Menino e Menina
Porque um menino nos nasceu,
um filho nos foi dado,
e o governo está sobre os seus ombros.
E ele será chamado
Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso,
Pai Eterno, Príncipe da Paz.
Qual beleza da natureza
São seus olhos de jabuticaba
que quando irradia ao me olhar,
me afaga e me mata.
Olhos que fascinam e alucinam
a alma deste homem
se ao estar na sua frente,
que transforma num menino.
A HISTÓRIA MAIS BELA E MAIS SOMBRIA
De família modesta, sem dinheiro,
casou-se com humilde carpinteiro.
E tão pobre ficou este casal
que nasceu o seu filho num curral.
O berço deste foi a manjedoura
onde comiam a jumenta e a toura.
De palha solta deram-Lhe o colchão
como se fora a uma ovelha ou cão.
Nunca, até agora, mais modesto abrigo
se dispensou para qualquer mendigo.
Mas este quadro de miséria extrema
é um canto de amor, um doce poema.
Não é por ser nascido num castelo
ou em palácio que se nasce belo
ou que se tem o génio ou o talento,
íman na voz, o sol no pensamento.
A simpatia, a graça, a formosura,
dons afectivos, candidato, ternura,
não fazem privilégio de alta roda,
das damas da nobreza e grande moda.
Dessa pobre Mulher do humilde povo
nasce um Menino que é o Mundo Novo,
a ideia nova, a redenção, a aurora,
a luz do amor, a voz libertadora.
Logo ao nascer era de maravilha
toda a expressão que no seu modesto leito
o crê predestinado a grande feito.
Tanto correu e se espalhou a fama
que até os Reis de muito longe chama
e também veio vê-Lo pressuroso
o tirano, o soberbo, o invejoso,
que logo acharam, para si, perigo
no mísero curral, no humilde abrigo;
que logo, tendo em conta seu regalo,
ao Menino, planearam de matá-Lo,
Mas esta pobre Mãe, triste plebeia,
para o seu Filho todo o mal receia;
Da visita dos maus Ela adivinha
o fim, o vil intuito que continha;
E resolve fugir... espera a noite,
sombra que tudo esconda, onde se acoite;
Numa jumenta cavalgando vai,
com o Filhinho ao colo, aquela Mãe,
levando ao lado atento caminheiro,
como zeloso guarda, o carpinteiro.
Procuram os caminhos mais escusos,
apavorados, trémulos, confusos,
e só pararam atingindo o alvo,
o seu Menino Amado ver a salvo,
quando chegaram a outro país amigo,
onde encontraram protecção e abrigo.
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E o Menino cresceu e correu Mundo
e mais cresceu o seu saber profundo,
pois ainda criança aos mestres espantava,
com as sábias respostas que lhes dava.
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A Força avassalava a maioria,
o povo, a multidão, tudo sofria;
O Senhor tinha mando e privilégio,
e dava e transmitia o poder régio;
Filho de escravo era também escravo,
que podia espremer-se como um favo,
amoldar-se à vontade do senhor,
sem compaixão, sem atender à dor;
O idolatra da força estava em voga,
era o carrasco que vestia a toga.
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Então Esse de humilde nascimento
começou a pregar seu pensamento.
Era belo e incisivo no dizer,
quem o escutasse era incitado a crer.
Discípulos, em breve, conquistava,
sua doutrina mais se propagava.
O sofredor, o pobre, o deserdado
achavam maravilhas no Seu brado.
O tirano, o soberbo, o invejoso
também veio escutá-Lo pressuroso.
Ele exaltava o humilde, o que sofria;
o império de Seu Pai lhe prometia.
Pregava o amor a Deus, Seu Pai Celeste,
e se exprimia sempre em nome Deste:
«Quem não amar, na terra, o semelhante
ofenderá Meu Pai, no mesmo instante»
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E a Mãe no Filho toda se revia,
mas o tirano não adormecia
e novo susto, nova dor a espreita;
ele prepara-lhe a feroz receita:
Entre os amigos de O que prega o Amor,
descobre, encontra o réptil traidor.
O beijo duma boca envenenada
foi o primeiro gesto da cilada.
O beijo denuncia, identifica,
depois surge a chicana, a fraude, a trica;
esbirros são armados em juízos,
a decisão do arbítrio quer raízes,
quer dar-se à burla aspecto de decência,
o traficante joga na aparência.
A causa de principio está julgada,
em bastidor foi a sentença dada,
se pinta a Via Sacra e o Calvário
para servir de fundo no cenário.
