Menina Sincera
Adorava o natal, eu podia usar roupa nova... nunca vou esquecer um chapéuzinho que mamãe fez. Fui a missa com um sapatinho de verniz que brilhava... Deu início assim a saga de menina por seus objetos de consumo....
Em cada amor um único caminho
Em cada abraço sempre teu calor
Nos versos que traço
A canção mais bonita
faz brotar a primeira vez
Sentindo teu carinho
o corpo dormente pede consente
Num vai e vem de mais
em a luz da manhã rastrejar se diz presente
em Restos de cortina
Quero rock, café festejar
Amar teu jeito de menina
"Não haverá distância onde existir a presença do afeto, como em almas que se entrelaçam, em corações que se abraçam, em um pai que jamais deixará de amar sua filha."
A boneca já foi um sonho na vida das meninas,
era um símbolo da pureza e beleza numa
infância construída pelo amor...
Hoje ela foi trocada pelo celular,
deixando a ingenuidade para o passado
de quem conheceu o calor humano e
não a frieza de uma máquina!
Ela não quer o perfeito. Que tenha defeito, mas que seja puro, verdadeiro, e que não tente fazer do seu coração, picadeiro.
Dos amores que já viveu, de nenhum ela se arrependeu, pois com todos ela aprendeu, sorrindo ou chorando, continuou amando, vivendo e doando o melhor de si... No fim das contas, guardou o melhor de todos: dos bons, lindas memórias, dos ruins, algumas histórias.
São pequenos momentos, fragmentos guardados de cada amor já vivido, sonhado e partido, que se juntam, se colam e fazem dela esse emaranhado de amor, de loucura, liberdade, calor e doçura.
Ela só quer mergulhar num amor que não seja raso, que não tenha prazo nem hora pra terminar, que a faça dormir com as estrelas e acordar olhando pro mar.
Porque ela é intensa... tudo é profundo, e basta um segundo de amor, de carinho, pra ela se sentir em casa, se sentir amada, e sentir que encontrou seu ninho.
Cansou de desperdiçar seu tempo com palavras que se vão com o vento... Pra ela, há mais virtude em quem tem atitude, em quem mostra o que sente e está sempre presente...
Aprendeu a não se doar à toa, e por mais que às vezes lhe doa, ela não perdoa quem é só garoa... É que ela não se contenta com metade, ela é tempestade, intensa, e sua vontade de amar é imensa, mas seu amor é valioso, e ela não abre mais o coração pra qualquer curioso.
Ela adora poemas coloridos, sussurrados ao pé do ouvido, que cantam o amor, curam sua dor e amolecem sua alma... Porque um belo poema, lhe dá paz extrema, alegria suprema e acalma.
Aquela flor no cabelo, o sorriso espontâneo em frente ao espelho e o batom vermelho... Tudo denunciava: seu coração estava aberto de novo, e nele agora alguém habitava.
Demorou, mas ela juntou seus pedaços, venceu o cansaço e voltou a amar, sorriu novamente, e agora contente, se deixou levar.
Hoje ela põe uma flor no cabelo, se olha no espelho, se veste com todo amor que ainda tem, e sai... não pra se perder, mas pra se encontrar nos braços de alguém que lhe devolva o prazer de amar.
Ela tem uma queda por tudo que a faz sorrir, por isso ela deixa fluir, afinal, se faz bem, que mal tem deixar entrar, invadir sua alma e a fazer sonhar?
Aprendeu a aceitar a vida como ela é, apenas vivendo, sem perder a fé... Aliás, fé, é a única coisa que jamais lhe faltou, pois seguiu sorrindo, mesmo quando tropeçou...
Hoje, de pé, se orgulha de tudo, de ser o que é, porque é bela, e seu coração é lindo, e todo aquele que também é, que seja bem vindo!