Melancolia
A Dança da Insignificância
A LIFE, um palco escuro, um palco sem plateia.
Um amanhecer que se esvai antes mesmo de nascer,
uma promessa de sol que se dissolve em névoas cinzas.
Um falso sol "entardescente", enlouquecedor em pleno horizonte,
a melodia fúnebre da existência,
uma sinfonia de morte que ecoa em cada batida do coração. TUM-DUM- TUM-DUM…
A queda, a queda eterna,
um ciclo vicioso que nos arrasta para o abismo,
sem trégua, sem esperança, sem piedade.
Cada passo em frente, um passo para trás,
um eterno retorno ao ponto de partida.
Sem sentido:
Nascer para morrer,
levantar para decair,
Uma dança macabra onde o ritmo é a própria finitude, de mãos dadas estamos com os dias contados.
Sorrisos, máscaras frágeis que tentam esconder a dor,
uma farsa que se dissipa com o vento.
A dor, um fantasma que nos assombra,
uma sombra que nos acompanha num passo a passo em toda a LIFE.
Lágrimas diamantadas,
um brilho que se dissolve em lágrimas de sal,
um lembrete cruel da fragilidade da vida.
O riso, um eco distante,
uma lembrança tênue de um tempo que não existe mais.
Um grito silencioso que se perde no vazio,
uma tentativa desesperada de negar o inevitável.
Olhar sincero,
olhar vazio,
olhar de quem já não tem nada a perder,
de quem já não tem mais esperança.
Pois, é isso!
A dança sem música,
a valsa do desfiladeiro da inevitabilidade.
A vida, um palco sem luz,
uma dança macabra sem fim,
um eterno retorno à morte.
A morte, a única certeza,
a única verdade.
A morte, o único refúgio,
o único descanso.
O que resta?
O que resta é a dança,
a dança sem música,
a dança da vida e da morte,
a dança da inevitabilidade.
O que resta é a dor,
a dor da existência,
a dor da finitude.
O que resta é a esperança,
a esperança de um amanhecer que nunca chega,
a esperança de um sol que nunca brilha.
O que resta é a vida,
a vida em sua fragilidade,
a vida em sua beleza,
a vida em sua crueldade.
E assim dançamos,
nós, seres insignificantes,
neste palco sem luz,
neste desfiladeiro da inevitabilidade,
nesta dança macabra sem fim.
E assim dançamos,
até que a música pare,
até que as luzes se apaguem,
até que a cortina caia.
E assim dançamos,
até que a morte nos leve,
até que a morte nos abrace,
até que a morte nos liberte.
Free me from this meaningless life!
A.C -> 22/08/2024
Cicatrizes do Silêncio
Nas madrugadas frias do desespero,
Ouço o eco de um amor que se foi,
Seu nome, uma cicatriz em minha alma,
Um sussurro que se apaga na escuridão.
Os dias que se arrastam, vazios e pálidos,
São fantasmas que dançam na penumbra,
Cada lembrança, um espinho cravado,
Na carne frágil do meu coração partido.
Garrafas vazias espalhadas pelo chão,
Refletem meu olhar, perdido e turvo,
Bebi cada gota do esquecimento,
Mas o sabor amargo do fracasso persiste.
Teus olhos, faróis que se apagaram,
Na tempestade do nosso fracasso,
E agora, apenas sombras restam,
Do que um dia chamamos de "nós".
Páginas perdidas de um livro inacabado,
Rabiscadas com palavras de dor,
São tudo o que resta deste amor morto,
Enterrado fundo em minha alma solitária.
Momentos infelizes, repetidos em loop,
Como um filme de terror sem fim,
E a morte do amor, lenta e cruel,
Desfazendo a última fagulha de esperança.
Queria poder gritar teu nome ao vento,
E pedir ao tempo que volte atrás,
Mas sou apenas um náufrago, perdido,
Nas águas turbulentas da saudade.
E assim sigo, carregando o peso,
De um amor que se tornou poeira,
Nas mãos trêmulas do destino,
Escrevo nossas despedidas, em lágrimas.
Enquanto a cidade dorme sob o manto escuro da noite, a lua melancólica brilha na solidão da noite estrelada.
Eu acho que as lágrimas não acabam pois continuo bebendo água...Mas, pensando bem, mesmo que acabem a tristeza ainda assim permanecerá.
A Penumbra do Âmago Melancólico.
Novamente volto à penumbra, um local onde meu âmago melancólico, que um dia virá a ser eu novamente, como uma força brutal da natureza, me obriga repetidamente a ser aquilo que mais me causa náuseas. Essa força me compele a contemplar gritos tenebrosos presentes em signos e códigos indecifráveis que ecoam aflitamente na imensidão oca que habita em mim.
Em vão, tento buscar uma alternativa, mas como Drummond disse, "os muros são surdos". Sinto-me forçado e aprisionado em um quarto decaedro que me puxa em direções opostas o tempo inteiro. No centro desse quarto, onde os gritos dão espaço ao vácuo, aquele ser tão deplorável dá lugar a apenas uma imagem: o "POR QUÊ?".
