Mensagem de Ausência
Metade de Mim
Falar de ti sem das saudades lembrar,
difícil é.
Se de mim, já és mais do que metade
como posso eu, dessa metade não lembrar.
Carinho meu anjo lindo, que em minha
vida tanto sentido faz, acaba com
essa ausência, não consintas que ela
aos poucos venha a se tornar mais presente.
Torna-te uma figura ao meu lado constante.
Que alegria, a mim darás.
Fica perto,não distante.
Não fiques assim tão ausente.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
"Havia tinta, sim. Tinta cor de carmim,e do meu peito eu tinjo as folhas brancas de papel ainda amassadas. Junto à lareira, tento aquecer-me do frio, do gélido sentimento da ausência . Ainda sobre a mesa, a conclusão, de uma enquete de um simples pasquim,em tinta azul: "Não há culpados, sim, a injustiça mórbida da maldade alheia,impetrada contra um amor que não vigiou a si mesmo e deixou-se denegrir pelo tórrido egoísmo de ambos" . Enquanto leio,uso o vermelho para escrever- lhe com a inspiração de um coração que sangra em face da luz,aquela em cujo reflexo, permeia a lenha que queima ardentemente e lança faíscas sobre a minha pele,causando fissuras, capazes de tirar da noite o sono e fazer dormir o dia. O silêncio do lado de fora, da azo aos pensamentos de outrora, enquanto tento mudar o tom da cor das palavras que te escrevo..
JOGO
Te encontro sempre nos meus sonhos,
ali és minha, por um tempo.
Acordo , vejo ao meu lado a tua ausência,
ela me acompanha pela vida.
Faço das horas, momentos de trabalho,
e nele me escondo de tudo o que no mundo
há.
Das estrelas faço um brinquedo, cada uma
é um ponto que eu tenho que ligar.
Com os olhos ligo uma a outra, como as
crianças fazem nesse jogo.
Depois de terminado, vejo no céu formado
o teu rosto, com esse teu jeito meigo de olhar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Lábios que silenciaram na velocidade de nossa conexão, pessoas que não se ouvem e nem veem mais, apenas existimos em um contexto à parte de tudo, em um universo paralelo.
Quando
Quando nasce o sol,
traz ele à mim, a tua
existência.
Ao surgir a lua,
vejo nela, toda saudade
da tua ausência.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
No início eram tão esparsas e pequenas, que eu quase não percebia, mas de repente, as doses tornaram-se tão altas e constantes, que rapidamente viciei-me a ponto da tua presença tornar-se absolutamente dispensável nos meus dias tão repletos de ausências.
Ouço a voz do silêncio e o calar da noite. Sobre lua e estrela, procuro-te. Sobre o mar e o ar, sinto-te. Faço festa quando a tua imagem, a mim, vem. Defino traços, tatuo espaços, vastos, sobre tudo que de ti há em mim. E sobre tudo que és, nada sou em tua ausência, além da tua presença vivida em canto espectro do meu ser.
O teu silêncio
O teu silêncio me ensurdece de saudade.
A memória insiste no perfume de instantes
abreviados por uma fronteira que nunca existiu.
E quanto a mim, perdido estou em sonhos flutuantes,
recostado à cabeceira, numa noite de lua minguante.
Meu coração míngua também, ele apequena
e a saudade só aumenta.
O teu silêncio, eu quereria no instante de um abraço.
Mas o silêncio é a presença de tua ausência.
E eu nada poderei.
A sua fotografia e a nossa fotografia me leva a sonhar...
Posso dizer que fotografia é o retrato de um concavo, de uma falta, de uma ausência, a sua ausência em minha vida.
Cláudia Leite S.
E quando se deixa de amar, para simplesmente gostar, Quando deixa de querer a presença e se acostuma com a ausência, é ter que aceitar que você já não é mais planos para o futuro, mas sim uma lembrança do passado.
Tem quem me enxergue de forma melancólica e tem quem me acha a própria melancolia...
Sou apenas os traços de uma ausência que perdeu-se num passado distante e que vez ou outra pincela meu presente, sem deixar esboço, apenas leva o meu melhor, hoje!
Ela estava ausente. Nada a presentificava onde deveria estar. Nenhum fio de cabelo se movia, nenhuma pálpebra batia, nenhuma lágrima caía. Estava ausente da rua, do trabalho e até do mar que continuava a quebrar nela as suas ondas, como a dizê-la que tudo passaria. Estava fora do seu corpo, a embalagem que vestia a sua ausência e fazia os outros acreditarem que ela ainda existia e andava e comia e vivia, quando apenas sobrevivia a si mesma!
Sinto falta de um mundo que talvez nunca tenha visto, um mundo de verdade, onde é prioridade a cultura e a arte é devidamente respeitada e cultivada, onde as pessoas se interessam umas pelas outras não pelos erros, mas pelos calos que a vida deixou e quem essa pessoa se transformou, sinto falta de sorrisos sinceros, de não me sentir saturado pela mesmisse, sinto falta de músicas que tinham conteúdo, pessoas com conteúdo... Talvez eu já esteja ficando velho de mais para esse mundo, ou talvez os valores é que se inverteram e bem poucos notaram!
A velhice é uma longa caminhada de perdas, ausências, tristezas, alegrias, angústias, descepções e traumas, mas nada se compara a fadiga da solidão!
Dê-me o último beijo
Dê-me o último abraço
Dê-me a sua última companhia
Mas avise-me,
Talvez, assim, posso acostumar-me com a sua ausência
Nada...
(Nilo Ribeiro)
Poetizar o nada,
como pode acontecer,
se não há palavra,
nada pode se escrever
coisa nenhuma,
coisa nula,
em suma,
sinônimo que se rotula,
o nada não tem substância,
o nada não tem matéria,
o nada é vacância,
o nada é miséria
o nada não tem interior,
o nada não tem ingrediente,
o nada não tem teor,
em nada está presente
nada não existe,
nada é o vazio,
nada é triste,
e nada eu crio
nada é ausência,
é o contrário de tudo,
nada não tem presença,
nada é nulo
nada não é bom,
nada não é mau,
nada não tem dom,
nada não tem grau
poesia sem nada,
nem ao menos chocou,
poesia mal começada,
em nada ela acabou
nada na poesia,
de nada vale,
o poeta não sabia,
que nada nem é detalhe
poesia do nada,
nada relevante,
mas se entendeu uma palavra,
o nada se torna um gigante...