Mensagem de Amor de Pai para Filha
"Não queira exigir de ninguém o que ele não pode te dar. Quem cobra e exige muito do próximo é bem certo que esteja mais necessitado."
"Por que ao invés de arrancar os joios de sua vida, você não aproveita a oportunidade e os transformam em trigo."
E devagar as lembranças vão se afastando da memória como um sopro de um vento...tudo no seu tempo..assim como não há bonança que dure eternamente também não há nada que o tempo não apague... aquilo que foi ERA pra ser e só.
Me perdi... Me perdi no que eu criei, me perdi naquilo em que eu acreditava, ou melhor me perdi no que eu quis acreditar... Por tantas vezes a consciência me cobrava, a voz da experiência gritava, entretanto me perdi... Deixei de lado a voz da razão na convicção de que quando se ama não existe razão..certo? Não, ERRADO. Quando se ama não nos importamos com a razão porquê de fato estamos embriagados em êxtase do momento... Hoje percebo que se uma vez só tivesse ouvido aquela voz da razão não teria me perdido... O amor se consiste na reciprocidade... Quando não há reciprocidade... Não é Amor. É martírio, é remar contra a maré, é dar murro em ponta de faca, é sofrer, é se perder... Eu me perdi..
Promete pra mim? que eu não vou me arrepender, que mesmo que a gente tropece pelo caminho que não seja por falta de amor ou companheirismo, que o passado fique enterrado junto com tudo que não era pra ser, que haja a cima de tudo a verdade, que seja eterno enquanto durar e que dure para todo sempre...
Ter alto controle, paciência e ficar silêncio muitas vezes é muito difícil quando se tem grandes desejos, e muita vontade de conquistar um objetivo, porém de fato é a fórmula primordial para se alcançar o sucesso e a realização daquilo que se busca e o tempo se encarrega do resto.
Posso não ser a pessoa que vc sempre sonhou mais prometo que vou ter fazer feliz que mais que muitos por ai !!
A Festa Na Serra
Hoje a festa é lá no pé da serra
Onde bicho e pedra
Também vão dançar
Pra cumprir mais um ciclo
Que se encerra
E o seu corpo há de lançar
Sonhos de amor
E esperança na terra
Juntando o presente
Passado e futuro
Em meio a tudo
O que a gente espera
Hoje a festa é lá no pé da serra
E quem tem fé
Corre pra lá também
Vamos ali muito além
No balanço que esconde
Atrás do seu pé
Onde os bichos soltos
Com saltos a desimbestar
Relembram seus amigos mortos
E dessa solidão quer se libertar
Hoje a festa é lá no pé da serra
Feita especialmente
Pra quem não tem pressa
A folia faz bem ás pedras
Aos bichos e também a gente
Pois o amanhã
É apenas promessa
Talvez uma grande ilusão
Ou quem sabe até
Uma certa quimera.
Tempo
Assim como passam as horas
O meu tempo eu também invento
Você eu quero é agora
E cada segundo
Eu há de fazer
Ele passar mais lento
Assim como passam as horas
Eu amarro também as cordas
Pra que o tempo ele nunca passa
Quando você do meu lado acordar
E pra nunca querer ir embora
Por isso eu faço
O meu tempo
Pra que ele não voa
Como os meus pensamentos
Tempo eu faço pra tudo
Pra tomar banho na lagoa
E curar alguns sentimentos
Pra beber a água da chuva
E conter as mágoas
Daqueles mendigos na rua
Sempre a padecer
Parado e calado na curva
Tempo eu faço pra você
Que chora de barriga cheia
Um dia vai faltar
Quem vem pra te ver
E vai perceber que aquela amizade
Era mais que uma ceia
Pois mesmo regada
A uma mesa farta
A beleza não vinha do pão
E sim da certeza
De uma sã e sincera união.
A Minha Voz No Vento
Eu solto a minha voz no vento
E deixo ela ser levada pra longe
Pra que ela vá de encontro
Ao teu sofrimento
Isolados em terra de monge
Eu solto a minha voz no vento
Como quem solta por ai
Algum pensamento
Na ponta da lingua
Um amor ciumento
E de tanto ser assim
Muitas vezes até cai
Só não morre a míngua
Porque tem documento
E o amor não é assim
Um ser lazarento
Quando eu solto
A minha voz no vento
É como quem dar mil saltos
E perde a noção do tempo
Na pressa eu já calço
Os sapatos
Pra dar chute na cara
De alguns ratos
Quando insistirem
No meu encalço
E se mesmo assim
Eles resistirem
No seu pescoço
Eu faço um laço
Depois amarro e dou um nó
E faço isso com um cadarço
Pois quando eu solto
A minha voz no vento
Eu também me revolto
E brigo pelo movimento
Mas se tu é meu amigo
E tem sentimento
Eu te dou o meu abraço
Pra que faça dele o teu abrigo.
