e permitindo aflorar às sensações de cada momento (afinal, eles duram um piscar).
Tenho ficado em mim e em você por mais tempo...
Tenho me dado tempo e mais tempo às circunferências que me adornam e sei, tudo isso é, a passagem íntegra da fase de crescimento e também sei, o quanto isso me faz, discernimento!
O mês de NOVEMBRO me enche os pulmões de ar, "ele" chega parcialmente embrulhando o natal, as festividades de família...
Essas delicadezas iluminadas que só tem cheiro bom no fim do ano!
Sabe, tem cheirinho de comida de vó, de lavanda da casa da tia, de sopa da "bisa"!
Não me comprometo muito desde novembro, sou moça da época, que gosta de sair e começar apreciar os enfeites pelas ruas, os coloridos respingados em avenidas e igrejas...
Novembro, que seja assim, como um abraço de mãe, um colo de pai e um beijo de amor verdadeiro!
Não tenho motivos para brigar com a vida...
Deus me ofereceu ótimos presentes, discernimento suficiente quando precisei e preciso, lutas que atravessei e atravesso de salto alto ou chinelos -tanto faz eu saio delas do mesmo jeito- que me fizeram ser o “ser” humano flamejante que sou.
Obtive recompensas que nunca imaginei receber, ganhei pessoas que jamais poderia esnobar e deixar para trás...
Jamais é forte, mas essa palavra é sim, força absoluta, não sou metade de nada, portanto, que seja tudo uma fortaleza entre “meus” ditos em jamais ou nunca mais...
Decidi ser quem eu sou, quando comecei a ter ao meu redor, por força aleatória da vida, princípios pequenos e mentes minúsculas em lugares sujos que por ventura temos de atravessar, com pessoas “porcas” de alma e sem piedade de coração.
Desculpa às más interpretações, mas não faço questão em explicar “passados”, faço o favor de deixá-los às claras, pois tenho essa mania em ser autêntica e flertar com a transparência!
Nunca precisei mendigar amor e respeito, no entanto, sou a justiça em pessoa, trago marca de guerreira e alfineto quando preciso só encostar e já logo dou o tiro de misericórdia quando só poderia dizer: chega!
Não gosto de tempestades em copinhos de xarope, sou mais de exageros em pequenezes...
À vida, nos abre portas e janelas todos os dias, começando pelos olhos, que são duas lindas portas de amor, fonte de ternura e assim vou alcançando, desgastando e revitalizando constante meus limites e saturações.
Quem não sabe ditar às próprias regras me assusta, tenho medo de quem não têm opiniões formadas e decisões imediatas, eu persisto nas urgências, já não é à toa que vivo atropelando minhas tristezas, sou uma má condutora da hipocrisia, das mesmices e da falta de um belo sorriso no rosto, mesmo quando tudo cospe "nãos" em minha "cara" e mesmo que eu tenha que enfiar meus sentimentos no bolso, não sei assim fazer, sou ousada quando se trata em ser feliz e fazer “os meus” felizes...
Ainda criança, conheci alguns livros de uma coleção da Disney que meus pais compraram para que eu pudesse interagir e me esbaldar no mundo da fantasia e da leitura, na verdade, são os livros mais antigos de minha amável coleção e predileção!
Durante toda infância e adolescência, mantive contato diário e direto com os livros.
Desde aquele primeiro contato, esse mundo me cativou e até hoje, tenho essa estima inenarrável pelos meus amores eternos.
Mas, escrever...
Chega ser meu próprio ar, uma bússola, um farol, um mantra...
A poesia, me personaliza, me faz do avesso, me esmorece e faz de mim essa realidade utopista e que enobrece meus instintos mais vulneráveis...
O dia que não escrevo, sou uma planta sem água, um peixe sem oxigênio, um navio sem água pra flutuar, rumo ao seco do deserto.
Não peço que me entendam, menos que me sigam, me leiam, mas peço que abram as "comportas" para esse inatingível, aromático e audível mundo da leitura, do conhecimento, do ir além que os pés por vezes, não podem e as mãos não possibilitam...
Quando tudo se resumi em uma só existência lírica:
À imaginação!
Trago algumas tintas para colorir os sonhos que temem a volúpia do meu pincel...
Trago lápis de desenho caso os meus esboços, se tornem artísticos...
Tenho um sarcasmo inofensivo, mas, tem uma certa indelicadeza minha quando, faço morada em caixas de lápis de cor dos outros, só pra colecionar cores diferentes e depois sair afoita espargindo aquarelas, na amargura de quem não se doa a um sorriso ao menos, por dia...
Mas é uma indelicadeza colorida, entende, boa?!
Desculpa minha elegância!
Minha composição não é "química" de laboratório, me comprometo mais com a "gramática" real da linguística...
Tenho nas veias uma doença "crônica", adoro fazer lirismo com os meus assuntos cotidianos.
Tenho versos e poesias diagnosticados como tosse aguda, cuspo sempre sons de sonetos pelos vácuos da humanidade.
Sou doida, com quadro clínico em sandices literárias e ainda moro na lua, quando tenho tempo de escrever meus triviais argumentos que não têm fim, portanto, perde tempo em tentar discutir comigo.
As dosagens dos remédios são diárias em injeções de bipolaridade do amor, uma opção minha, melhor que viver de injeções de amargura e insensibilidade.
