Melhores Poemas

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Em pintura pode-se experimentar tudo. Tem-se mesmo esse direito. Com a condição de nunca se recomeçar.

Mais glorioso não é quem vence em batalhas milhares de homens, mas sim quem a si mesmo vence.

Para que uma obra de arte seja realmente bela, é preciso que nela o autor se esqueça de si mesmo e me permita esquecê-lo.

Talvez ninguém possa ser poeta, ou mesmo apreciar a poesia, sem uma certa perversão da mente.

Não fales asperamente a ninguém, pois aqueles a quem falas te responderão no mesmo tom.

O homem não pode fazer-se sem sofrer, pois é ao mesmo tempo o mármore o escultor.

Só posso fazer uma coisa de cada vez, mas posso evitar fazer muitas coisas ao mesmo tempo.

O amor agrada mais que o casamento, pelo mesmo motivo que os romances divertem mais que a História.

Mesmo o cataclismo de todos os sistemas solares e estelares apenas te poderia matar uma vez.

O pudor é tão necessário aos prazeres que é preciso conservá-lo mesmo nos momentos destinados a perdê-lo.

Foge do luxo; ao mesmo tempo lembra-te de evitar / O crime da avareza; ambos prejudicam a reputação.

É tão indulgente o homem para consigo mesmo, que nunca julga ter-se aproveitado bastante da liberdade de se portar mal.

Não é livre o homem que não se governa a si mesmo; a liberdade existe na proporção do autodomínio equilibrado.

Saber tudo de tudo. Ou tudo de algum saber. Decerto é impossível e mesmo indesejável. Mas que tu sintas que é bela a luz ou ouvir um pássaro cantar e terás sido absolutamente original. Porque ninguém pode sentir por ti.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Escrever, Bertrand, 2001

Nunca vi ainda um homem que analise tão profundamente os seus erros que se acuse a si mesmo.

O fato de sermos habitados por uma nostalgia incompreensível seria mesmo assim o sinal de que existe um além.

O egoísta, embalsamando-se a si mesmo, transforma-se numa múmia, que não sente a dor, mas que não goza a alegria.

Não querer associar-se senão com aqueles que aprovamos em tudo é uma quimera, é mesmo uma espécie de fanatismo.

Émile-Auguste Chartier
ALAIN, Propos: Texte établi, présenté, et annoté, Gallimard, 1970

Com o amor dá-se o mesmo que com o vinho. Perdoem-me as leitoras o pouco delicado da confrontação; mas bem vêem que ambos embriagam.

Compadeça-se quem manda de quem obedece, e de si mesmo se compadeça por ter que mandar.