Memórias
’Vasculhando nas memórias algum assunto, encontrei a carta que eu rabisquei na capa de um livro: “pra você”, era o destinatário. Não sei por que não mandei, talvez não quisesse passar a limpo o passado. Em letras garrafais eu te dizia: “acertei o caminho não porque segui as setas, mas porque desrespeitei todas as placas de aviso”. E achei curioso eu usar essa metáfora sem nem ao certo saber o que queria te dizer com isto. E depois de repousadas aquelas palavras eu percebi quanta coisa eu escrevi pra você, querendo dizer pra mim. Porque eu jamais chegaria aonde cheguei se só andasse em linha reta. Tive que voltar atrás, andar em círculos, perder dias, perder o rumo, perder a paciência e me exaurir em tentativas aparentemente inúteis pra encontrar um quase endereço, uma provável ponte: a entrada do encontro.Você tão ocupado com seus mapas, tão equipado com sua bússola, demorou tanto, fez sinais de fumaça e não veio. Você simplesmente não veio. Mas me ensinou a intuir caminhos certos, a confiar nos passos, a desconfiar dos atalhos. Porque eu estava do outro lado e só. Sem amparo. Mas caminhava. E você estava absolutamente equipado com seu peso. E impedido de andar por seus medos.
Flor de quintal.
Não há memórias, não há acordos, não há revolta.
Agora, depois de tudo que fiz só restou uma única sobra meio perdida nesse buraco que é a vida: EU.
Depois de um tempo remoto que perdi resolvi retomar. Resolvi voltar a escrever, ou começar, chame a minha volta como quiser. Me auto-titular é um direito meu, não é mesmo? Então não se mova em relação a isso.
Mesmo ainda não tendo a alma absolutamente formada, acho que levo jeito pra escrita e pra mais uma porção de coisas, como a música ou teatro, ou dança. Mas pretendo não ficar precipitando gêneros artísticos para a minha pessoa. Eu entro com todas as imagens e saio com todos os precipícios internos dos outros. Quando enfim me deparo comigo mesma, posso ouvir um grito de guerra. Um grito medroso, mas ainda assim sinto que me é um grito. Um grito interno, manifestado por dentro.
A chuva poderia calar a minha voz. Eu falo alto, e falo bem.
Mas é o contrário por dentro. É o conjunto de uma entrega de céus nublados e eu só me desespero. Ando perdida nesse mundo intermediário, esquisito, preocupante, medíocre.
Ando amando muito também, ainda que por incompleto, eu amo pela metade, amo ás pressas, amo pelo avesso.
E respeito muito a parte desse amor que não te toca.
A janela fechada, lá fora a noite dá o seu show, a chuva surpreende a plateia. Para os desacompanhados, só resta chorar a solidão que a chuva não consegue curar.
Posso pedir para que você me ajude agora. Eu sei que você, seja lá quem você for, se sente encurralado por alguma coisa. Isso é normal, ou não é, talvez seja abstrato...E eu gosto do que me é abstrato.
Não me é anormal
Quando posso passar aí para te tirar do mundo da Lua?
Eu sei, não é assim que funciona. A poesia aqui escrita é retórica. Você não se sente preso? Preso ao caos generalizado dessa vida? Não se sente perturbado pela falta de amor? Que espécie de ser humano você é, daqueles sortudos que não amam ninguém e mesmo assim é amado por todo mundo? Não sei o que pensar.
QUEM É VOCÊ ?
Obrigada por não responder nenhuma dessas perguntas e continuar a leitura. Aqui é tudo ao acaso. Reparou? Não sei o que pensar desta situação, você também não se ajuda.
Tudo começou no comecinho desse ultimo minuto.
Quando lembrei que minha cabeça é mais cheia que o mar.
Não sou exagerada, não. Sou apenas sincera com meus próprios princípios, não sei quais são eles mas aposto que são inconfundíveis.
Minha boca está seca. Preciso de água, não uma água qualquer, preciso de uma água que cure esse vazio. Uma água que me tire desse estado de dormência interior.
Vá dormir! - Eu me falo.
Não quero! - Eu me respondo.
Ah, mas dento de mim há um poço fundo, fundo, fundo...
Eu me digo a verdade.
