Memorias de um Sargento de Melicia
Entre milhas e memórias, sinto teu cheiro no vento e teu toque nas estrelas. A distância se faz presente, mas não apaga a chama do amor que em mim arde, mesmo que mil calendários passem ou oceanos se estendam entre nós.
Eu sou um viajante no tempo, um náufrago na saudade, buscando teu sorriso em cada amanhecer. Porque o que somos sem o outro senão um eco de nossos próprios sonhos?
Te amo entre o sol e a lua, entre o céu e o abismo. E mesmo que estejas a mil e quinhentos quilômetros ou a quatro anos de distância, meu coração ainda dança ao som da tua existência. E assim, sigo em frente, sabendo que um dia nossas almas se reencontrarão, como se nunca tivessem se perdido.
(06/09/2024)
Há Muita Dor, Mas Há Mais Amor
Sorrateiramente memórias de infância me invadem e me fazem descumprir o cotidiano:
Na lembrança, apresenta-se uma figura aterrorizante que representa um clichê de tirano,
Do meu quarto, sinto o odor do cachimbo juntamente com o desprezo nos seus olhos exalando ódio,
Mas dar para ouvir da janela, apesar da tarde taciturna, as vozes das outras crianças brincando.
Do terceiro andar, eu fantasio-me brincando com elas no térreo, pois nem concebo a ideia se eu devo ir,
No instinto, aguardo o déspota desacordar ou sair de casa, para que possa me divertir.
De repente o interfone toca, ele atende, após uns berros, sai depressa pelas escadas, entra no carro e liberta-me.
Fiz meus afazeres escolares, minhas irmãs estão dormindo, minha mãe no trabalho e agora desobedecer é o mesmo que viver.
Viver é muito melhor que sonhar e me entrego de corpo e alma as brincadeiras, com minha pipa e meu pião,
Já estou todo sujo de terra como os amigos, ganhei pipas, não tenho mais o pião e acendi a chama do meu coração.
Minha a alma é invadida pela alegria de ser uma criança, sinto que venci o mau,
Porém subitamente escuto a cavalaria do inferno através do escape velho e barulhento.
Corro mais rápido que na brincadeira do pega-pega, subo as escadas para que não perceba que estive brincando,
Entro direto no banheiro, tomo banho e começo a chorar porque sei o que está acontecendo,
Você entra, espera eu terminar o banho e me surra com a mangueira que você usou para lavar o automóvel,
E sofro mais uma das infinitas violências do escárnio que um dia eu chamei de pai.
Por estes episódios, passei a minha vida crendo que não deveria ser pai, pois às vezes me deparei reagindo igual como inclemente.
Nas diversas escolhas, este pensamento sempre permaneceu, por achar que um dia eu seria como ele.
Arrependo-me profundamente, porque as opções que fiz anteriormente me castigaram a alma e me amaldiçoou até recentemente.
Mesmo que tardiamente, ser pai foi a melhor ventura que me aconteceu,
A importância de sê-lo é o mesmo que reconhecer a mudança e despejar a esperança na posterioridade,
Embora, o mais especial pra mim foi descobrir, mesmo com toda dor que possuo, o amor que ainda sou capaz de dar e receber.
Sou feito de pedaços,
de sonhos, de mar e de vento.
Carrego histórias no peito,
e memórias no pensamento.Há dias que sou tempestade,
em outros, sou calmaria.
Vou navegando entre os mundos,
buscando meu pensamento.
Cléber Novais
Crescente solidão,
terror implantado
em uma casa vazia,
sem saída, perdido
em memórias.
Reside em pesadelos,
dedetizando os
consumos do mal.
Dança pestífera,
junto a uma ópera
de lamentações, numa
valsa visceral.
Epitáfios, ausentes
de vidas, em uma
mutação grotesca,
buscando um sorriso.
Sem pedestal, para
apresentar um novo
trauma, que pecou
em uma diretriz
irônica.
Prescindindo um
sentimento efêmero,
resguardando uma
fé inapta.
Buscando a redenção,
na podridão. Nos corpos
puídos, a comporta se
materializa em uma
singularidade enrugada.
Um agouro consumado, feito
de falácias ásperas.
Apêndices se formam na
destruição, a proposta se
prorroga do breu e prostra
em simulacros.
“A verdadeira riqueza da vida está nos momentos que vivemos e nas memórias que criamos.”
Roberto Ikeda
Saudades!
.
.
Nestes dias de tua ausência prolongada,
Quando te perdes nas memórias de tuas origens,
Minhas palavras para ti tornaram-se raras,
Escassez de minhas palavras tu estais,
Pois minhas mensagens regozijam encontrar suas vistas,
Agradam quando te agradam,
Palavras que,
Como madeira que, ao calor da forja, se transforma e se aquece.
.
