Mensagem de Amor para Casais
A obstinação nas disputas é quase sempre efeito do nosso amor-próprio: julgamo-nos humilhados se nos confessamos convencidos.
O amor é muito mais exigente do que ele próprio supõe: nove décimos do amor estão no enamoramento, um décimo na substância amor.
É preciso dar o nome do amor a todos os sentimentos ternos que temos. Mas nunca saberemos se é mesmo ele.
Um amoroso é um homem que se empenha em ter mais amor do que lhe é possível ter, e essa é a razão por que todos os homens amorosos parecem ridículos.
O amor e o seu reverso, o ódio, constituem o verdadeiro estudo da vida, porque só eles tiram as consequências dos outros indivíduos.
Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmo se atormentaram com muitas dores.
O amor, tal como existe na sociedade, não passa da troca de duas fantasias e do contato de duas epidermes.
O amor dá-se mal nas casas ameaçadas de pobreza. É como os ratos que pressentem as ruínas dos pardieiros em que moram, e retiram-se.
O amor é essa maravilhosa oportunidade de outro nos amar quando já não nos podemos amar a nós próprios.
Permanência
Não peçam aos poetas um caminho.
O poeta não sabe nada de geografia celestial.
Anda aos encontrões da realidade
sem acertar o tempo com o espaço.
Os relógios e as fronteiras não tem
tradução na sua língua.
Falta-lhe o amor da convenção em que nas outras
as palavras fingem de certezas.
O poeta lê apenas os sinais da terra.
Seus passos cobrem
apenas distâncias de amor e de presença.
Sabe apenas inúteis palavras de consolo
e mágoa pelo inútil.
Conhece apenas do tempo o já perdido;
do amor
a câmara escura sem revelações;
do espaço
o silêncio de um vôo pairando
em toda a parte.
Cego entre as veredas obscuras é ninguém
e nada sabe— morto redivivo.
Tudo é simples para quem
adia sempre o momento
de olhar de frente a ameaça
de quanto não tem resposta.
Tudo é nada para quem
descreu de si e do mundo
e de olhos cegos vai dizendo:
Não há o que não entendo.
Pingos de Chuva
Caem,
gordas, sonoras,
monótonas pingas de chuva,
- espaçadas -
e indolentes
vão marcando uma toada:
ping pang – ping pang,
as pingas
chuva de Outono pardo.
Espapaçada
a terra mole absorve
as vagas de chuva densa
que lenta
vai caindo,
em pingas grossas,
sonoras.
E ao cair,
a chuva bate o compasso
com o som dum contrabasso…
ping…
pang…
ping…
pang…
Crise de ciúmes: showzinho na frente dos amigos, puxão pelo braço, ameaçar terminar o relacionamento, cheirar roupa, vigiar na porta da faculdade, seguir, fuçar o celular, criar fake pra stalkear, e uma lista infindável... Não romantizem essas violências. Isso não é saudável!