Meninas Malvadas
— E ele, por onde anda?
Pelas ruas de um Porto […] Amando mulheres, garotas, meninas. Amando todas, menos à mim.
Eles queriam meninas mais velhas e pobre de mim, tinha apenas de doze, treze anos. E daí? Não liguei. Segui minha vida conforme aquilo que muitas vezes acreditei ou como todo mundo diz: Na boa. Mas eu não iria ficar triste por tamanha mudança. Não iria mais sentir descolo por ser tão sozinha, desde pequena e não iria mais deixar que alguém pudesse fazer algum comentário maldoso em cima de qualquer atitude minha.
Tempos se passaram, era na verdade o primeiro dia de aula, na sala seencontravam ao canto 4 meninas, na época melhores amigas, 3 meninos com bela aparência estavam ao fim da sala perto da porta, e uma outra menina se encontrava no meio de outro grupo distinto de pessoas[…] tempos se passaram e a amizade daquelas pessoas começaram florescer. Tivemos nossos primeiro encontros, nossas primeiras palhaçadas; foi algo que marcou meu ano, talvez amelhor coisa que me aconteceu foi ter conhecido eles esse ano. Eles meacolheram, souberam me ajudar, me chamar de louca, deram os melhores abraços. Sabe eles sempre estiveram lá, para me proteger de tudo, de tudo que me fizesse mal, de tudo que me machucasse, eles estavam lá pra me proteger dessa sociedade inútil; eles me fizeram uma pessoa mais forte, me ensinaram que não deve-se desistir nunca, e que nada é impossível basta querer. Tivemos vários outros encontros e mais pessoas se juntaram ao nosso grupo: um certo meninoque já havia entrado no colégio há muito tempo junto a mim, e ainda tinha umidiota que estava no turno da tarde e que aumentava nossas rizadas com suas palhaçadas, e mais um menino com sotaque estranho e muito tímido por acaso. Eu simplesmente só tenho a agradecer Senhor, por essas pessoas que entraram em minha vida; eram no total de 11 pessoas; que simplesmente vão estar por toda a minha vida. Espero que não se vá essa felicidade, esse amor que eles me fazem sentir, por favor eles são a minha força, não tira eles de mim. Vocês me ensinaram o que era confiança, o que era amizade, o que era ter melhores amigos. Acredite que mesmo que nos separamos, eu sempre estarei ai no coração de vocês, e acreditem eu nunca esquecerei vocês, pois fazem parte da minha vida, da minha historia, e por isso que eu digo em alto e bom som eu “amo vocês”.
Dica para meninas: encontrem um homem que te respeite e preserve. Significa que ele não esta te expondo em um mostruário.
Eu escuto muitas meninas dizerem que adora a hora de ir para a aula, sabe essas meninas que vivem grudadas umas nas outras? Soltando gritinhos estridentes, irritantes, que ficam falando da escola. Eu sempre fui diferente, nunca gostei de nada convencional, nunca gostei de aula, e nem nasci grudada em ninguém."
Meninas, já pararam para ver o tanto de homem que sofre por causa de mulher? Já pararam para pensar que por ai também tem homem que dá todo amor, carinho, atenção e em troca só recebe patada e chifre? Já pararam para pensar que como nem todas as mulheres são iguais, os homens também não são? Falar é muito fácil, agora quando você é um dos caras que dão maior valor e geralmente quebra a cara,vocês tem outra visão!
Eu amo as estrelas e detesto poluição
Eu amo as meninas e detesto o gavião
Eu amo ler jornal e detesto opinião
Eu amo quem me ama e detesto rejeição...
O problema é que vocês fazem as meninas pensarem que as amam, quando não amam. E as meninas, fazem vocês pensarem que não as amam, quando amam.
SOBRE GAROTOS E MULHERES
Meninas, conhecem os garotos?
(aqueles que vocês nunca
vão achar menos de um
motivo para chamar de infantil)
Garotos, conhecem as meninas?
(Mulheres, por assim dizer)
Garotos nunca mudam.
Cresce
Muda voz
Fica forte
Mais bonito, quem sabe
mas nunca deixarão de ser Garotos.
Homens!, dizem eles.
Até parece,
Crescer, não cresce
Vai sempre ser o mesmo
moleque
E Ela?
Sabe, as mulheres
A Mulher
Unica
Há quem ouse dizer que as mulheres são iguais
Trouxa!
Como ousa?!
Meninas-Mulheres
como não as querer?