A trama urdida só a um fim conduz,
a que se pregue o Justo sobre a cruz.
Aquele que somente amor exprime
se acusa e culpa do mais negro crime;
a gente rica, bem tratada e nédia
nem sequer se apercebe da tragédia;
o povo ladra, no seu louco engano,
cão assolado, a soldo do tirano;
com medo dos terrores, dos castigos,
apavorados fogem os amigos.
Só Ela fica, sem receio a nada,
quer com o Filho ser crucificada.
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A Igreja, velha, sábia e previdente,
todos os anos, infalivelmente,
grita ao rebanho, chamar-lhe à memória
essa tragédia, essa sombria história,
pois nela vive o sentimento amargo
de que anda o lobo farejando ao largo;
para evitar o assalto do inimigo
que é bem preciso reforçar o abrigo,
manter, para o combate ao malefício,
espírito de heroísmo e sacrifício,
se for preciso, transportar a cruz,
saber nela morrer, como Jesus!
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A Mãe que mais amou e mais sofreu,
ao Filho inteiramente consagrada,
em nuvens de almas se elevou ao Céu,
ao som de hinos de Glória e de Alvorada.
Humilde, frágil, filha de plebeu,
com simples carpinteiro era casada,
curral foi a morada onde nasceu
a Vida que Ela viu crucificada.
Atingiu da beleza a plenitude:
Pela escada subiu do sofrimento
ao vértice do amor e da virtude.
Nunca existiu amor tão vivo e atento!
Mães, que supondes vossa empresa rude,
eis montanhas de fé, rios de alento!
Porto, Abril de 1955
Cada dia uma mulher diferente...
(Nilo Ribeiro)
A vida me prega peça,
como homem fico contente,
tenho o coração em festa,
cada dia uma mulher diferente
estive com a solidária,
só o bem ela faz,
pessoa extraordinária,
conforto-te com a paz
a mulher intelectual,
mente privilegiada,
inteligência genial,
minha letrada mais amada
a deusa da beleza,
mulher de puro encanto,
eu te amo com certeza,
para você é o meu canto
a mulher executiva,
mulher que administra,
a você dou minha vida,
pois teu amor me enfeitiça
a mulher madura,
menina cheia de experiência,
comigo estará segura,
para você a minha vivência
não são mulheres diversificadas,
são todas em uma,
tuas ações são emocionadas,
minha vida você perfuma
sou um homem de sorte,
este é o meu destino,
você me faz mais forte,
mesmo sendo teu menino
a fala do poeta,
com a do homem mistura,
uma declaração bem direta,
eu te amo com loucura
por isso sou exagerado,
tenho várias "mulher",
meu coração tão apaixonado,
somente você ele quer
usei a licença poética,
para poder me expressar,
usei de toda minha ética
para meu amor eu jurar...
De mim sempre peregrino,
na busca de me encontrar,
teimando em perambular
sem nem saber qual destino...
com todo fervor me afino
à ideia de me entender
a assim me ver florescer
à luz que, a viver, me incita
c'o menino qu'inda habita
todo meu jeito de ser...
Luzes coloridas, fogos, abraços, amigos, beijos, família, sorrisos amarelos, lágrimas secas, velhas e novas promessas, fartura na mesa...
...aquele que cresceu rápido demais, de um jeito que ninguém percebeu. O menino que dá mais valor aos amigos do que a ele mesmo. O menino que já virou a noite, só pra ver o nascer do sol ao lado de alguém especial. O menino que é simpático na hora errada, mas sabe ser insuportável quando isso é desnecessário. Aquele que não está preocupado com a sua opinião, e com certeza não vai se abalar se você falar mal dele. O menino que demonstra força pra todos, mas só quem está sempre com ele, conhece seus verdadeiros momentos de fraqueza. Sendo este o motivo de não aceitar o titulo de guerreiro. Sim aquele que tem um cachorro preto e acha que também tem um gato siamês. O menino que desde muito pequeno não suporta as festas de fim de ano. Acha injusto algumas famílias numa farta ceia de natal e outras tantas sem ter o que comer. Mas com medo da solidão, como um vício participa das festas.
O menino que busca a felicidade, seja como for. Ele acha que nasceu pra ser feliz, e não dá pra ser normal ou igual...
Quando alcançar a maturidade, triste saber que a senhora decepção o espera com um largo sorriso.
01/12/2018
Dezembro de ontem, de hoje e de amanhã
Quem te viu, que te vê,
diria até que é difícil acreditar em tudo que aconteceu de lá para cá.
