Memórias
"Não é o tempo, mas a intensidade das sensações, o valor das relações e o calor dos sentimentos, que se incrustam na pedra angular da nossa história e se fundem na parede da memória daqueles que amamos.
Todos os versos jamais escritos de uma história de amor, são menores que o instante em que ele acontece."
Agora entendo que a vida, e vivê-la, é mais sobre estar presente. Agora tenho noção de que as memórias não tão felizes estão à espreita, mas a esperança e a alegria também estão.
Mesmo com o céu escuro,
a lua ainda é a mesma.
E
sempre há uivos calados
dos que sabem bem o que perderam.
Hoje,
ouço um lobo sem matilha.
Desesperado,
pedindo a lua que apague
suas memórias.”
Todos homens se tornam pó
por ignorar a transcendência.
Não se valem da dualidade
presente além da existência.
Há sim, carne depois da carne
e isso não tem nada a ver com fé mais com resiliência.
É possível Imortalizar-se nas memórias dos vivos ou através de sua descendência.
Entre o Eco da Ausência e o Grito do Silêncio
Diante das palavras impregnadas de desapego e dor, surge uma resposta silenciosa, tecida com fios de reflexão e resignação. É como se cada frase fosse um eco, reverberando nos cantos sombrios da alma, mas também iluminando os recantos mais profundos do coração.
Não é a falta que se faz presente, mas sim a presença ausente, uma ausência que se manifesta de formas indizíveis. É a memória que se esvai, o cheiro que se dissipa, o toque que se desvanece. É o reconhecimento de que o que um dia foi, agora não passa de sombras fugidias, dissipando-se com o vento.
E mesmo diante dessa ausência, há uma ânsia que se insinua, uma vontade de confrontar os fantasmas do passado, de encarar de frente a distância que separa o que já foi e o que resta agora. É como se a própria alma se revoltasse contra a lembrança do que um dia a aprisionou, buscando expurgar qualquer vestígio daquilo que já não lhe pertence mais.
Mas entre as linhas desse desabafo, há também um silêncio que grita, um vazio que ecoa. É a solidão que se faz companhia, o eco dos dias vazios, a resignação diante do inevitável. E no meio desse turbilhão de emoções, resta apenas o gesto simbólico de tentar exorcizar o passado, de purificar a alma daquilo que já não a alimenta mais.
Assim, entre a ânsia e o silêncio, entre a distância e a resignação, essa prosa se insere como um suspiro, uma última tentativa de libertação, um ato de coragem diante da incerteza do amanhã. É o retrato de uma jornada interior, onde o amor e a dor se entrelaçam em um eterno jogo de sombras e luz.
Quando a brisa da nostalgia sopra, agita a cortina rendada do tempo que sutilmente separa o presente do passado e, espalha na atmosfera o inebriante perfume da saudade.
Foi só um toque sutil, mas com força suficiente para adentrar as frestas do tempo e se deitar na eternidade.
Passado, ficou lá no fim da história, para o presente guardei na memória o que me guiou, iluminou, inspirou, então! se não acrescentou caiu no esquecimento.
Pintura íntima,
Da pele nítida,
Na lembrança dos meus olhos,
Com eles fechados,
Da luz acesa da minha mente.
Lembranças palpáveis,
Sinto a textura rentável,
Como se sentisse na palma da mão.
(16/06/19)