Menina Gente Boa

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Neblina? ou vidraça
que o quente alento da gente,
que olha a rua, embaça?

E cintila a chama nos olhos da gente nova, mas nos olhar dos velhos, divisa-se a luz.

As empresas existem para criar e preservar seus clientes. Não para criar produtos, como muita gente imagina. Os produtos são efêmeros; os clientes não.

A gente não escolhe o próprio assunto. Eis o que o público e os críticos não entendem. O segredo das obras-primas está nisso, na concordância do assunto com o temperamento do autor.

O inferno é uma cidade muito parecida com Londres / Uma cidade com muita gente e muito fumo.

As ideias novas são para muita gente como as frutas verdes que travam na boca.

A lei é como uma cerca - quando é forte a gente passa por baixo; quando é fraca a gente passa por cima.

A gente sabe que o amor existe graças aos crimes passionais que a imprensa regista diariamente.

Há muita gente para quem o receio dos males futuros é mais tormentoso que o sofrimento dos males presentes.

A diferença do sucesso ou não sucesso está dentro da gente. Está na forma como nós pensamos, na forma como nós agimos.

Quanta gente sem talento ousa comentar a obra dos talentosos, dizendo: "Se soubesse fazer isto, tê-lo-ia feito melhor.".

Não é a fortuna, mas juízo somente, o que falta a muita gente.

O verdadeiro prazer da vida é viver com gente que nos seja inferior.

A vaidade faz mais gente feliz do que o orgulho.

Muita gente há que não se arrepende verdadeiramente senão das suas boas acções.

O que há de melhor nos grandes empregos é a perspectiva ou a fachada com que tanta gente se embeleza.

Dizem que o amor acaba, termina. Mas não é verdade. Nada acaba, tudo muda, transforma… Depois da nossa fuga de casa, vem o nosso medo, vem a nossa coragem, vem o salto sem rede… Vi você indo embora, sendo levada de diferentes formas, tantas e tantas vezes. E depois vi você voltando… O que tinha sido vivido, o que tinha ficado para trás, era parte de uma mesma história, de uma mesma vida, de um mesmo sentimento… o amor. E foi então que eu vi nós dois juntos rompendo fronteiras. Do outro lado da fronteira, que sem perceber que nos já tínhamos cruzados.. do lado de cá, dois adultos maduros finalmente libertos daquele fardo pesado.. E agora podemos viver!

Ana minha irmãzinha… Continuo com febre em Gramado, é o quinto dia já sem ver a Julia, com o Rodrigo sozinho, coitado, tendo que se virar, mas mesmo assim de algum modo eu fico tranquila, pois não pode existir nesse mundo um pai melhor pra ela, não que ele saiba tudo, ao contrário, tem tanta coisa que ele não sabe, toda hora ele escreve ou liga querendo saber como dá o banho, como dá a sopa, como tratar a assadura, como botar pra arrotar; mas mesmo sem saber tanta coisa, ele sabe o principal… que é amar a filha acima de tudo, e se comprometer com esse amor.
Como é que se faz uma festa sem você Ana? Eu me fiz essa pergunta enquanto preparava os doces, entregava os convites, enchia os balões de gás, inventava as brincadeiras. Como é que se dá uma festa sem você minha irmã? A resposta é simples: Não se dá, pois você esteve ao nosso lado o tempo todo, em cada sorriso da Julia, em cada criança correndo cheia de vida, em cada laço colorido de presente que chegava prometendo uma surpresa boa.
Essa festa serviu para comemorar, mais que tudo, a sua coragem em ter presenteado esse mundo com a Julia.
Essa festa foi uma homenagem á sua vida… a vida que brinca, que sorri, ta cada dia mais linda, mais doce, mais parecida com você.
A Julia deu seus primeiros passos dois messes depois de completar um ano de idade, em uma quinta-feira de céu azul no meio do parque, ela me olhou espantada como se não acreditasse no que tinha acabado de acontecer.
A Julia teve a sorte de ter algo que nós duas não tivemos Ana… um Pai! Um pai maravilhoso, que apesar da correria entre a faculdade e o trabalho fez questão de estar presente no primeiro dia de aula da filha.
Ontem foi a primeira festa Junina. A vovó fez questão de encomendar o vestidinho dela sob medida. E você sabe que eu não sou de contar vantagem, mas a Julia era a caipirinha mais linda da festa, sem brincadeira, todo mundo se virava pra olhar.
Nos últimos tempos Ana, a Julia deu pra me chamar de mãe, que me deixou triste e feliz ao mesmo tempo, mas principalmente confusa. O Rodrigo e eu fomos até uma psicologa que disse que era pra gente deixar, mas sempre explicando que ela tem uma mãe de verdade e outra mãe de criação, e que as duas amam ela pra valer.
Dizem que na vida a gente se acostuma com tudo… Não é verdade! Anos se passaram e eu não me acostumei. Ninguém esquece uma saudade, nem substitui um amor. Nessas datas então, como eu poderia não me lembrar.
Ainda sim no aniversário da Julia eu sabia que era eu quem estava recebendo o melhor presente… um presente de uma irmã tão generosa, que antes de ir embora deixou uma parte dela comigo, pra que eu nunca me sentisse sozinha, para que a saudade não me matasse.

''A gente é livre para fazer nossas escolhas, não para seguir impulsos.''

Dizem que o amor acaba, que o amor termina, mas não é verdade, tudo muda e se transforma…