Mensagem de Falecimento
"" Não saia e volte a hora que quiser
estou de partida e o novo endereço, nem eu sei
então entre na viagem comigo
curta a paisagem que passa pela janela
tão bela é a vida
tão breve também...
estamos perdidos no tempo
num eterno vai e vem
tão belo é teu sorriso
especial motivo do meu
não parta sem que eu te ame
não volte se não for para eu ser teu...
A partida é sempre dolorida, para quem fica, mas a grande questão é: quem fica? Pois considerando a relatividade que há na definição de “quem parte” e “quem fica”, a dor pode ser também compreendida como relativa.
O amor tem como ponto de partida a paixão. Eu sempre digo que alguém que está apaixonado está com a sua razão suspendida temporariamente. A paixão é a suspensão temporária do juízo, ela faz com que você passe por todas as perturbações da alma (...). No meu entender, o amor é a paixão domada.
Dialogar é como jogar ping-pong com a mente; só ganha a partida quem sabe filosofar, fazendo o adversário ganhar enquanto perde.
VAI E VEM
Que não nos falte a memória:
O ponto de partida é também o de recomeços;
A porta de entrada, pode ser também a de saída;
A estrada da ida, pode ser o caminho de volta...
Difícil é encontrar as coisas do mesmo jeito.
"Cada município deveria ter um órgão fiscalizador uma comissão da sociedade sem vinculo partidário para fiscalizar e emitir um relatório para os órgãos competentes – Ministério Público- tribunal de Contas – Ouvidoria. Só assim e capaz de mudar alguma coisa"
DESPEDIDA
É na partida triste
Que se encontra um todo,
Um todo a querer ficar
Para vagar, vagar...
Com os anjos do além-mar.
E depois ter beijos doces da morte,
Deixar ser levada pelo anjo
Lá para o fundo do oceano ativo,
Dentro do desconhecido.
Deixar ser levada pelo vento,
Pela brisa suave da noite rubra.
Deixar a vida tola... e ser tua!
15/11/1970 (retorno da Praia Ocean)
Os meus dias estão contados na terra,
Em uma viagem onde a partida não erra.
Sou passageiro, o destino é meu guia,
E Deus é o motorista dessa melancólica via.
O dia é o cobrador, com seu olhar atento,
A cada passo, a cada momento.
Na bagagem, carrego as escolhas que fiz,
Mas será que o destino também as conduziu a mim?
Nesta jornada, experimento os sabores da vida,
Fruto das minhas mãos ou do caminho que me é traçado,
E me pergunto: é livre vontade ou será o destino,
Que me guia, me molda, e me leva ao infinito?
A viagem continua, sem retorno ou descanso,
Cada dia é um novo passo, um novo avanço.
E, enquanto sigo, a pergunta se faz:
Serão minhas escolhas ou o destino que me traz?
Fernando Machado disse "Me diga em quantos pedaços você foi partida; quero saber quantas versões sua terei que amar."
Eu, porém, não sei dizer coisas belas e tão pouco sou poeta. Não sei nada sobre o amor e provavelmente vou me afogar em meus próprios sentimentos.
Neste vasto oceano de incertezas, onde as ondas obscuras do desconhecido me envolvem. O silêncio é minha única resposta.
Na dança entre a tempestade e a tranquilidade, onde a paz se esconde em meio ao barulho e o medo grita alto em meu peito me arrastando para longe da sanidade, teus olhos são o meu farol.
Certamente do teu sorriso eu me tornei cativo, mas devo dizer-lhe que não quero parecer fraca, mas tua presença me faz esquecer da razão. E em um piscar de olhos me encontro perdida no labirinto que é meu subconsciente e por mais que não queira admitir é tua voz que me guia.
Eu não sei usar as palavras então eu me perderia em teus olhos facilmente, pois, teu olhar é um poema infinito que dá voz para minhas palavras silenciosas.
Visto meus pés na estrada, em ladainha de coragem e covencimento, de que o vento da partida é o melhor neste momento... Apagando-me, diluindo-me, desmanchando-me na saudade deste meu contratempo...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
junho 2010, Rio de Janeiro. RJ
AMOR PERDIDO ...
Depois que tu foste, só depois, da partida
Notei que do manso amor, o meu é sujeito
O grato sentimento da sensação, da vida
E, se tem maior bem, desconheço o feito
Afeto ardente e forte, repleto e perfeito
Que na emoção a conformidade é diluída
Um olhar, afago, gesto com poético jeito
Que na boa afetividade a ventura é parida
Depois do vazio, só depois, me vi corso
Num aperto no pensamento que tortura
Que conquista a mente dando remorso
Não tem preço, amor perdido, só trava
A sede, a inspiração, suspiros, a ternura
Tu foste! esvaindo o mimo que me dava! ....
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
13/01/2021, 19’18” – Triângulo Mineiro
ENTURVAR NO CERRADO
Esmorece as caliandras no enturvar
É o dia que se despede em partida
Com seu pôr do sol em um versejar
Cá no cerrado, escuridão incontida
Galhos retorcidos, mal desenhados
Sombreiam o chão na cor garrida
Traçando uns detalhes encarnados
O céu estrelado, graça, desmedida
O horizonte com laivos cinzentos
Melancólicos, pardando o sertão
É a noite imbuída no seu manto
Pia a coruja: canto com lamentos
Ritmando o noturno com sensação
Dando ao olhar, o encanto, tanto!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 outubro, 2022, 18’56” – Araguari, MG
Flores Murchas
Desmaiadas na vida
Pálidas desabrochadas
As cores de partida
As pétalas cansadas
Ainda com viço
Afadigadas...
Murchas flores
Flores murchas
Tristes louvores
Versadas...
De perfume postiço
E as forças exiladas
Feitiço
Da existência traçadas
Do fado mortiço
De inevitáveis jornadas
Murchas flores
Flores murchas
Tristes louvores
Desenganadas...
Perfazendo o curso
Revoadas
Incurso...
Flores murchas
Murchas flores
Tristes louvores
Encantadas!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 dezembro, 2022, 18’52” – Araguari, MG
Versão musical para o poema “Flores Murchas”
As energias sempre voltam ao ponto de partida, tanto para o bem como para o mal, e em sincronia perfeita.
Flores murchas
Desmaiadas na vida
Pálidas desabrochadas
As cores de partida
As pétalas cansadas
Ainda com viço
Afadigadas
De perfume postiço
E as forças exiladas
Feitiço
Da existência traçadas
Do fado mortiço
De inevitáveis jornadas
Perfazendo o curso
Revoadas
Incurso
Flores murchas, encantadas!
LINHA DA VIDA (soneto)
A linha da vida, na vida é sinuosa
Da partida a emaranhada chegada
Quimera criada e felicidade caçada
Já a morte... Ah! A morte é teimosa
E nesta estrada, a sorte misturada
Certeza e surpresa bem manhosa
Mas tudo com uma pitada furiosa
De cor e sabor, se bem aproveitada
Tal qual uma poesia em sua tosa
Irresoluta é a linha a ser traçada
Porém, é elaborada na sua prosa
E no tem tudo e no não tem nada
Há saída, entrada, espinho e rosa
Como corredeiras (vida) não fica parada...
Luciano Spagnol
Novembro, 2016
Cerrado goiano
A linha da vida, na vida é sinuosa
Da partida a emaranhada chegada
Quimera criada e felicidade caçada
Já a morte... Ah! A morte é teimosa
Luciano Spagnol
Cerrado goiano