A vida deu um giro muito rápido.
Fatos que marcaram diversos momentos
e que ficarão gravados na história e memória de todos envolvidos
São tantos altos e baixos, vai e vem, greves, protestos e,
muito mais esforços para colocar este imenso e gigante país nos trilhos.
Dezembro de presentes e de lembranças,
de pessoas ausentes e de presentes no momento,
pessoas que caminharam e que caminham com a gente.
Enfim, dezembro é tempo de revirar o armário de recordações
e fazer projeções para o que desejamos ver acontecer.
Dezembro de todas as luas e de muitos sóis,
quem te conhece não esquece jamais...,
e o que a gente também nunca se esqueça
que dezembro é também tempo e data do Menino Deus!
Não quero ser reconhecido simplesmente como sombra de alguém; com atributos próprios, essência própria, valor singular, quero ser um cara com estilos diferentes, de boa visão de mundo, despido de vaidades, com luzes próprias, sem ideologias de extremo, sem presepadas, sem cabotinismo, sem mania de holofotes, simplesmente, gente juncada de humanismo, ser humano dotado de princípios e valores, regras bem definidas, impregnado com a marca do Menino do Mucuri.
Vejo o medo e a tristeza em seus olhos, quero poder abriga-lo no meu colo, cuida-lo e protege-lo de seus próprios pensamentos.
cada movimento, cada palavra, cada gesto, cada olhar, até a cada respirar seu me instiga, rapaz você me tira do sério.
Capital mais que INICIAL
Sou homem já feito
Do Brasil eleito
Cantador maior.
Mas já fui pequeno
Pelejei
Vaguei de porta em porta.
Hoje sou "palqueiro"
Mas já fui terreiro
Jogando gude
Peteca
Um guri sapeca
Levado da breca.
Já bati com a cara no muro
Do mercado exigente
Hoje os holofotes me iluminam
Sorridente
Com os dentes tratados
Mas já fui telhado
De vidro partido
Hoje sou fluído.
De luzes coloridas.
Onde eu vim parar
Cantando pro mundo eu venci o baixo astral
Já fui quase nada
Hoje sou um Grande Capital
Mais que Inicial.
Voo de classe primeira
Durmo na suite presidencial.
Porque de menino
Virei homem grande
Virei na verdade um grande capital
Mais que Inicial.
De que vale ter voz
se só quando não falo é que me entendem?
De que vale acordar
se o que vivo é menos do que o que sonhei?
(VERSOS DO MENINO QUE FAZIA VERSOS)
(trecho extraído do livro “O fio das missangas”, Cia. das Letras, 2004, pág. 131.)
Tava indo pra escola
e encontrei um mendingo,
ele me agrediu
e lhe dei um golpe de jiu-jitsu
Ele se levantou
e eu nem tive tempo de escapar,
então chegou um policial
e disse ``Mãos pro ar´
Um homem, só se torna realmente um HOMEM, quando compreende a extrema importância que é Ser um Menino.
Corrompe-lhe a dúvida,
Rouba-lhe a luta,
Mas salva-lhe a lira,
De um sono profundo,
Mas fraco de ira,
Cheio de conduta,
Onde todo o seu mundo,
É seu,
E dela.
Um pinheiro, e o vermelho.
Seus cabelos, suaves,
Carregam o sereno,
De uma alma tão grave,
De abundância e segurança,
Que guarda na palma,
De destino pleno,
Do alento que é primeiro
É seu,
E dela.
Só sabem os deuses,
Distantes e atentos
Vigentes, não opulentos
Mas de rico, o intento
De nobre lembrança
Será o legado
É o acrescento
É seu,
E dela.
Mas é dele a mente
Que espera o eterno
Terno amor, que guarda
Para ela que só mente
A sua chegada
A tempos subalterno
Do próprio destino
Que de todos os homens
Escolheu o menino
Mas não importa a sina
É seu,
E dela.
A canção aconchegante,
Da noite,
Lhe parecia delirante
Mas perante as dores
Soava num instante
E os clamores tão bravos por natureza,
Não passavam de louvores
Calmos, em uma era, e era ela
Que não estava ao seu lado
Parado, inconstante
Reflexivo e guiado
O garoto não sonhava mais.
Era acordado
Mas não era capaz
Talvez fosse o medo
Mas o medo jamais,
Superaria seu amor,
Por ela, que atrela
Seus desejos ao compor,
Suas lembranças e insignificâncias
Diárias, de uma rotina de passado
E em sua mente ele voava,
Não inspirado, mas acariciado
Pela brisa, feito sopro que plainava
Seus desejos e cansado
Ainda era ela que o chamava
"N'onde estás amor?"