Casaco Marrom
Ainda lembro
Daquele casaco marrom
Todo em mosaico
E sujo de batom
E quando eu usava
Ficava parecendo um atum
Mas todo mundo me aturava
E achava aquilo
Tudo muito comum
Todo mundo queria me ver
Como antes nunca se quis
Todo mundo via o casaco
Como antes nunca se viu
Assim fazia essa essa gente
Sempre que me vestia
Aquele casaco marrom
E não queria nem saber
Se pra quem sorria tava bom
E se o tempo tava quente
Ou fazia muito frio
Se a estrada era aquela
Que já não levava a lugar nenhum.
O Canto Da Sereia
Os meus passos
Eu deixo na areia
Pra que homens devassos
Não roubem o canto da sereia
Pois a minha presença
A eles faz pirraça
E quando eles caiem na cachaça
Assinam logo a sua sentença
Os meus passos
Se apagam com o vento
Mas não há tempo que apaga
Cada passo do meu sentimento
Pois a minha marca
Eu deixo no chão
Mas tudo que eu sinto
É guardado no coração
Os meus passos
Eu deixo no ar
Quando eu soubo
Em cima da árvore
E o vento me joga no mar
E quando eu piso
Na pedra de mármore
Eu vejo o mundo rodar
E todo que é riso mudar de lugar
Eu me rasgo na cerca de arame
Pois sou mais liso do que sabão
E quando eu soubo nesse tatame
Sempre me jogam de cara no chão.
Abutre
Você mentiu
E dissimulou
Nada você sentiu
E logo me condenou
Querendo cobrar em mim
Sempre um bom respeito
E logo eu percebi
Que isso era o fim
Porque há muito tempo você
Já havia perdido esse direito
De exigir o que nunca deu
E tentar ressuscitar em mim
Aquilo que nunca morreu
Você magoou o meu coração
E toda esperança que eu tinha
Fez eu perder a ilusão
E tudo que lá dentro continha
Amassou todos os meus sonhos
Como se eles fossem latinha
Você passou por cima de mim
Como se fosse um caminhão
Que recolhe detritos no jardim
Pra levar depois ao lixão.
Dias Melhores
Veio de lá pra cá
Como quem vai de cá pra lá
E quando vem a chuva
O vento forte quer decolar
Mas tem sempre
Aquele tempo bom
E cada pedaço ele quer colar
Veio de lá pra cá
Contando cada passo
Parecendo que vinha de longe
Mas não queria chegar
Não vinha sorrindo
E nem vinha cantando
Mas sua voz
A gente podia escutar
Como um rádio de pilha
Ligado o dia inteiro
Como se tivesse numa ilha
E esquecesse de trabalhar
A vida assim
Ia sempre levando
Não era um jogo
Mas vinha sempre ganhando
Sabia o que queria
Só não sabia como chegar
Mas nunca perdia a sua fé
E sabia sempre esperar
Jamais perdia a sua perseverança
E com dias melhores
Vivia sempre sonhando
Veio como quem vai
E ficou como se já fosse embora
Hoje é ele quem cai
E amanhã é você quem chora
Veio como se fosse bonito
Mas pra ser feio
Amanhã não demora
Pois beleza não tem infinito
Um dia essa feiura chega
E por inteira ela te devora.
Amigo
Amigo é jornada
Que não se cansa
E quando chora na madrugada
Tem sempre a mão
Que nos alcança
Pra nos levantar do chão
Quando cair feito criança
Amigo nunca perde a esperança
É distância que não separa
Pois ele estar sempre vivo
Em nossa lembrança
E mesmo longe ele nos ampara
Amigo é a palavra mais certa
Uma espécie de abrigo
E um sinal de alerta
Quando vem a dor de umbigo
E a nossa mão ele aperta
Amigo é o sentimento mais certo
Talvez o mais o puro
E também o mais antigo
Quando estamos em apuros
E quando vem o perigo.