Nunca são ingênuas a ponto de impressioná-las
Nunca tão maduras a ponto de não ter o que aprender
Como não as querer?!
Cada mulher é perfeitamente unica
difícil dizer
Seu olhar particular
o seu jeito de andar
sua boca a silabar
(não consigo parar de olhar)
Suas linhas a desenhar
as trajetórias
do meu olhar
Não há como não desejar
Seu cheiro
invade meus sentidos
questiona meu olhar
destrói meu pensar
Há como não desejar?
Não canso de dizer:
és linda
és unica
és deusa
és carne
és minha?
Jamais!
Serei somente teu
afinal como me apossar de um objeto
(que não existe)
?
Hoje, meninas de 14 anos choram por meninos só por que é perfeito, é o tipo da pessoa que não sabe aporveitar a vida.
Espelho
A gente desconfia
da sombra
da lombra
das ruelas e esquinas
dos meninos e meninas
E nem imagina
Que a veste maltrapilha
Cobre um bom filho
Um pai de família
Uma mulher descente
A gente tem medo de gente
E nem desconfia do espelho
Ali, absorvida no viverbrincar, as meninas fazem parte de um outro universo, quase posso senti-lo. A impressão que tenho é que, se estender a mão, toco na finíssima bolha que forma esse mundo só delas. Olho-as novamente e, no meio da tarde, aquelas meninas como que parecem mágicas, ancestrais. São todas alices em seu país de maravilhas. Ali, brincando, o tempo não existe para elas." (Corina, 2007)
Meninas moças teimosas e graciosas que dormem sem calcinha, suadas e sem pudor, deitadas na rede com janelas abertas em noite de lua cheia, vem o Boto de cabelo molhado, no frescor da noite, entra, adentra e engravida. Melhor administrar esta ancestral fatalidade muito comum na grande floresta do norte, que ter a filha falada pelo povo maldoso dizendo que ela se perdeu na vida e é mãe solteira de um recém chegado forasteiro. O Boto ainda é o pai de muito brasileiro.
“Não tenho um dedo podre no amor, eu tenho o corpo todo, adoro essas meninas má, e falsas onde elas só olham para o próprio umbigo”
Seculo XXI e nossas meninas mulheres sem medo de serem bonitas, sexy, intelectuais, esclarecidas, feministas e competitivas perante o mercado de trabalho e dos saberes mas quando buscam o lar pela maternidade esquecem de tudo e retomam as velhas maldiçoes familiares e os erros da antiga nascente geração das filhas criadas por um só lado de nossa previsível classe media. Casamentos breves, sonhos ao vento, viver o momento, relacionamentos unitários, maternidade independente, escolhas erradas e equivocadas continuidades. Parece mesmo que precisam repassar a infelicidade da mesma forma para esta nova geração, outra vez. Tanto falaram como era fácil ser feliz e fazem infelicidades igualmente, outra vez. Evolução repetitiva de erros. Enfim...
Eu vejo meninas de 13 anos grávidas e penso: Meu Deus, porque a mãe dessa criança não deu computador com internet pra ela?
Como era absurdo que em todos os sete reinos, as pessoas mais fracas e mais vulneráveis - meninas, mulheres - foram desarmadas e não lhes foi ensinado nada de luta, enquanto os fortes foram treinados para os mais altos níveis de sua habilidade.
Outro dia, chamei alguns meninos e meninas do bairro, para uma tarde de recorte e colagem em fanzines. Queria saber o que é ser criança no contexto onde moramos. Como é soltar pipa na rua ou brincar na beira do córrego já que as quadras e pracinhas da vila ficam a mercê da juventude que bebem e fumam seus baseados. Em vielas, becos e escadões também não é possível brincar, pois correm o risco de atrapalhar o comércio local das drogas ilícitas. E as motocas barulhentas que sobem e descem o morro? Ora com perseguições e aborgadens mal sucedidas da Polícia que rodam a favela de noite e de dia. Este é o olhar dos meninos, porque as meninas não podem sair de casa. Suas mamães não deixam e dizem que menina têm que aprender os afazeres de casa para se tornar uma mocinha. O dia-a-dia da criança na periferia é assim: De manhã, trancada em casa sendo cuidada pela avó e a televisão, e a tarde, na escola pública cercada de grade. Mas tem aqueles que não estudam, pois não vêem graça no ensino educacional. Estes, preferem a rua. E aprendem o quê ela têm a oferecer.