É...
Eu sou bipolar inflexível na "arte" de amar, amar o próximo, o próximo da fila do banco, o próximo que gosta de animais, o próximo a ler um bom livro, o próximo que é fã nato de Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Guimarães Rosa e entre tantos renomados e ou assistir uma boa série de terror, de amor, os próximos dos próximos e mais os próximos estão na minha lista diária de amor...
Sou de outro tempo...
Talvez eu fui para Pasárgada e me recusei voltar, será?
Talvez ainda esteja pendurada na lua desde a última visita...
Talvez alguém desvende os mistérios que fazem clareza nos meus dias e noites de estações tipicamente inconstantes e necessárias às minhas oscilações e contradições, esse jeito autêntico que grita no meu silêncio e desatina enxaqueca quando não me ponho a declamar...
Têm pessoas que gostam de pegar tudo que é seu...
Seu estilo, seus amigos, seu jeito de ser, agir...
Mas acho mesmo o fim da picada, é a famosa competição...
Comigo, não acontece, saio antes de entrar, afinal, tenho tantas outras coisas lindas a ganhar que não seja essa sua corrida a pódios pouco disputados e de pouca relevância.
Fica mesmo se expandindo no seu mundo de "coisas fantásticas", quem sabe, realmente tudo isso que você pensa que é, não se torna verdade.
Cuidado com certos alcances, eles podem passar do seu próprio alcance e virar lenda!
Abrir os olhos ao acordar é o primeiro abraço do dia...
Os olhos cumprimentam o lugar, alinham os desenhos e fazem fotografias com as primeiras coisas e pessoas que enxergamos...
Mas no decorrer do dia, temos o dever de abraçar as nossas eventualidades e nossas levezas, criando assim alianças com o que nos envolve, respeitando assim os seres, as coisas e o que tiver de vir.
O dia sempre começa depois de um sorriso...
Sorria, mesmo entre lágrimas, a tempestade dos olhos tende a nos submergir nos enredos que nos avaliam dia e noite e que seja sempre dia no contexto de mais uma página de vida, vida de buscas, encontros e vitórias!
Têm dias...
Só o VER com olhos que, descansa o coração...
Não basta saber notícias, não basta ouvir a voz, não basta mensagens e não basta nada que não seja olhar e sorrir no silêncio, sem palavras...
Apenas coração e admiração, apenas a respiração, apenas gestos que dizem mais que palavras e um carinho mais que qualquer abraço, quando os braços não podem se entrelaçarem!
Quando vi, fazia noite, fresca, com vento de "quase" novembro...
Quando senti, fazia um friozinho que me puxava para os lençóis dos seus pensamentos.
Quando, agradeci e pedi:
Obrigada Senhor por mais um dia e por favor, continue aquecendo meu coração, dando-me o privilégio da vida e mantendo-me essa (a)colhedora de estrelas, toda noite de os todos os dias...
Tinha motivos para abandonar o caso, mas, por "umas" fotografias, assinei meu contrato por mais "uns" dias e fiquei, delegando uma câmera que registrava por mim, os detalhes que, não seriam banidos pelo olho daquela lente astuta e coberta de segundas intenções!
Guardei-as, hoje, "o caso" me conta casos palpáveis, fotografias que o tempo não há de subornar!
Preguiça dessa gente que, gosta de mostrar o que não é, viver o que não tem e se misturar no meio dos outros que não fazem questão em tê-los.
Preguiça, em presenciar a força ridícula em sustentar amigos, mendigar palavras e pessoas...
Preguiça dessas faces brancas, mergulhadas no blush, escondendo os desatinos que gritam pelos basculantes dos banheiros de rodoviária...
Preguiça de escutar absurdos em preto e branco, dos vômitos exauridos pela peleja em ser alguém tão clichê!
Preguiçoso mesmo -imagino- ter esse hábito desprezível em ser o modelo de si mesmo, sem retoques, um esboço, esboçado!
Pensando em uma forma muito "delicada" em dizer o quanto às pessoas trafegam sendo "indelicadas" e insensíveis por aqui, por acolá, optei em usar a minha fonte de verdades: o coração!
Então...
Simplesmente chego à conclusão de que não vale esforço quando a mente é pequena e o coração é vazio...
Continuo meu caminho...
Dando o melhor de mim, oferecendo meu carisma, meu sorriso, minha sinceridade, minha lealdade e meu companheirismo!
À amizade deixo a critério "da parte" subordinada a esses eventuais descasos e desconsiderações.
Continuo meu caminho...
Segue comigo quem deseja valores e não proporções, cansei de seguir com "mentes pequenas e corações vazios", segue comigo quem tem alma leve, que procura singelezas.
A minha prioridade é seguir borrifando o néctar das flores, perfumando as lacunas em branco, os vagos esnobados e sem distinção, abraçar o seu defeito e considerar que ele compõe a sua essência. Ser humano é isso! Saber que existe defeito (grande ou pequeno), mas existe além dele, o valor de suas qualidades!
Caminho em busca de tesouros emocionais, conquistas sinceras, de prazeres pequenos que rasgam nossos rostos em gargalhadas gostosas, mas caminho acima de tudo, praticando o bem, com o coração transbordando justiça, cumplicidade e amor, amor com calor humano!
Delicadamente digo...
Segue COMIGO, quem se permite!