Ademanes
Quando o meu sorriso
Não te disser mais nada
Talvez as minhas lágrimas
Possam te dizer
Tudo que eu tenho
Aqui dentro guardado
E guardei só pra você
Quando o meu olhar
Não te disser mais nada
Talvez a minha boca
Possa te mostrar
A sede que ela tem guardada
É de secar uma nascente
Ou morrer afogada
Quando o meu jeito
Não representar
Eu te apresento
Um outro jeito
Onde a gente possa fazer direito
E de uma vez se ajeitar
Sem olhar os nossos defeitos
Pois eles são de arrepiar
Mas tudo é questão de conceito
E um dia pode mudar
No amor a gente pensa primeiro
Porque é coisa
Que vem do coração
É fogo que arde certeiro
E não cabe na palma da mão
É voz que não cala o dia inteiro
E quando fala tem sempre razão.
O Nosso Nascimento
A luta começa
Desde o nosso nascimento
Quando ainda nem temos idade
E começa aquele sofrimento
Nos sofrendo pra nascer
Pra buscar felicidade
E lutando pra vencer
Pra ser feliz de verdade
Mas pra isso acontecer
Ainda há muito o que fazer
É preciso muito luta
Pra ver tudo florescer
Muita mãe ainda chora
Pra ver seu filho nascer
Algumas tão cedo vai embora
E não ver o seu filho crescer
A nossa luta começa tão cedo
E a nossa mãe a gente faz padecer
E sem querer a gente
Faz a ela tanto medo
Pois logo ela se desespera
Achando que seu filho
Não vai nascer.
Condição
Se quiser correr
Que seja só pra me ver
Se quiser me prender
Que seja no laço
Do teu abraço
Pra que eu fique
De rosto colado
E bem grudado em você
Se quiser me vencer
Que seja com teu amor
E se quiser me enlouquecer
Tire primeiro essa dor
Que fica martelando no peito
E vai do meu lado esquerdo
Direto ao lado direito
Traga pra mim
O teu olhar
Com aqueles mesmos
Olhos de sempre
E quando me olhavam
Eu arrepiava
A sua boca eu logo beijava
E do seu corpo eu ficava afim
Traga pra mim aquela boca
Tão cheia de batom
Onde sempre eu me escondia
E fazia dela a minha toca
Isso é que era alegria
E não tinha nada tão bom.
Fadiga
Já não dar mais pra seguir
A mesma estrada sorrindo
Já não vou mais conseguir
Com tanto chão se abrindo
Eu já não tenho tantas pernas
E nem fé que a vida seja eterna
Eu vi tudo que é luz apagar
E fiquei perdido no ar
E quando olhei pra o lado
Nenhuma lanterna
Eu vi pra mim clarear
A minha vida é uma ciranda
Que roda dia e noite sem parar
Mais alto fala é quem manda
E besta é quem cala
E para pra escutar
Eu já não tenho o mesmo rojão
Que antes eu pensava que tinha
Quando acabava a farinha
E na mesa faltava o pão
Quando infeliz
Era o inimigo que vinha
E eu mandava pra longe
Ir enfrentar a multidão
Pra que ela te desse sal e açúcar
Pra adoçar a sua vida
Ou salgar de vez o seu coração
Eu já não tenho a mesma amizade
Pra quem me deixou
Em pé no portão
Questionando a minha igualdade
E sobretudo a minha condição
Como se eu e você
Não fossemos tudo igual
Feitos de carne e osso
Uma espécie de doce
Vindo da mesma fruta
E fabricado no mesmo quintal.
Metade
Quis me olhar só com um olho
E apagar toda a nossa história
Deixando o meu coração
Aqui de molho
Sempre escravo da ilusão
Numa triste trajetória
Quis me ver do fim até o começo
Rasgando o meu peito
E errando sempre
O que há de direito
Naquele meu endereço
Como um rio que erra seu leito
Num breve e leve tropeço
Quis me olhar só de segunda
A sexta-feira
Isso se eu fosse na barra funda
E ficasse lá a semana inteira
Quis me ver só pela metade
E quando me olhava
Era só de lado
Não sei se era medo
Dessa verdade
Ou pra esconder algum pecado
Por dentro eu só tinha felicidade
Porque a vida
Me obrigava a ter
E aquele meu jeito delicado
Você era incapaz de ver
Corria quando eu estava perto
E voltava quando eu estava longe
A minha vida parecia um deserto
E você parecia que é monge.