UTOPIA
revê-la depois desta longa separação
e encontrar, intactas, a conexão e a ternura
dos velhos tempos, feito alguém que
se depara com uma música na rádio
após vários anos sem escutá-la
e percebe que ainda a sabe de cor
e sente a avassaladora emoção da descoberta
no ato de redescobrir.
Não há saídas quando o resultado são as chances e circunstâncias mal aproveitadas, perdido dentro da dor...
Se tornar quem você não desejava, descartando pessoas e se despedindo de quem você ama.
Como poderia ter sido se Deus não tivesse me ajudado?
Só me resta grandes memórias e lembranças diárias.
Me deparo por um vazio tremendo e uma fadiga mental aonde estou preso sem poder olhar pra trás, tendo que seguir meu caminho preso dentro de mim, dentro da dor da tristeza.
Finalmente percebi que cada dia é um adeus, decisões, desespero, medo, lágrimas e salvação...
O passado foi esperto e agora não posso subestima- lo,
realmente isso é uma piada.
Acho que perguntar não mata se talvez estivesse disposto não iria parar num hospício, sou tão bom quanto um jogo de azar, imprevisível.
Tenho vivido tempos difíceis mas não sou louco, nunca fui um cara comum, um cara com grandes problemas e sempre caminhei sozinho meu amigo.
Não ser o que você estava pensando quando estamos no lugar do palhaço, chorando por dentro e rindo por fora, bancando o tolo, os sonhos não retornarão mais.
É muito provável que ninguém vai sentir por dentro a chama que corrói o coração de quem perde quem amamos...
Provavelmente ninguém...
Oi tudo bem com você? sim tudo ótimo.(É um blackout diário).
Uma quarta feira melancólica, um dia após outro rezando orando por dias melhores.
...
Existem situações que nos levam a uma saudade imensurável, e aí vemos o Universo parar no tempo. Se melancolia remete a coisas não experimentadas, nostalgia é a lembrança vivida na prática.
Ontem senti uma agrura psicológica e quis ser 36 anos mais novo. Balbuciei uma juventude de barba e cabelos brancos.
O que resta?
O que resta escrever? Senão aquilo
que é o que não deve ser?
Porque o coração ainda
bate mas não sinto ferver
E o olhar que tinha já
não é possível manter
O que resta pensar? Que eu vivi uma
enganação onde eu queria estar?
Onde um conto de fadas é melhor
do que nada para contar
Onde os sentimentos existem mas
não é possível expressar?
O que resta falar? Pois as palavras
estão machucando em vez de curar
Quando a expectativa de acabar é
maior do que a de ficar.
Seria a distância a
única a nos ajudar?
O que resta chorar? As lágrimas de
um covarde que preferiu não olhar?
Que se quebrou em tantas partes
apenas para poder provar
Que eu era o suficiente mas
não sabia como te amar
Adoro esses momentos entre o sono e a realidade, neles eu posso refletir e pensar nas minhas dores, mas logo após posso me deleitar no ênfase que é sonhar e assim posso ser que não sou feliz e amado. Contudo como tudo nessa devastada vida os sonhos são efêmeros e assim só me resta a lembrança de algo que nunca aconteceu, mas que eu senti e aproveitei calorosamente e nessa ressaca vazeiosa fico em abstinência de felicidade, de uma realidade onde eu posso ser quem eu quiser onde nenhum obstáculo pode me prender, onde ninguém pode me machucar, mas meu lugar é no vazio, perdão vazio não. Na roda viva que é a vida
Eu quero gritar mas não tenho voz, eu quero dançar mas não tenho espaço, me debato,giro, mas não consigo transparecer, meus desenhos só saem rabiscos, minhas pinturas acabam virando poças de tintas. Nada me faz sentido, nem o sentir se faz presente a mediocridade me alcançou e me faz refém de suas garras que cravam minhas pernas, mas de uma forma que me permita rastejar, mas nunca correr, que me faz sonhar com a possibilidade e a vontade de voar e me prende ao chão
Sobre o mundo contemporâneo e as relações de trabalho. O operário é visto como recurso estratégico, é considerado recursos humanos, é chamado colaborador etc. Porém, este trabalhador vive para o trabalho, pouco tempo lhe sobra para a vida social, pouco lhe resta financeiramente para sobreviver e sua jornada de trabalho o sufoca significativamente, para que, não seja percebido o seu valor humano. Pois, sendo tratado como máquinas obsoletas que não podem apresentar falhas e nem sinais de cansaso, o operário está fadado a sua melancolica busca por uma vida melhor.
"Nas sombras da saudade, o silêncio ecoa, memórias desbotadas e lagrimas a toa, no peito um vazio... A solidão, persiste... Versos tristes dançam, assim a melancolia existe."
Saudade é sentimento
e não importa a definição.
É lembrança da ausência,
sem solidão ou nostalgia,
como olhar para uma flor
e lembrar de alguém.
Saudade não é melancolia,
nem incompletude,
é colocar essa pessoa
dentro da nossa vida.
Os pensamentos são como as nuvens que se formam no horizonte,
às vezes turvos, sobrecarregados e melancólicos, noutras, lúcidos, cristalinos e transparentes.