Preservei o silêncio, a abstinência de escrever, o jejum de falar, fazer-me presente;
Para que a carícia das palavras não te distraísse
Do verdadeiro alento, do amor que te é devido,
Aquele amor materno e paterno que te envolve.
.
Segurei-me de muitas coisas que desejava compartilhar,
Para respeitar teu espaço, teu canto sagrado,
Temendo que minha voz pudesse acirrar
A saudade que, voraz, se instala em cada canto.
.
Reservei-me de tantas e tantas coisas que gostaria de escrever,
Para consagrar sua várzea.
.
Meu paladar jaz na memória dos teus beijos,
Meus braços, uma força agora desfalcada, insípida, ante seu macio abraço,
Sentem falta do toque suave que em tuas mãos se finda.
À vista de tudo, estou descoberto sem alma.
Neste vazio, sinto-me desprovido, desamparado.
.
A distância e a saudade maculam meu ser,
Entristecem até o mais valente dos corações.
Em momentos vazios, cobiço até tua sombra,
Sigo o rastro do perfume que deixaste no ar,
Cada passo teu se imortaliza na poeira que agora
Envolve o chão que tocaste, tornando-o altar de tua passagem.
.
Ainda conservo teu lado da cama,
Ainda repousa ali a imagem que de ti projetei.
.
Querida, aguardo-te para revigorar o homem que sou,
O homem que, em tua ausência, se transforma.
.
Amo-te, eternamente, mais do que mil milhões!
Casarões históricos, palco de tantas histórias,
Guardam em suas paredes, memórias de glórias.
O reggae toca, a cidade dança,
Em São Luís, a arte tem esperança.
Artesanato, dança, música e pintura,
Em São Luís, a arte é pura candura.
Bloco Tradicional, bumba meu boi, tambor de crioula, cacuriá,
Em São Luís, a cultura é a alma que guia.
Os problemas ocorrem em nossa vida devido à repetição de memórias, padrões e crenças condicionadas. A castração da verdadeira expressão do teu ser ocorre a cada dia através dos controladores que utilizam da tua própria ignorância como energia para essa sucessão de fatos. Enquanto essas memórias vão se repetindo, enquanto essas memórias não são limpas, elas continuam plasmando repetidas vezes os mesmos problemas em nossa esfera de percepção.
O tempo passou e ela percebeu que as únicas memórias que restavam não passavam de ilusões. As lágrimas desciam como facas, e o som da realidade batendo à porta era o seu golpe final.
Ela finalmente deixou o sentimento ir, levando consigo a esperança que um dia existiu.
A música, que era sua amiga, sussurrou segredos tristes e mostrou cicatrizes mais profundas do que o poço em que seu coração estava... quebrado, aos poucos recolhido e reciclado no desespero de não ser maltratado. O sorriso não se fechou, mas o barulho alto do sentimento aos poucos se calou. A ilusão era sua única companhia, mas ainda assim ela persistia.
Hoje eu escrevi no tempo,
Escrevi nossos momentos,
Escrevi nossas memorias,
Eu pedi um pouco mais de tempo,
Para te amar e te viver!
Nas sombras do tempo, ele caminhava solitário pelas ruas de memórias desbotadas. Seu coração, um mausoléu de amor, guardava o fogo sagrado por ela. Ela, a musa imortal de seus sonhos, vivia na penumbra de sua ausência, uma presença tão vazia quanto as ruínas de um templo esquecido.
Anos haviam se passado desde que suas vozes se entrelaçaram em canções de promessas e suspiros. Anos desde que seus olhares se perderam nos labirintos da alma um do outro. Mas para ele, o tempo era apenas uma cortina fina entre o que foi e o que poderia ser.
Ela era como a névoa da manhã, presente, mas intangível. Ignorava-o como se ele fosse uma sombra indesejada em seu horizonte. Seu silêncio era uma sentença, sua indiferença, uma espada que dilacerava sua alma a cada dia.
Mas mesmo na morte ficta de sua conexão, ele persistia, seu coração como um farol na escuridão, esperando por um vislumbre da chama que um dia ardeu tão intensamente entre eles. Ele a amava além das palavras, além do tempo, além da própria morte.
Em seu amor, ele encontrava uma imortalidade que transcende os limites do mundo físico. Seu amor era uma epopeia, uma saga de esperança contra toda a lógica, contra toda a razão.
E assim, nas brumas do esquecimento, ele continuava a tecer os fios do seu amor, esperando pelo dia em que a morte ficta que os separava se dissolveria, e eles se encontrariam mais uma vez nos braços do destino, onde o tempo não teria poder sobre o eterno laço que os unia.
Escrever é um ato de guardar memórias, e também um ato de resistência, prolongando a nossa existência.
Remendos
Refez em pedaços
Memórias envolvidas de nós
Navega nos estilhaços de atos devastadores
Ocultas insônias sombrias.
As memorias mais bonitas ficarão guardadas para sempre nos cantos mais calmos e profundos do coração.