Menina Gente Boa
Povo nordestino.
Nosso povo é hospitaleiro
gente humilde tão gentil
do pescador ao vaqueiro
da terra seca ao céu anil
do litoral ao sertão
o nordeste é a região
mais arretada do Brasil.
Oh, quanta coisa ferve dentro de mim, enquanto fico deitada na cama, tendo de aturar gente que não suporto e que sempre interpreta mal minhas intenções.
Conta pra mim de onde a gente se conhece.
De onde vem essa repentina admiração tão perene.
De onde vem o sentimento de que nossas almas dialogavam muito antes dos nossos olhos se tocarem.
Conta por que tudo o que é precioso no seu mundo me parece que já era também no meu.
De onde vem esse bem-querer assim tão fácil, assim tão fluido, assim tão puro.
Conta de onde vem essa certeza de que, de alguma maneira, a minha vida e a sua seguirão próximas, como eu sinto que nunca deixaram de estar.
Por que a gente insiste em colher aquilo que não plantamos? Quer ganhar sorriso, dinheiro, elogio, amizade, oração e presentes? Então DÊ!
Que espécie de gente vive por aqui? — perguntou Alice
Naquela direção, vive um Chapeleiro; e naquela direção, vive uma Lebre de Março. Visite qual deles quiser: os dois são loucos. — respondeu o Gato.
Mais não quero me meter com gente louca. — Alice observou.
Oh! É inevitável, somos todos loucos. Eu sou louco. Você é louca. — disse o Gato.
Como sabe que sou louca? — indagou Alice.
Só pode ser, ou não teria vindo parar aqui. — respondeu o Gato.
Esquece o tempo que passou.
Se sorriu ou se chorou.
Se amou ou se sofreu.
E pra gente ficar bem, deixa eu ser o seu neném pra ganhar um dengo seu.
A gente tem é que se amar muito, se respeitar muito pra chegar para o outro e dizer: se é isso que você me oferece, agradeço, mas recuso. Não quero esse pouco. Não quero essas partes. Não quero a sua metade. Vem inteiro, completo. Ou não vem. Ou nem te apresenta. Ou pega teus brinquedos e sai logo daqui.
Que coisa mais triste, tudo é tão triste - a gente passa a vida inteira feito bobo pra depois morrer que nem besta.
E aí lembro de Guimarães Rosa, quando dizia que “o que tem de ser, tem muita força”. A gente não tem é que se assustar com as distâncias e os afastamentos que pintam.
Não aguento mais esse ti-ti-ti, esse bafafá, essa gente que não é capaz de olhar para si primeiro. Tudo precisa de rótulo, tudo precisa ser debatido, tudo precisa virar confusão, tudo é levado para o outro lado e encarado como crítica. As pessoas estão sensíveis e agressivas demais. É contraditório, eu sei. Mas jogam mil pedras nos outros e ficam ofendidas por pouco. Isso é demais pra mim. É por isso que cada vez mais eu me fecho no meu mundinho. E lá entra quem eu quero, quem é da minha tribo. Porque esse mundo onde tudo é guerra, confusão e gritaria não é comigo. Não gosto do grito, prefiro os meus silêncios. Não gosto da confusão, sou do time da calmaria. Não gosto do tumulto, prefiro a paz. Não gosto da fofoca, prefiro falar com os olhos. É mais humano, mais leal, mais digno, mais legal.
Acho que as pessoas andam perdidas. E fazem a maior questão de se preocupar com o que está fora. Esquecem que o que nos acompanha é o que fica lá dentro. E essa é a nossa melhor e pior parte.
A distância faz a gente sentir saudade de quem amamos, mas o tempo e a coragem nos fazem seguir em frente em nossa vida.
A amizade é a página mais linda da vida. Tudo passa, tudo acontece, mas os bons amigos a gente jamais esquece.
Acho que é isso que vocês não são capazes de compreender, que a gente, um dia, possa não querer mais do que tem.
Tem gente que entrou na fila pra ser chata pelo menos duzentas e cinco vezes. E não adianta tentar tapar o sol com a peneira ou arrumar desculpa. Só morrendo e nascendo de novo mesmo.
Acho que a gente passa a vida tentando. Mas algumas coisas eu aprendi levando porrada. A mais importante delas é: nunca posso deixar de ser quem sou. Ninguém merece que eu me mude e me maltrate. Só mudo se quiser e achar necessário, mas mudar para agradar alguém é a maior furada do universo.