Memorias de um Sargento de Melicia
O coração guarda memórias que a mente tenta apagar, pois há pessoas que deixam marcas tão profundas que se tornam parte indissociável de quem somos.
Quando a saudade aperta, é como se o coração se tornasse uma sala de memórias, onde cada lembrança é um raio de sol que ilumina a escuridão da ausência.
Chegamos a casa a qual eu nasci. A casa a qual carrega tantas memórias indesejáveis. Gostaria de dizer que houve um tempo ao qual as coisas eram fáceis, um tempo ao qual apenas olhasse o mundo com os olhos de uma criança, inocente, com amor a todas as coisas, mas se houve este tempo, não consigo me lembrar.
- As janelas da minha casa
Simples assim
Em mim existem
Estantes com memórias
Algumas fixas em prateleiras
Tão esquecidas e com poeira.
Outras com uso repetido,
Decorativas e bonitas, amargas e destrutivas.
Tem sonhos
Distantes e em cofres trancados.
Pode não parecer,
Mas mesmo sem muros é uma prisão
A minha prisão, simples assim.
Se o nosso amor é apenas memórias póstumas, quem é esse vento que sacode as minhas lembranças com tanta força, que açoita meu coração com tanta fúria e enche-me a alma de saudades?
Sua ida,
Suas memórias ainda permanecem aqui,
Assim como no dia em que te conheci,
Continuo a amando da mesma forma,
Te olhando com o mesmo olhar,
Me apaixonando cada vez mais,
Me sinto assim sempre que vejo memórias que a lembram,
Mas isso não vai durar pra sempre,
Aceito a infelicidade que é a rejeição,
Irei esquece-la,
Não agora, mas irei.....
"Todos têm uma história de amor, uma história que escondem dentro de memórias antigas, trancafiadas em seus corações como se nunca estivessem existido."
Nosso cérebro é complicadíssimo. Por mais que tentemos esquecer memórias indesejadas, é impossível apagá-las por completo. Elas fazem parte de quem somos, estão entranhadas no nosso ser.
Tem pessoas que se eternizam em nossas memórias, você foi uma delas. As noites de verão me trazem de volta o conforto que era desfazer-me e refazer-me dentro do seu abraço. Ainda sinto o cheiro das árvores daquele lugar em que a gente se encontrava depois da aula. Todas as pistas da nossa existência sumiram, o senhor que vendia bala e dizia que éramos o casal mais lindo da região já não se encontra mais aqui, ele foi morar no céu. A moça da sorveteria a fechou devido algumas crises financeiras. Quando passo por lá, percebo que não existe mais nada que me faça lembrar você, mas ainda assim eu continuo relembrando cada passo, cada risada e cada sensação, sabe por quê? Porque por mais que todas as coisas tenham sido substituídas, eu ainda sou a mesma. O mesmo coração que batia naquela época, ainda bate em mim. Você vive dentro dele e eu jamais me esquecerei de tudo que nós vivemos. Hoje, você também não está aqui, espero que tenha dito ao senhor que vendia bala que nós éramos sim o casal mais lindo da região, só não tivemos muito tempo juntos, pois, o destino traça passos desconhecidos. De onde for que você esteja que esteja bem, logo eu também irei partir.
Vou guardar o meu amor no arquivo das memórias. Bem pertinho da esperança, ao lado da paciência e em frente a fé.
A carta
Tenho uma mania nostálgica de ligar memórias às pessoas em pontos nas ruas ou lugares que passo de carro, sobretudo quando estou dirigindo em horários calmos, cujo transito é quase nenhum, tentando me perguntar o que fez aquela pessoa quando passou ali? Faço isso sempre que penso em alguém que se foi para sempre. Porque é como se eu dissesse a mim mesmo, eu passo agora aqui, mas ela não passará mais.
Dá até vontade de escreve uma carta tentando-me desculpar por não ter me despedido corretamente. Por sinal a gente vive tanto em torno do nosso próprio ego que nos esquecemos até de perceber as outras pessoas quando estamos juntos delas.
