Melancolia
O Pântano
Submerso no espesso e escuro liquido
Meu corpo de madeira é minha certeza
Sem tomar rumo do meu remo
A insensível correnteza é minha guia
Me aconchegando nos ventos mórbidos
De meu caminho, a familiar melancolia
Percorrendo galhos rígidos e ramos mortos
Cercado da lama, só me resta uma via
Avisto peculiar figura, que aflige-me na agonia
Um ser de turbante a mim se prostra
De face não se mostra, envergonhado se faz
Oferecendo-me a pálida mão em socorro
Eu em resposta repulsiva, o ignoro
De sua aura fétida, atrai compaixão cega
Mas de mim só causa cautela
Pois sinto os seus olhos frios
E entendo os seus sussurros inaudíveis
Me tentando a jogar a consciência fora
E tomar o que um dia, o pertencia
Isolado em meu barco, a tendência é agonia
Encantado pelo brilho esverdeado
O ar não favorece, me dando em troca
A morte que antes residia
Gentileza nunca existiu
Dado a luz nesse mundo sem alegria
Me perdi na monotonia, pois o brilho nunca muda
Tento alcançar seu clarão esverdeado
Para isso eu devo abandonar a mim mesmo
E sem mais nada a perder, assim o faço
Jogado sem mais medo, ouço vozes em doce alegria
Indo a loucura, tomando violentamente o que me pertencia
Destroçam minha pequena e desgastada certeza
Lançando-me ao tenebroso obscuro
Perto do escondido fulgor, eu finalmente a seguro
Inerte e indefesa, cega e com medo
Do céu nunca mais viu, pois não mais existe
Acorrentada acima, acorrentada abaixo
Diferença não faz, para miseras criaturas
Nos perdemos na intenção
Na tentação de livrar-se da condenação
Vencidos, fomos engolidos e absorvidos
Tornados um só com esse maldito pântano.
Purificação De Sangue
Excêntrica existência, seu verdadeiro significado
Sem igual, oferta alegria baseada no fogo
Seu espaço glorioso, purifica os céus
Excêntrica existência, ilusória alegria
Das promessas, conforto ou agouro, nada oferece.
Seu composto é único e poderoso
Era a era, manipula com gosto
No prazer da dor, é bondoso.
Do pódio malicioso, é dominador asqueroso
Agarram-se em dificuldade no seu cerne rochoso.
Na dificuldade escalam, ao logro do seu misterioso ouro
Milhares subiam, desesperados e loucos
Atordoados pela adoração ao topo.
Derramando sangue, dementes mortos-vivos
Cegados na promessa de vida, buscam voltar a origem
Os olhos queimam sem precisar ver
Submissa a sua estrutura maléfica
Eu desejo te purificar, te manipular
A base da sua morte, te dominar
O puro carmesim do mundo trancafiado
Jorrando seu escarlate aos mortiços
Condenados a mercê da carência
Já não possui valor, orações patéticas jogadas ao vento
Convulsando violentamente, rotulado jaz
Suas partes apodrecidas é tudo que resta
Sinta o ardor percorrer seu corpo
Sinta a repugnância de sua existência
Enquanto sobe em direção ao céu de sangue
Na salvação pintada de vermelho.
A Chuva
Pequeno mundo lacrimejava
O medo engolia todo a esfera viva
Se proclamando, a ele pertencia
Declarando em digníssima melancolia
O seu vislumbre especial
Um profuso breu espectral
Atacava o solo em gotas
Apaticamente me envolvia
Cobertor de rara alegria
No ritmo lento, sua forma distinguia
Íntima se fazia, pois nunca fugia
Mas de nuvens não vieram
Estranhamente, do além pertencia
A incerta escuridão
Parte a parte consumia
Seu choro mudo ouvia-se em sinfonia
Perdão disfarçado em falsa alegria.
Eu, o mártir da nova sintonia
Com seu plano colaboraria
Em prol do fim
Ao contraste do intenso apertar
Destravei a porta que não deveria
Compondo as palavras sem nenhuma harmonia
Do seco ao molhado, inspirando antipatia
Sufocante sentimento que não produz folia
Desvanecendo na tranquila e doce melancolia
A chuva não me abandonaria.
Não Desejo Salvação
Põe-me para descansar
Indesejada benignidade
Querer existencial revogado
O culpado em minhas visões, sou eu
Ser sem vida compõe o resto
Meu eu fugiu de mim
Tentativa vã de se salvar
Bateu de frente com sua punição
Desejada punição, desejável dose punitiva
Feita com minhas próprias partes
Consumindo mais de mim para sobreviver
Sobrevivência traçada umbrática sob meu céu
Mente defasada não pensa, coração mórbido não sente
Abatido e mortificado e destroçado e paranoico
E lamina mortal e fria e insano suicida
Lentamente entregue a confortável morte
Acobertado cérebro no desejo mortífero
Não mais responde ao seu chamado
Distinto instinto apoderado a morte
Brisa penumbral virou deleite imutável
Imortal oração de morte, do orador ao seu alvo
Eu sou os dois, assassino e alvo
Chefe e contratado, marcado de morte em vida
Minhas mãos assassinas proveram única piedade
Conhecida e apreciada, vagando esquecido
Pelos mesmos lugares que em vida não importavam
Agora há de importarem, pois sozinho mais uma vez
Hei de estar.