Ouvia ao longe, aquela fala
O tom mais belo e sincero.
Que voz seria esta,
Se não dela e discreto
Ele chorava ao som, certo
De que o passado, estava ali
Seu coração tamborilava
Devia aceitar, tinha algo para cumprir.
Dormiu, foi em sonho.
Ela lhe sorriu a face rosada
E ele bisonho, tentou se aproximar
Cabelos ruivos bailaram em velada
No sorriso inocente, estava a clara
Sob a clareira, no clarão do luar.
Quando tempo faz?
Viveste para respirar,
Mas já não importa mais
Pois agora chegou,
Plangente e com dor
Porém tem consigo vigor
Ela te espera
Não se esqueça da calma
Ela te ora
Lhe beija a alma
Venha, estenda os braços
Respira os melhores ares
Foi Zéfiros quem os preparou
Pode ver ao longe os traços?
Eles nascem em pares
Como foi você, quando a encontrou
Ela te espera
Não se esqueça da calma
Ela te ora
Lhe beija a alma
Já pensaste enquanto vive?
Ela não pode te comandar
Suas decisões que o inclinem
Para com ela poder professar
A união indispensável
É tua quando podê-la alcançar
Ela te espera
Não se esqueça da calma
Ela te ora
Lhe beija a alma
Portanto se vá
Ore e vigie, espalhe tua erudição
Seja digno feito ela
Que estendeu o coração
Talvez esteja à hora
Pois apesar de tudo
Estás aqui
Ela te espera
Não se esqueça da calma
Ela te ora
Lhe beija a alma
A noite e os ventos suspiravam,
As estrelas e os pássaros lhe admiravam
Mas era o tempo que caminhava observando
Lento feito nuvem ao céu nublado
E era ele que iria
Acreditava e desta vez
Com maior fé prosseguiria
Para vê-la em placidez
Oh, pobre jovem
Consegues, podes mais
Se és como nuvem
Sabeis que é capaz
Pois sendo ela, se carrega
Até onde ela estás
E era ele que iria
Acreditava e desta vez
Com maior fé prosseguiria
Para vê-la em placidez
Vê aquelas aves?
Voarão até os montes
Cruzarão longos mares
E planarão sobre horizontes
Como não poderia então,
Espera-la até que apronte
E era ele que iria
Acreditava e desta vez
Com maior fé prosseguiria
Para vê-la em placidez
Chegaste até o ponto
Em que o tempo e teu dom
Compreendem qualquer conto
Sobre ela e o seu tom
Porém agora tu já sabes
Podes vê-la em inspiração
E era ele que iria
Acreditava e desta vez
Com maior fé prosseguiria
Para vê-la em placidez
Qual era a cor do céu?
Seus pensamentos angustiados,
Se perderam e sem anel,
O compromisso era forjado.
Sem pesar, e como fuga
Lutava contra a culpa.
Queria ser dela, mas a disputa
Era cega e absoluta.
Dizia para si, sê fiel,
Porém, seu coração agora cansado
Pedia por razão e era cruel,
Sua paixão parecia um fardo.
Sem pesar, e como fuga
Lutava contra a culpa
Queria ser dela, mas a disputa
Era cega e absoluta
Adiante, homem, viva seu fado,
Sereno, e distante;
Será como aqui, porém amado.
Talvez perante;
Seja sozinho, e será passado,
O tempo, puro, presente
Vivo, e venturo.
Consequente, homem, viceje e a vida,
Mostrar-lhe-á a dor,
Nas noites e em suas brisas,
Seguirá taciturno de amor,
Antes mesmo da despedida,
O alento, duro, ardente
Esquivo e Inseguro.
Só então, viverá a chance
Que nem os Deuses
Mais distantes,
Poderiam lhe privar.
Só então, viverá um romance
Que embeleze,
A sua espera;
Porém ainda assim seguirá, a procurar.
Sua vida afinal, já não é mais sua.
E os dias que se seguirão, não são mais seus.
Suas escolhas, que se farão, são pela única,
E suas conquistas, que ocorrerão, o farão pelos teus:
Cabelos avermelhados,
Alma, e o adeus, para ninguém dado.
Sim, é dela a cor do céu,
Que se altera ao seu agrado
Como é dela o garoto incréu,
Para o eterno, suspiro, realizado.