Vago:
Navegando por entre folhas e achados antes esquecidos
Deparar com memórias do que foi
Visualizar o passado estampado em maços fumaçados
Exaurir-me antes mesmo de Existir-me
E por letras partidas promessas feridas que não mais voarão
Encher-se de esperança fugida então finalmente abatida
Não mais me lerão.
Isso me dói e me corrói
Prostrando-me ao negar o martírio e o prazer de ser lido
Frases e pensamentos avulsos que se perdem e se encontram
onde o tudo e o nada se fundem e em sublime nostalgia
Se completam e se inebriam
Fatigados que estão desta constante labuta de se procurarem
Achando que não mais se verão.
Vislumbrando algo alguém que não mais se distingue do presente
tão passado do que virá do futuro.
Reflexo lúgubre neste espelho tão maculado chamado
Vida!
Existem coisas em nossa vida que jamais sairão de nossas memorias nem tão pouco do nosso coração, pois sempre será uma honra lembrar dos belos momentos que passamos ao lado de todas pessoas que amamos e apreciamos por toda uma vida.
Memórias
Certas músicas que ouço
Fazem-me lembrar de você
Como não me alegro
Gostaria de esquecer de tudo
Todos os flash’s ruins
De memórias ao teu lado
A gente tem tantas memórias. Eu fico pensando se o mais difícil no tempo que passa não será exatamente isso. O acúmulo de memórias, a montanha de lembranças que você vai juntando por dentro. De repente o presente, qualquer coisa presente. Uma rua, por exemplo. E a rua não é mais a mesma, demoliram o edifício. As ruas vão mudando, os edifícios vão sendo destruídos. Mas continuam inteiros dentro de você. Chega um tempo, eu acho, que você vai olhar em volta sem conseguir reconhecer nada.
Ele sempre volta, por mas que não seja fisicamente, mas suas memórias não o deixam morrer. Uma dor sem fim, como se tivesse à beira de um precipício e fosse condenada a ter o ultimo suspiro, a ultima lembrança seriam seus olhos.
Às vezes memórias passam como uma simples poeira no vento.
E o que um dia foi importante, apenas é esquecido.
"Cada um consigo traz momentos bons e ruins, lágrimas e sorrisos, as memórias do ontem e a expectativa do amanhã. Todo mundo tem um primeiro amor a quem se lembrar, um amigo a quem confiar, e um segredo a mais para contar… falta-se é um ombro para chorar."
Palavras que escrevo são as mesmas que esqueço
ao encontrar o seu olhar
memorias que vividas mesmo assim foram esquecidas
para parar de machucar
Lembranças têm cheiros, formatos e cores.
Têm muitos sons, texturas e sabores.
Têm memórias, relíquias e bibelôs.
Têm o jardim com muitas folhagens e flores.
Lembranças têm pingüim de geladeira.
Têm xícaras de porcelanas delicadas.
Têm a velha máquina de costura,
E também a antiga penteadeira.
Lembranças têm a casa da vó.
Têm a rede, tem o pão caseiro.
Têm aroma de café fresco coado,
Têm o mingau e o bolo pão-de-ló.
Lembranças têm conversas corriqueiras.
Têm cantigas, lendas e histórias infantis:
Saci-Pererê, lenda do boto e a linda Rosa Juvenil.
Têm nostalgias e recordações prazenteiras.
Queria…
… mergulhar nas ruas do esquecimento
apagando memórias que doem,
com meu pincel descolorir momentos
desta alma em sofrimento
queria não recordar
porque de tanto o fazer, mesmo que involuntariamente,
foge-me a vontade de voltar a acreditar
Refugio-me no fumo de um cigarro, entre quatro paredes, com ele me intoxico
Queria…
como eu queria…
que uma pequena estrela em minha mão caísse
uma centelha de brilho me desse neste olhar mortiço,
nesta vida que ainda me falta viver.
Nada dizendo, tudo digo,
Não desejo que me entendam, só que me deixem comigo.
(dedicado ao meu irmão que faleceu no dia 12 de março de 2012)
Pensamentos que nunca descansam , memórias que nunca se apagam,loucura e verdade se confundem entre orgulho e vaidade .
“ Momentos que nunca serão memórias, segundos que se tornam agoniantes, na esperança de que o mesmo seja realidade, e não mais um pesadelo.”