Meninos de Rua
O GRITO DOS MAUS E O SILÊNCIO DOS BONS
Meu querido Martin você disse que o que te preocupava não era tanto o grito dos maus, mas o silêncio dos bons... Permita-me discordar de você, Martin. Os bons não ficam em silêncio. Aqueles a quem você chama de bons não passam de maus travestidos de bons e se estão em silêncio é porque são coniventes com aqueles maus que assumem que são maus. Esses maus travestidos de bons, Martin são piores que os outros que assumem que são maus. Parecem estar em silêncio, mas não estão. Eles estão gritando como os outros nos bastidores de todo e qualquer tipo de poder. Têm em seu poder uma leva de fracos que fazem o que eles mandam. Tudo no silêncio. Já os bons de fato vão para a rua e gritam sem medo da morte. E não raro são mortos. E os bons de fato, Martin, assim como você, são muito poucos. É na verdade uma minoria da sociedade.
Na rua eu não confio em ninguém. Mas é mais seguro do que em casa. Você nunca pode
confiar em ninguém.
Talvez um dia eu não possa mais correr, nesse dia então caminharei e quando nao mais puder caminhar, rastejarei, mas nunca desistirei.
Talvez um dia adoentando antes de ir me para sempre eu lá tenha que na cama ficar, nesse dia então sonharei com o vento em meu rosto, com o suor no meu corpo, o com o tiro da largada, com os aplausos da chegada.
Talvez quando finalmente eu me for, para amenizar essa dor, eu só peço uma coisa, deixe me ir de tênis por favor.
Talvez quando do outro lado eu lá chegar, uma maratona haverá, com uma linha de chegada para eu cruzar.
Talvez quando essa corrida da vida terminar, eu seja recebido por corredores amigos e Deus para me abraçar!
Serio Fornasari
Fio da Navalha
Vivo no fio da navalha
Com medo do tempo
Com medo da morte
Com medo da sorte
Meus pensamentos me atrapalham
Meu riso e lagrimas são reais
Da tempestade vem a poesia
Viajo em espaços siderais
Sou cantador Dom Quixote
Canto samba, reggae e xote
Me escondo e desvio da morte
Pois na rua sou gado de corte
#MINHA #RUA
Moro em uma rua esquecida...
Abandonada, a mais escura...
Cachorros cagam nela...
Há 1/2 século vejo pela minha janela...
Em minha esquina ...
Começam as serestas...
Mas logo sai de minha rua...
Só deixando a solidão nela...
Tem uma calçada de estrelas...
Muita calma nessa hora...
Apenas uma homenagem...
Aos grandes menestréis das serenatas...
Lindos sonhos sonhei...
De ver muita alegria...
Sempre contando os dias...
De tudo que existe...
Que tristeza...
Pura quimera...
Rua tão triste...
Horas mortas...
Do amanhecer ao anoitecer...
Que me faz sofrer...
Última a ser enfeitada...
Em festas, pouco iluminada...
Até o padroeiro Santo Antônio...
Hoje não passou por ela...
Acesso para a cidade...
De casarões coloniais...
Resistência de antigos moradores...
Poucos, quasem não se encontram mais...
O comércio é escasso...
Poucas lojas de fato...
Uma igrejinha presbiteriana...
Pouco aberta na semana...
É a rua que mais árvores tem...
Entre duas praças...
A da matriz que um dia teve um lago...
E a da feirinha com artesanatos...
Rua do hospital...
De farmácias...
Se passar mal...
Ali você se acha...
Tem pousadas...
Uma delas é rosa...
Namoradeiras sonhadoras...
Sempre alguém querendo prosa...
Linda cidade de Conservatória...
Quando no céu a lua aparece...
Um violão solitário chora...
Eis que é a hora...
Das pedras contar suas histórias...
Nessa rua eu cresci...
Nessa rua eu brinquei...
Nessa rua eu vivo...
E se Deus me permitir...
Daqui partirei...
Mas agora eu só queria mais ver...
Mais alegria e muitas flores...
A florescer...
Durante o dia pouca gente...
Na madrugada só gambá...
De viralatas muita bosta...
Cuidado quando andar...
Sandro Paschoal Nogueira
Tão linda e misteriosa é a lua,
rainha da noite e majestosa
ilumina em arabescos toda a rua
e no jardim beija a rosa
Linda lua que em meio ao sereno
segue em direção à madrugada
manda boa noite em acenos
mesmo que nem seja notada
Já aceitei, eu nasci pra ser rua
No carro novo, pneu eu gastei
Derrubei todas casas que cantei
Passei voando e o radar eu quebrei
Moramos todos na mesma rua
Só que em esquinas diferentes
Falamos todos a mesma língua
Mas tem "Gente" que acha que é mais "Gente" do que a "Gente".
Eu aprendi a jogar na rua, no quintal, que é como se aprende a jogar futebol.
A FOME..
A fome dilacera
Pode ferir e matar!
- A fome estanca
e domina com atrocidade.
Ela atinge a sociedade
que se esquiva da responsabilidade.
- A fome é criada...
Em contraste com a vida.
- A fome pode ser evitada
com causas nobres...
Basta se sensibilizar, se doar...
E com o pouco que se doa
muito pode representar:
- vidas acudidas...
- vidas acolhidas...
- vidas supridas...
- vidas socorridas!
É UM BEM QUE NÃO SE PODE NEGAR...
- E É SÓ DESEJAR E COMEÇAR!
Quando a pessoa está solteira, se busca a paz em casa, pois o caos está nas ruas
Quando a pessoa está casada, o caos está em casa, por isso se busca a paz nas ruas.
05 FEV 2023
Manter animais acorrentados é uma crueldade absurda!
Que vida triste é essa para um ser que passa seus dias preso pelo pescoço, incapaz de correr, brincar, explorar e expressar sua natureza. Não há sentido em viver sob essas condições.
Penso ser melhor o perigo das ruas, com a liberdade garantida, do que não saber o que é ir além dos limites de uma corrente.
“Não importa quantas coisas boas você coloca na mesa, há pessoas que preferem comer as porcarias da rua.”