Meninos de Rua
Gratidão, Gratidão, Gratidão
Gratidão à Deus, à Deusa
Aos Devas, à Lord Ganesha, à Shiva
Gratidão aos Orixás, Pretos Velhos
Exus, Pombas-Giras, Erês, Ciganos
Mil Graças às Entidades, à Jesus Cristo
À Santa Mãe, à Krishna, a todos os Santos
Gratidão ao Povo da Floresta, à Rainha
Graças aos Caboclos, aos Anjos e Guardiões
Gratidão, Gratidão, Gratidão
Ao Universo Infinito, ao Uno, ao Todo
Aos Irmãos das Estrelas, aos Seres de Luz
Bendito todo aquele que é Grato
E que de Gratidão reveste seu caminho.
✨ Amém 🙏
Cachorro de rua.
Fui assassinado sem poder me defender, até tentei, mas eram mais fortes do que eu. Acharam que eu estava incomodando no território deles.
Não sabem que nada neste mundo é nosso? Que tudo é emprestado? Esqueceram deste fato e me assassinaram.
A RUA
Não era itinerário nem outra nova direção
Suspiros! Calor no cerrado. Lembrança
Aqui havia uma rua, casa em demolição
O tempo era maior. A nostalgia uma lança
Tantos são os mortos na minha indagação
O tempo roendo a recordação, em dança!
E nas casas, impregnada de tenra poesia
A saudade, e não mais havia vizinhança
Tudo em ruína, mais nada dizia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, dezembro
Cerrado mineiro
MINHA RUA (soneto)
Das tuas sombras dos oitis a saudade ficou
És a rua do príncipe dos poetas, laranjeiras
Coelho Neto, onde sonhei de mil maneiras
E alegre por ti minha felicidade caminhou
Das tuas pedras portuguesas, o belo, cabeiras
Ao chegar de minas só fascinação me criou
Se triste em ti andei também o jubilo aportou
Me viu ser, indo vindo emoções verdadeiras
Em tuas calçadas a minha poesia derramou
Criando quimeras, quimeras tais derradeiras
Da Ipiranga a Pinheiro Machado o tempo passou
Em ti a amizade os vizinhos em nada mudou
Carrego tua lembrança, lembranças inteiras
Rua da minha vida, estória comigo onde estou...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro, 16 de 2017
Cerrado goiano
ao dia 16 de fevereiro 1976,
quando chegamos ao Rio de Janeiro...
Situação de Rua
Um brilho no olhar reluz gemido
Que alguém conduz fazendo um pedido,
Tentando suprir os que a vida consomem
Na grande carência existente de um homem.
Andando e catando opróprio alimento,
Respirando odores do próprio excremento,
Criam escudos na pele ao relento
Depois das feridas saradas ao vento.
Nos horrores da sobrevivência humana,
São doutores da experiência insana
Insurgida aos preceitos da vida.
Na grande cidade, mais querida...
Na idade racial da humanidade...
Ser um mendigo éidentidade!
Situação de Rua II
Uma águia trocando o bico a garrido
Além da alta montanha o reclama,
Esperando sozinha, sem alarido,
Aquém seu instinto oproclama.
Alguém pedindo a outrem um ouvido
Sussurra sobre o ombro um problema,
Tentando sozinho, sem ter um abrigo,
Por um diálogo, para esquecer um dilema.
Como aliviar as dores na solicitude
Dos passos da vida, se em atitude,
Uma criança quer mais que um abraço???
Na escuridão de um rua sozinho,
Um andarilho, menino sem ninho,
Como a solidão de um grande pássaro!
OUTRA RUA
Onde estou? Está rua me é lembrança
E das calçadas o olhar eu desconheço
Tudo outro modo em outra mudança
Senti-la, saudoso, no igualar esmoreço
Uma casa aqui houve, não me esqueço
Outra lá, acolá, recordação sem herança
Está tudo mudado do tempo de criança
Passa, é passado, estou velho, confesso
Estória de vizinhança aqui vi florescente
Pique, bola: - a meninada no entardecer
Hoje decadente, e conheço pouca gente
Engano? essa não era, pouco posso crer
Ela que estranho! Se é ela ainda presente
Nos rascunhos, e na poesia do meu viver...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020, 31 - Cerrado goiano
A VELHA RUA
Passou o tempo, ligeiro, distante
e a lembrança ainda uma guria
guardou aonde brinquei bastante
aquela velha rua... terna poesia!
Então, encanecido e inquietante
saudoso quis revê-la. Tão vazia
suas calçadas. Estreito instante
velhos momentos, velha alegria
Achei, por ali, tudo tão desigual
outrora garrida, agora com danos
avelhada, cansada, quase casual
Casas idosas, calçamento mordaz
iguais a mim, se foram os anos
e a velha rua, por fim, contumaz!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 de maio, 2022, 16’34” – Araguari, MG
XXI - Porto Alegre
Rua Alegria, do Bairro da Tristeza, em Porto Alegre,
Estradas de vidros, muros de vielas, casas de panela.
Solitários em companhias, companhias sem velas,
Malucos sem sequelas, pensamentos com parcelas.
Se a localização procurar, talvez encontre o lugar,
Talvez nem vidros ou muros tenham lá,
Muito menos casas de panela ou solitários em companhia,
Escrevo isso para não perder o meme que um dia via.
Como uma igreja dentro de quatro paredes vai transformar uma cidade? O que pode transformar uma cidade é uma igreja no modelo de Jesus, que se pra fora, nas ruas.
Sou da rua
-Sou da rua...
Meu compromisso é com a lua...
Com o sol não quero caso!
Deus do céu compreenda,
esta tórrida tormenta!
-Ser a noite inspiração...
-Ser egrégora o balcão...
-Ser o vinho religião...
Sou da rua, não tem jeito!
Enterro culpa ao peito...
Só sei florescer do chão!
☆Haredita Angel
- Nunca ninguém me chamou
de Meu Mundo!
Serei eu só um beco numa rua
sem saída?
☆Haredita Angel
12.09.21
Se seu filho estivesse parado no meio da rua onde você está dirigindo, quantos quilômetros por hora você estaria?