Menina Tímida
Aquela flor no cabelo, o sorriso espontâneo em frente ao espelho e o batom vermelho... Tudo denunciava: seu coração estava aberto de novo, e nele agora alguém habitava.
Demorou, mas ela juntou seus pedaços, venceu o cansaço e voltou a amar, sorriu novamente, e agora contente, se deixou levar.
Hoje ela põe uma flor no cabelo, se olha no espelho, se veste com todo amor que ainda tem, e sai... não pra se perder, mas pra se encontrar nos braços de alguém que lhe devolva o prazer de amar.
Ela tem uma queda por tudo que a faz sorrir, por isso ela deixa fluir, afinal, se faz bem, que mal tem deixar entrar, invadir sua alma e a fazer sonhar?
Aprendeu a aceitar a vida como ela é, apenas vivendo, sem perder a fé... Aliás, fé, é a única coisa que jamais lhe faltou, pois seguiu sorrindo, mesmo quando tropeçou...
Hoje, de pé, se orgulha de tudo, de ser o que é, porque é bela, e seu coração é lindo, e todo aquele que também é, que seja bem vindo!
Deixou de correr e ter pressa... Hoje ela para, respira e não pira ao primeiro sinal de problema. É que ela aprendeu que o simples não estressa, e agora ela foca no que realmente interessa, no que lhe satisfaz, lhe acalma e lhe enche de paz.
Hoje ela vê com clareza a beleza de tudo, e só arma seu escudo quando lhe convém, e quando sente a maldade exalando de alguém...
Não é que ela tenha perdido a paixão, é que agora ela só se dedica ao que faz bem ao seu coração... E porque tudo que lhe custa um minuto sequer de sua paz, pra ela já é caro demais...
Lá vai ela, navegando com seu barquinho chamado vida por esse marzão que se chama tempo, remando contra a maré, sempre à procura de um vento, mas nunca sem perder a fé. Segue firme, peito aberto, seu foco é seu talismã, pois desse barquinho chamado vida, ela é e sempre será capitã.
O dia hoje amanheceu mais doce, antes fosse todo dia, com mais cor, menos dor, só amor... E quem dera ela fosse vista livre na pista e mesmo assim respeitada, benquista, admirada. Quem dera ela acordasse amanhã e tudo ainda fosse cor, e que lhe dessem o que é seu por direito: valor e respeito!
Ela adoraria parar o tempo, cortá-lo em pequenos fragmentos e levar consigo apenas os seus bons momentos. É que ela odeia lembrar do que a faz sofrer, do que não fez sentido, e de tudo que um dia a deixou de coração partido.
No fim da contas você vai perceber que o tempo é aquele amigo que te oferece abrigo, que te conta história, e que guarda pra ti o que é bom, numa caixinha chamada memória.
Não é que ela seja só solidão... É que ela é dela, e acha tão bela sua companhia, que aproveita esses momentos pra falar com seu coração, pra crescer, amadurecer e ser um constante “ser” em evolução.
Sozinha ela faz longos passeios em meio a si mesma. Conversa, reflete, se faz mais feliz... e é assim que ela segue vivendo, crescendo e sendo eterna aprendiz.
Porque não se trata de beleza exterior, é questão de estar junto, seja lá onde for... e poder ter certeza de que vai ter uma mão pra segurar quando o dia for ruim, e quando o tempo fechar...
Ela decidiu: vai dormir tranquila, fez andar a fila, já era... Quem perdeu foi quem não soube enxergar seu valor e lhe dar o amor merecido. Então que ele seja mais um à ser esquecido... Agora ergue a cabeça, menina, sem penitência. Lembra que seu segundo nome é Resiliência!