Fui a mais um desses grandes encontros de” amigos antigos”, nem todos estão afastados lógico, sempre nos vemos, conversamos e temos amizade diária, mas na sua maioria é óbvio que perdemos o tato de como chegar; como diria o poeta: “No rio da vida, passou muito água sob a ponte”, e com as águas, foi embora toda intimidade propícia das grandes amizades. Daí que você descobre que se quiser mesmo vai encontrar desculpas para não puxar conversa com esse ou aquele; percebe que se fizer um esforço vai ter todas as razões para continuar com um grupo seleto aqui ou acolá e não vai perguntar nem como vai para aquele ou aquela da festa. Tem sido assim com todo mundo. Parece que com os anos, certas coisas ainda permanecem presas na memória. Não é privilégio só meu – vejo essa mesma condução com outros tantos amigos... “Se ele não fala, eu também não falo!” Termina a festa e mais uma oportunidade foi perdida. Sabemos que foi maravilhosa, a festa! Mas não conversei com todo mundo. Talvez nem quisesse ultrapassar a barreira daquele meu grupinho seleto.
Nas cartas de Marco Polo para o monge Sifu, perguntou-se sobre a razão da tristeza. E o velho monge respondeu: “Se você quiser, vai encontrar uma desculpa ou outra para continuar triste. Provavelmente estará certo sobre suas razões. Provavelmente todos estarão certos sobre haver desculpa suficiente para ficar triste a vida toda. A razão sempre existirá forte para aqueles que querem continuar tristes...”
Muito corretamente Sifu queria dizer que se você quer continuar certo sobre suas razões, haverá de encontrar respaldo para tudo. Porque ninguém vai satisfazê-lo nunca. As pessoas não nasceram para preencher nossas vidas completamente. Daí que é apenas opção sua manter-se longe de tudo e de todos. É opção sua, escolher quem ou quais farão parte de sua caminhada nessa vida. Mas, todos, de algum modo com prazo curto ou longo, terão que cuidar da sua própria jornada com ou sem você. Daí elas também terão suas próprias desculpas e suas próprias razões para não falarem como era antes com você.
Por isso pensei na carta que deveria escrever para cada um que deixei passar. Muita gente deixa para sentir falta, culpa ou remorso quando não tem condição alguma de sentir... quando a vida leva essa ou aquela pessoa do nosso convívio. Todo dia criamos a desculpa que amanhã ou depois eu falo. Eu resolvo.
Provavelmente muita gente tem seus motivos para não falar com esse ou aquele. Todos serão válidos, até porque muito certamente eles terão também os mesmos argumentos que você ou eu tenho para não fazer nada a respeito. E assim o tempo passa como um relógio acelerado. O mundo não será o mesmo. Nem eu ou você muito provavelmente passaremos mais mais por aqueles mesmos lugares; não deixaremos mais marcas em lugares ou situações em que ambos estivemos presentes... As desculpas ganharam da gente.
Sentido de meu coração perdido,
pela imensidão arrasto o espírito,
vagante entre minhas memorias,
o vazio encobre tudo e todos ido,
sendo sórdido e pequeno sonho,
o amor vadio por imponência a si,
mero ador parado num mar frio,
de teu coração que vejo, miragens...
esquecidos nas profundezas do meu amor.
Existem conscientes memórias, guardadas pelo subconsciente, no inconsciente da alma! Déjà vu!
(Edileine Priscila Hypoliti)
(Página: Edí escritora)
A idade não impede, que escreva minhas memórias...
Nada teem de impressionante
Apenas medito porque subrevivo a todos aqueles que, partiram para o planeta dos muribundos
"A mente inconsciente atua como um vasto depósito de memórias; esses aprendizados precisam estar presentes porque você não consegue manter conscientemente em mente todas as coisas que sabes. " Milton H. Erickson
Memórias ruins trazem esquecimento e o esquecimento trás o vazio que lembra-te da tristeza guardada.