Meninos de Rua
Na rua,
um barbudo me deu ódio
Ele nem
me via.
- Qualé a sua?
Dei-lhe um tapa no bigode.
Pogonofobia
Fuzilamento sumário
Daqui observo uma rua
estrada, avenida, caminho;
sequência infinita de máquinas,
motores, motoristas, matadores,
funil escoante de dores e dúvidas.
No intervalo para o comercial
as futilidades, as inutilidades e o fuzil,
furioso fuzil ,
vingativo fuzil:
“morre nego safado, vagabundo!”
E oitenta vezes vomitou o fuzil
do Brasil,
fuzil verde amarelo
que cospe chumbo,
saudoso daqueles negros anos.
“Taí, pátria amada idolatrada;
sou teu filho,
patriota varonil
e um filho teu não foge à luta...”
Não, não, não; teu filho assassina!
Mata em teu nome,
pátria pútrida,
paródia mal feita;
torrão torto e torturante,
mata sob aplausos teus!
(da prosa poética de Luiz A. Vila Flor)
Néctar do amor
E ao passar pela rua,
senti o melhor perfume,
enquanto eu seguia o cheiro,
a lua ia clareando.
Olhei ao longe o céu,
todo iluminado,
quem por alí passou,
deixando seu aroma encantado.
Continuei seguindo o trajeto,
do perfume doce amado,
o dono daquele mistério
me provocou
um desejo incontrolável.
Conforme o vento soprava,
eu ia tentando alcançar,
como um beija-flor
pairando pelo ar.
De repente naquele silêncio,
ouvi o barulho do vento
e bem ao longe seguia,
o dono daquela magia.
Coisa mais bonita que já vi,
é igual a um bem-te-vi,
como se o perfume gritasse,
meu amor eu passei por aqui.
Chegando bem pertinho,
senti o aroma gostoso,
minha alma de emoção
entrelaça naquele moço.
Moço muito bonito,
do sorriso iluminado,
olhar cheio de ternura
e perfume amadeirado.
Quão lindo o anoitecer
com perfume de enlouquecer,
um cheiro que me acalma,
me arrasta por te querer.
Como bálsamo
para minha alma,
estrelas me são teus olhos.
Onde a mais linda delas,
me trouxe o néctar
do amor.
Agora vivo querendo,
te amar enquanto viver.
Me olhe dentro dos olhos
e nunca me peça
para te esquecer.
Autora: #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 15/04/2019 às 11:30 horas
Manter créditos ao autor original
Por Andrea Domingues
Mesa entulhada de trabalho, sons de vida na rua, o sol que insiste em brilhar e clarear os fios ruivos dos meus cabelos, e eu aqui... Sonhando em ser feliz.
Menina valente que mora na rua bem perto do mar
em troca de comida vende a sua força de trabalho
para um maldito empresário da banda de lá
quando sente calor vai até o mar se banhar
na hora do frio usa o tal crack pra se enrolar
pergunto o seu nome e logo descubro que é minha xará
Menina valente que mora na rua bem perto do mar
como você faz para sonhar?
E esse olhar de criança quem a ensinou preservar?
E o medo da solidão quem lhe abraçou para passar?
E nas suas quedas alguém um dia estendeu a mão?
Menina valente que mora na rua bem perto do mar
como o mundo insiste em lhe julgar apenas com um olhar?
longe, raso, apressado...
Que tudo vê mas não é capaz de lhe enxergar
Divide a sua história comigo menina valente
que mora na rua bem perto do mar
prometo que não vou lhe julgar
Não menina, eu não posso me calar
E nem a sua história naturalizar
A poesia às vezes nos faz sorrir
outras vezes nos faz chorar
Um dia menina valente que mora na rua bem perto do mar
espero lhe reencontrar e um final feliz para sua história poder contar
É por você, por mim, por nós e tantas outras que eu insisto em lutar
Anda tão perdida
De rolê na rua com suas amigas
Quando a noite começa seu juízo termina
Já se vingou de vários e foge de rotina
Mas não esquece um beijo meu
O amor que era seu
Não fala do passado
Mas seu quarto ainda lembra
Que era eu, o amor que era seu
Se beijar outra boca, eu saio de cena
Ouro
Em cada esquina, cada rua...
Sinto no ar
Outra chance, um novo despertar...
Aquelas lembranças da infância
O piso que ando, as paredes e as plantas...
Fazem meu coração de abrigo
Para as memórias profundas
Que trago comigo...
Todo hoje é um novo começo...
Pra uns é apenas uma manhã...
Pra mim é a liberdade
Cantando em mente sã
Os tempos são outros, mas o lar é o mesmo...
Conheci o valor do outro e não parei de lutar...
Mergulhei em águas profundas
Pra aprender a me renovar...
E assim sigo...
Brindando à vida.
Deserto
Rua ecoa o silêncio intenso
Extenso horizonte
De caminhar pensativo
Passos e compassos
Serei deserto caminhante.
Em em uma rua em que todas as casas são minhas,
há uma que diariamente amanhece com a porta aberta,
estranho pois todos os dias eu a fecho a casa e todas as outras casas permanecem com suas portas fechadas.
Ora todas as casas são minhas!
Com passar dos dias eu percebi que a casa que amanhece com a porta aberta está cada vez mas mobiliada.
Eu não pedi eu não solicitei eu não comprei mobílias mas elas apareciam lá... com passar do tempo eu comecei intimamente permiti...
estava até gostando!
as mobílias eram belas refinadas e de muito bom gosto.
Uma rua em que todas as casas são minhas só eu existo, só Eu me faço presente, mas agora a mais alguém.
Quando o ser humano age, a natureza retribui
quando a pessoa joga lixo na rua, a natureza retribui com enchentes;
quando o homem planta uma árvore, a natureza retribui com ar mais puro;
quando o ser humano faz queimadas, a natureza retribui com doenças respiratórias;
quando a pessoa recicla o lixo, a natureza economiza recursos;
quando a humanidade polui o ar, a natureza devolve com chuva ácida;
quando o homem usa menos agrotóxicos, a natureza dá frutos sem veneno;
quando a gente provoca o aquecimento global, a natureza prepara uma série de surpresas.
Plantar é opcional mas o colher é obrigatório.
Por isso plante boas ações: recicle, cuide, limpe, não queime, reaproveite, plante árvores, não polua.
Pense nisso e cuide melhor da nossa casa, o Planeta Terra.
Ah! Que saudades!
O meu bem!
Ah! Que saudades!
Da “Rua Das Ilusões Perdidas”,
que terminou, numa bela
e “Doce Quinta-feira!”
Morena, moreninha, morenaça,
te vejo na rua, no cinema, e lá na
praça. Como encantadora é a
sua beleza digo isso com toda certeza.
É difícil não notar o
deslumbre do seu olhar....
A vida de Curitiba
Curitiba está fria, Curitiba com fome
Curitiba não come mais pinhão na rua
Curitiba usa roupas velhas do passado
Curitiba dorme em pé no Circular Sul
Mais desgraça ainda é imposta aos pobres
E sabedoria, loucura
Da desafortunada Curitiba.
É ar puro, é fogo de Iansã
É beleza, é bondade
De seus trabalhadores famintos.
Eu vejo jornal e fico triste.
Ouso as notícias e fico triste.
Eu saio na rua e fico triste.
Mais o povo ainda canta, as pessoas ainda acreditam então vou acreditar e continuar gritando por mudanças...
PauloRockCesar
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