Os seus olhos, olhos tão preciosos quanto rubis e esmeraldas, me tiraram o fôlego, me roubaram a alma. Olhos esses ora âmbar, ora negros, olhos tão frios e penetrantes quanto aconchegantes e meigos. Olhar penetrante, que roubou meu coração como o saqueador rouba o viajante, que me faz sentir a brisa de um belo pasto verdejante, com margaridas por ele todo, será que eu sou apenas mais um tolo, um bobo? Será que estou me apaixonando de novo?
O Inominável
Sua existência absurda jaz no topo
Não pertencente a leis universais
Vive trancafiado, separado da graça que antes o pertencia
Construído abaixo sua montanha de olhos devassos
De pele áspera e sangrenta
Atinge-o na constante agonia
Solvendo-o na familiar melancolia
Abraçando-o nas puras gotículas rubras
Na desesperança de retorno a moradia
Ao seu antigo lar na imensidão
Amaldiçoou novo mundo em obscura selvageria
Servindo de banquete malicioso
Montou seu reino maléfico sob pontudas angustias
Como antes fizera seu antepassado Azmuth
Os obcecados na magnífica rubidez vociferam
“Malithet, Inominável Lorde Rubro
Conceda-nos a graça de seu sangue
E voltai ao teu cosmos pertencente”.
Os meus sentimentos eu não escondo, são tão evidentes no meu olhar. O amor é perfeito, habita o peito ( é como uma canção de ninar).
Eu sempre fui mais paciente, não ligava pra nada ate a raiva e a tristeza se misturar num copo cheio de vazio, e eu sendo obrigado a tomar e sentir tudo isso porque eu escolhi tudo isso, poderia ter sido diferente mas de todas as escolhas todas iriam ter o mesmo final, a dona solidão, me estende a mão a cada briga e me pergunta o porque eu desejo isso ainda, mas uma vez na vida o amor vence as coisas, um veneno doce e amargo durante o processo, confesso achei que não seria assim, tantas brigas, tantas discussões por coisa mínimas, mas eu sempre sou culpado de estar fazendo errado ou de não estar fazendo o suficiente, nunca cobrei nada, queria que fosse mais leve mas não é. Oi vazio fico feliz que ainda me espera no mesmo lugar.
eu sinto um vazio tao grande... tao grande que eu nao me sinto mais feliz ou triste, eu apenas estou vivendo no piloto automatico.
Um dia... Não mais que um dia tua mente insana e putrefata será consumida pela mais pura dor da melancolia. E então nesse dia tua alma se resumirá a nada. - Um dia... Não mais que um dia! Um dia... Não mais que um dia tua face pálida e doente será consumida pela tirania da morte fria e imponente. - Um dia... Não mais que um dia! Um dia... Não mais que um dia tua tua boca amarga e fria irá silenciar-se . E nesse dia sem haver mais alegria tu irás me procurar. - Um dia... Não mais que um dia!
Ponho-me a espreitar meus sonhos
Disfarçados de luas e de noites
Perambulantes, onde as estrelas
Todas soam incessantes quando
Debaixo delas, sobre teu olhar
Me deito.
Como numa nascente dedilhar
O tronco,
Nas raízes das arvores de debulhar
Calcinas,
E no seu corpo terra caminhar
Lembrando
Que quanto mais me deito
Mais deleitoso anseio
De lançar-me ainda.
Ah morte! Ah vida!
Que como companheiras na alvorada
Caminham,
Não me escolham, vos imploro com pranto,
Quero do meu amor ainda ouvir o
Canto, pelos vastos anos em que meus
Pulmões a mim permita.
Na medida em que vou me autodiagnosticando, vou percebendo o quão burro sou por não procurar ajuda.
Badaladas da meia-noite
O horário chega, o clima esfria e coração aperta
Remoendo todos àqueles momentos
Que jamais voltarão
Eu disse que não precisava ser em vão
Mas indiscutivelmente, você não fez questão
Nem ao menos um perdão, e sim, apenas sua isenção.
Me prometeu o mundo, quando na verdade meu mundo era você
Você não vê?
Aqui estou, a sofrer
Porque mais uma vez, doei tudo de mim à quem não fez por merecer
Deixando em mim o estrago
Que não há o que possa resolver;
Apenas você.
Nas badaladas do meu coração, você me vêm na emoção;
Coração fica na boca, vontade de desabar começa a esplandecer.
Favoreceria à um reaver,
Pois de minha cabeça, nunca estarei a te esquecer.
As estrelas ainda foram feitas para nós?
“Mil e uma léguas até você”
Porque terei eu de sofrer tanto
com sentimentos que antes eram para mim um encanto?
Ela parecia me amar,
mas só queria ao meu coração matar
Se essa mulher uma musa em ascensão,
não vem até mim,
eternamente morrerei por tal pretensão
Sentir o deleite do seu amor,
para mim foi apenas um dissabor;
Felicidade e tristeza são tão contraditórios,
com o tempo se tornaram aleatórios
Céu, terra, mar,
como posso eu viver se não para amar?
Se um dia nada nos aproximou,
foi porque o destino não deixou;
Tu és a primeira rosa que brotastes em meu coração,
por você apenas morro de paixão.
Serás isto real ou apenas ilusão?;
Doces lábios que tu trazes,
tão doces quanto seu coração
que me encheram de pura emoção;
Naveguei pelo mar dos sentimentos,
e acabei em fragmentos;
Através da tempestade marinha,
eu encontrei em você o amor que me aninha;
Minha deusa, minha rainha, meu tudo,
por você dou a volta ao mundo;
O meu amor é melancólico, só de existir causa dor, só de lembrar faz chorar. Mas é a melhor forma de tristeza que já conheci na vida.