Memória

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Nada mais de mim
haverá memória
-sei-
só os poemas darão conta
da minha avidez
da minha passagem
Da minha limpidez
sem vassalagem

O toque tem uma memória.

Vai ficar na memória, as situações constrangedoras, os xingamentos e todos os traumas, tudo.
por mais que eu tente esquecer vai estar sempre lá, Melhores momentos em sua maioria solitários, chorando de baixo do chuveiro para não incomodar ninguém, os dedos enrugados por conta da água quente, as gotas se misturando as lágrimas, o maldito barulho do chuveiro...pensamentos e mais pensamentos. Passando o maior tempo possível de baixo do chuveiro, esperando o vapor embaçar o espelho, pois ele ainda machuca, quebrando a cabeça sozinho com todos esses pensamento tão evasivos, mas tem que ser assim, o problema é meu, o problema sou eu. Senhor, tenha misericórdia deles, eles não sabem o estrago que fazem. O carma é a justiça de Deus com alguns, mas não com outros. Senhor, tenha misericórdia deles, pois eu não terei.

frágeis são as borboletas, dançando no ocaso, no adeus à tarde...
também minha memória é luz em fuga, quando nas alturas surge a primeira estrela da noite...

Memória... É um bauzinho de guardar lembranças, que as vezes deixa escapar para o coração... E o corpo todo sente!!!

Eu já sou ruim de memória e você colabora pra eu te esquecer...

no alpendre do meu sorriso, a saudade és tu...a memória corta o silêncio e os teus lábios colam-se aos meus...

Fantasma de branco

Invade minha memória,
faço o que posso
para não deixar-te fugir.
Etérea me escapa
são tantos castelos sombrios,
grades e telas.
E tu passas por entre tudo
feito uma brisa de outono
com seu vestido branco.
Hipnotizando-me em um canto
me dizes: vem
eu respondo:
porque não ficas e permites
que eu apenas a possua.
Mas tu me puxa pela mão
e me conduz à morte

Lembranças de um passado é oque resta na memoria.

É triste porque, em pequenos lapsos de memória, penso em te mandar uma mensagem. Na verdade, penso que a gente está bem, como éramos. Quero só fazer alguma piadinha sobre estar comendo na pizzaria que a gente via baratas. Calabresa com baratas é o meu sabor preferido, e o seu? Acho que acabei de ver um rato passar. Esse lugar nunca perde o luxo, heim? Ou somente avisar que o filme que você gosta está passando na TV. E se não colocar no canal agora você perde a Megan Fox naquela pose escrota em cima da moto. Escrevo alguma bobagem dessas e coloco seu número. Quase aperto em enviar, até perceber que estamos longe demais pra fazer isso. Mesmo que sua casa seja à vinte minutos de distância. Não é sobre essa distância. Até porque, você quase morou aqui nos fins de semana ou em dias que você não tinha nada pra fazer em casa. “Tô indo aí”, você mandava por mensagem, já salva nos rascunhos. Só apertava e enviava. E eu só te esperava, como sempre. E me sentia em casa com você. Mesmo estando perdida e desesperada, numa rua qualquer no outro lado da cidade. Era só olhar pro lado pra me sentir aliviada e segura. Em casa. Sentia que poderia tudo com você. Você era a minha pessoa no mundo. E hoje. O que é hoje? É a lembrança perdida. É o número que eu acidentalmente digito por rotina. É o que foi pra mim, e não o que é. É um silêncio. Um pequeno e desconfortável silêncio antes de eu me recompor e responder os que me perguntam onde você está. “Está bem, eu acho. Não nos falamos tanto…”. “Mas vocês eram tão…”. Sorrio timidamente. Éramos, éramos, éramos. Eu odeio essa conjugação. “É a vida, né?”. É a vida, mesmo? Não é a vida. É errado e estranho. Mas a gente consegue seguir em frente. Sempre envio a mensagem que queria te enviar pra outra pessoa. Ou dez. Não me faltam pessoas, eu penso. Só falta a pessoa que você queria mandar essa mensagem, meu subconsciente retruca. Mas os outros também vão achar engraçado e também gostam do filme, então tanto faz. Mas não vão dar a sua risada de urso lendo a mensagem. Nem fazer um comentário irônico e sexual na resposta. Mas tanto faz. Tanto faz. Foi só um lapso de memória. A saudade só me inunda nos meus pequenos lapsos de memória.

E ainda bem que existe a memória, que nos traz de volta os dias bem vividos, os sonhos realizados, os velhos sorrisos dos bons amigos e as boas lembranças que não nos deixam mais.

Posso ser cúmplice, mas não assassino! As pessoas cometem suicídio em minha memória, eu apenas me livro dos corpos...

Se na juventude fiz loucuras,
E por alguma razão esqueci,
Vou na memória à procura,
Quero lembrar do que fiz,
Pois não lembro de nada,
Que não tenha me feito feliz.

Amar não é um compromisso,amar é uma consequêcia de atos que ficarão guardados na memória.

A memória é um dom.

Sou portadora de memória,
hostil mortal do meu descanso, meu repouso.
Ao abrir dos olhos
me auto-preparo para uma nova dor,
nuvens de decepção.
Destarte, venho preconizar minha alegria!
Sem alarde,
isto despertaria os dispostos a me amargurar.
Alcancei meu propósito.
Redobrei minhas forças ao perceber,
que virtude e benevolência
sempre sofrerão perseguição
por parte daqueles que carregam nódoa vergonhosa
e optam por cobiçar o que o outro tem
ao invés de buscar melhorias e avanços.
O bom é vítima da inveja,
o mau não sabe o que é passar por isso.
Quando tentaram me denegrir,
parei pra pensar por que não sentia vontade
de fazer o mesmo com a mesma pessoa.
Entusiasmei-me ao entender o motivo.
Não se destrói um coração oco,
uma cabeça vazia,
uma personalidade sem conteúdo,
um caráter leviano.
Hoje, todas as bazófias
que se criam contra mim, são inválidas.
A verdade e tranqüilidade que cultivo,
é superior a tudo isso.

Cântico do Calvário - À memória de meu Filho morto a 11 de dezembro de 1863

Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, a inspiração, a pátria,
O porvir de teu pai! - Ah! no entanto,
Pomba, - varou-te a flecha do destino!
Astro, - engoliu-te o temporal do norte!
Teto, - caíste!- Crença, já não vives!
Correi, correi, oh! lágrimas saudosas,
Legado acerbo da ventura extinta,
Dúbios archotes que a tremer clareiam
A lousa fria de um sonhar que é morto!

''Pois a memória é o estômago da mente...
Para ali vão as comidas mais variadas: umas saborosas e de digestão fácil, outras amargas e impossíveis de serem digeridas.''

Somos nossa memória, somos esse quimérico museu de formas inconstantes, esse montão de espelhos rompidos.

Pouco a pouco... as dores viram água... viram mémoria