Mensagem de Falecimento
O DITO
No disse digo da vida
eu decide a partida
dizendo como dizer.
Foi editando o digo
que o dito disse aquilo
que não queria saber.
Esses ditos são dizeres
que ao dizer fica o dito
que disseram de você.
No dito por não dito
permeando meus gritos
tento eu compreender.
Antonio Montes
meu amor de data marcada
Acabou numa partida de trem
Porem outrem viesse do alem.
La vem
Meu amor pé de escada
Acabou ontem
Existem também
quem sentem.
La vem
Meu amor de arquibancada
Espetaculo de ontem
admitem que nao te tem
por que fostes no trem que
La vem
O trem
Ta com quem?
Ta com pressa
Ta depressa
Ta a cem
Ta que vem
Ta que vem
Ta que vem
“Vou simplificar o meu mundo, ... e ficará apenas o real ...
E será o ponto de partida para o meu novo sentir.”
Pero no hablemos de hechos. Ya a nadie le importan los hechos. Son meros
puntos de partida para la invención y el razonamiento. En las escuelas nos enseñan la duda y el arte del olvido. Ante todo el olvido de lo personal y local. Vivimos en el tiempo, que es sucesivo, pero tratamos de vivir sub specie aeternitatis. Del pasado nos quedan algunos nombres, que el lenguaje tiende a olvidar.
Sinto em não ter sido melhor antes, antes da sua partida, sei que eu poderia ter feito tudo diferente, poderia ter sido mais compreensível, poderia... porém nada é tão fácil. Somente agradeço a Deus por ter me dado a chance de nos seus últimos momentos aqui sem sabermos, ser o que eu nunca fui em todo tempo que estávamos perto. Obrigada por me ensinar a ser forte, obrigada por tentar me alegrar quando eu não suportava a dor da minha própria alma. Quando perdemos alguém parece que tudo é mais claro e pra que tudo ficasse mais limpo teve que você partir. Hahaha se soubesse que estou aqui me lamentando estaria morrendo de rir. Porém só estou tentando expressar o que eu não posso mais guardar.
E novamente acionamos a partida no trem da vida
Novas paisagens virão
novos sonhos surgirão
O destino depende de nós.
Na viagem, ilumine-se
Liberte-se!
Aprecie intensamente
Pois, as viagens sempre continuam
tal qual um ciclo, onde a esperança gera
expectativa e, onde a nossa chegada, depende
apenas, para onde queremos
ir.
A PARTIDA DE ÍRIS
E quem nunca ouviu falar da Íris triste?
Ela, que cantava as panapanás azuis
Sob os vestidos, tinia o corvo em riste
Sendo escuridade, fingia versos de luz!
Versejava, como se fora amada, um dia...
Seca dos fluidos fomentados pelos beijos
O toque? A ternura? Quimeras de poesia!
Sandices ilógicas! Do amor? Lampejos!
Mas ainda fantasiava a beleza. Encanto!
Posto ser uma filha de Atena. Augusta...
Era infeliz. Mas era riso_ Jamais pranto!
E o corvo branco veio, marcando o horizonte
Em busca do último suspiro da moça lírica
Levou-a sóbria...A poetisa. Bela e tocante...
A iniciativa não é por si só o indício de partida mas é, talvez, uma folha contida de um rastro deixado pra trás. É, quem sabe, uma curva escondida que revela a descida ou apenas um corpo cansado em busca de paz. É também uma longa corrida, de quem vem na batida, que espera, porém, não sofrer por demais. Se não for uma rosa encolhida, nas curtinas da vida, pra quem quer viver em cartaz.
O tudo e o nada se tornam uma coisa só.
Só se divide quando buscamos um ponto
de partida pra querer entender.
Entre a partida e a chegada
Entre a partida e a chegada,
a concretude do encontro
ou a expectativa na certeza
de que o tempo transforma.
Na despedida a promessa
do que se espera cumprir,
porém o tempo é mestre
na diluição da esperança,
invisível ponto na opacidade do nada.
Entre a partida e a chegada,
na metafísica do nada
a indecisão, o temor
do vão e do desnível,
preenchível e retificável
ou então a expansão do vazio.
No contraponrto entre princípio e fim,
na inédita chegada ou no retorno
a mão da alegria ou da tristeza...
Convém desvencilhar-se das inúteis certezas,
das altivas convicções,
já que segundo após segundo
o tempo talha novos sulcos na pele
do corpo e da alma.
Eu não sou porto, sou partida, dessas que deixa sempre um pedaço do coração em todos os lugares de onde partiu. Um dia me acostumo a viver sem ele, ou volto para me juntar ao pedaço que não consegui mais viajar sem.
Possibilitar a partida de alguém que se ama
permite enxergar a importância que se tem.
Só se aceita partir quando não tem mais valor.
De onde nasce um poema?
Nasce do sonho de vida
da dor de uma partida
da rejeição de um amor
ou do nascer de uma flor
Um poema nasce da emoção
que quer ser dividida
muitas vezes sentida
dentro do coração
Nasce de um desejo de encantar
de uma forma de falar
do pensamento em erupção
de buscar uma razão
Um poema nasce na alma
mas lá não quer ficar
anseia para ter vida
em forma de escrita
Aprender a usar a criatividade e não ter medo de errar é o ponto de partida para realizar seus sonhos e conquistar seus objetivos.
A paixão não sobrevive aos primeiros meses porque se despede antes da partida e vai embora antes da chegada. A chegada por sua vez, não crava nenhum momento que continue a escorrer pela boca com ’’gostinho de quero mais”, mesmo que por dentro esteja em situação de calamidade: seco, vazio e a espera de um último beijo. A paixão acaba antes mesmo do último beijo, ou somos nós que vivemos a esperar de sempre mais, sem aceitar e entender que a paixão não oferece mais do que o combinado, nada que ultrapasse as fronteiras.
Cada” parte” bem “partida” faz “parte” da” parte” da gente.
Tem gente que insiste até em ser outra metade.
E é “Partindo” que rompemos com “ partes” tão inerentes a gente.
Cada despedida pode ser somente uma simples despedida
Como também um ponto de partida
Pra uma alma tão doída
E por vezes sofrida
Que está quase derretida
Mas talvez esse ponto de partida
Dê uma aquecida
Nessa alma doída
Pra que ela fique mais colorida
E veja a vida de forma simples
E divertida.
Tudo que é transmitido ao universo não se perde em seu infinito, volta ao mesmo ponto de partida, no entanto, com toda a força e conspiração do universo.