Melancolia
Fui entrar nessa de ter o coração roubado, e no fim o que foi roubada foi a minha alma. Levou de mim o que era puro e ingênuo. Não existe mais "nós", agora apenas existe vocês, eu não existo mais. Como o ar, sou onipresente e invisível. Levou de mim o que eu achava que eram rosas, e deixou apenas espinhos, me enrolo cada vez mais a este arame farpado. O que era solidão pra mim: a pior coisa que um ser humano poderia vivenciar. Agora é meu lar e devo aceitar. Já que foi-me roubada a humanidade. Eu entrei nessa roubada e saí com 3 tiros. Um na testa. Um no peito esquerdo. Um em minha coluna, que agora é partida. O que era divino pra mim: estar sempre com você e sorriso alegre. Agora sou eu e solidão, unidos carne e unha.
Aquele determinado sentimento de inutilidade e fraqueza nos auxilia a se auto compreender, principalmente em situações em que a belíssima solidão nos abraça como o conforto de nossas casas e a mais incrível e eterna melancolia mental nos cobre com seus cobertores ideológicos para, enfim, descobrir os segredos do nosso caráter mais profundo e pensador que já existiu.
Uma vez eu mesmo me perguntei: o que é amar?
Amar é colocar os sentimentos dos outros acima dos seus.
É quando você está ciente dos defeitos mas só enxerga as qualidades.
É sorrir sem nenhum motivo aparente, e logo em seguida ficar triste do nada.
Ficar feliz só por estar perto do seu amor, mesmo sabendo que nunca nada de fato irá rolar.
É sentir-se solitário no meio da multidão.
E achar que nada nunca vai fazer sentido se não for com ela.
É pensar que sua vida jamais será suficiente, e você definitivamente não é a pessoa certa para ela.
Ter comumente um ciúme sem sentido, e sempre desejar um carinho.
É sonhar com ela todas as noites, desejando que existisse uma realidade na qual pudéssemos ficar juntos.
"É abraçar com certeza e beijar com vontade"
Além de tudo, amar é saber que mesmo que doa, uma hora você vai ter que deixa-la ir.
Nada como um dia após o outro para curar as mágoas, cicatrizar as feridas e trazer de volta aquele sorriso há muito adormecido.
Passamos pelas coisas sem as ver...
Se alguém nos pede amor não nos fazemos amar...
Como passamos pelas flores numa calçada...
Sem as notar...
Somos agora mais lentos...
Nem tudo é novidade...
Passamos pelo tempo...
Chega a velhice...
Não aproveitamos a mocidade...
Em noites inclinadas de melancolia...
Não percebemos a lua...
As estrelas que nos fazem companhia...
De palavra em palavra...
Dia após dia...
Finda-se a vida...
Não percebemos...
Já não transborda o cálice em alegrias...
Onde a luz é feliz...
Ela se demora...
Vivamos imensamente...
A fuga das horas...
Hoje e agora...
Sandro Paschoal Nogueira
A nostalgia as vezes me acorda com tapas na cara disfarçados de saudades, mas com ela me traz as raízes profundas dos tempos que já vivi e que ela tem prazer em me fazer lembrar que nunca mais irão voltar. Me deixe em paz. Minhas raízes são tão profundas que a cada vez que você aparece, vem acompanhada de solidão, melancolia e lágrimas.
Olhando pela janela do trem, me lembro perfeitamente de quando era menina. Sonhos e mais sonhos cheios de fantasia. Chega meu local de embarque. Já sou uma mulher? Parte de mim acredita que sim, pelas responsabilidades do dia a dia.
E a outra parte ficou no trem, vagando entre pensamentos e fantasias, fugindo da realidade e sendo feliz. Ela está vivendo! A menina vive, penso eu. A mulher, sobrevive.
Infelizmente ou felizmente
Sei que vou acordar amanhã novamente
Gostaria de sumir de um dia para o outro
Essa tristeza que habita em mim
Parece nunca ter fim
Mesmo com momentos felizes
Após um tempo ela volta as suas raízes
Vejo tantos dizerem que amam viver
Como queria saber e entender este sentimento
A vida não é um passarinho que te ama
e te trata com tanto carinho como seus filhotes no ninho
A vida é na verdade um moinho
que tritura todos os seus sonhos
tão mesquinhos
Gostaria de dizer que amo acordar todos os dias
Mas infelizmente quando acordo não sinto alegria
Sinto apenas melancolia, a qual me traz
uma profunda agonia
Que se repete todos os dias.