Melancolia
Difícil vida melancólica, onde os desejos mais tentados ao usurpo da alma, tornam-se incógnitos diante da perspicaz vida azarenta.
Poema da angústia
Eu estava de olhos abertos
Mais eu não estava lá
Eu me sentia vivo
O silêncio veio me acordar
Eu amava
Eu gritava mais ela não pode ouvir
Eu sussurrava a minha dor
Minhas preces não chegavam
Nem mesmo como o sol se pôr
Datas são marcantes
Mais que marca mesmo...
É a dor
A distância aumenta a minha angústia
E o vento sopra a minha
A dor.
Sinto que estou sendo pisoteada, esmagada... Às vezes percebo que tento escapar, mas de tanto tentar vem o cansaço, e de não conseguir vem a desmotivação. Eu não sei para onde ir, porém a vontade de fugir é imensa. Sinto falta de alguma coisa ou alguém. Não sei ao certo de quem ou do que. Percebo que esta sensação de saudade/carência me causa melancolia, nostalgia a ponto de chorar sem saber o motivo.
Eu não quero ser o smartphone, a bota, a bolsa da tal marca, o Hi-Ban, o penteado clichê. Eu gostaria de me sentir bela e importante para o mundo. Gostaria de fazer às pazes comigo mesma e acreditar que ainda há muitas pessoas legais que priorizam a essência e não a aparência, nem que elas sejam minoria. Ninguém vai levar nada disso para o caixão, então por que estão deixando de lado a essência do amor? Namorar não é usar aliança, postar as fotos dos chocolates, das rosas, não é se aliar porque pode tirar proveito. O amor fica triste com essa banalização. O mundo está virado de cabeça para baixo e é triste constatar que a maioria não vê nada de errado, apenas eu.
A Governanta Webnovela
ODE AO OUTONO
Como quem quisesse cantar um segredo
Pulastes e Voastes em sossego
Do alto de um galho
Saudades de Brumário
O vento que nina as árvores
E que carrega rios
É o mesmo que varre o chao.
Colore de amarelo a estrada da solidao
O Lírio que decora velório,
Tu é o mais fiel expectador
da expectativa da dor
da vida do que foi e
dos que tentarao
em vao ser saos.
O que tu és se nao um torpor de verao?
O que tu és ingrata agonia?
Se nao a curva que a estrada rasga o chao?
És a sintonia da ironia
A insonia devida
de vida
da Vida.
POEMA DE PALHAÇO
Anda, Palhaço
Encare a alegria.
Alegria alheia, porque
sua felicidade é
apenas alegoria
Faz a criança rir;
Faz o adulto chorar.
Porque no picadeiro
a vida é mole
mas, a vida real
é corda bamba.
Saudade...
É um sentimento que arde,
Todo momento,
Sem piedade,
E por pior que seja,
Faz lembrar algo,
Lindo, verdadeiro e mágico,
Que está perdido no passado,
Talvez exposto em um retrato,
Porém certamente tem seu lugar guardado,
No futuro e para todo o resto de uma breve eternidade,
No pensamento de quem sofre calado.
Saudade de hoje.
De quando trocamos palavras.
De quando trocamos segredos.
De quando trocamos países.
De quando trocamos olhares.
Andando por esses países
perdi-me apenas no segredo das palavras do teu olhar.
Que bom que nos encontramos nessa esquina do destino.
Que seja eterno enquanto dure.
Me senti triste, não sabia porque, não quis admitir para mim que sentia sua falta, então optei pela dor física para amenizar a dor emocional...
Assim consegui aliviar o sofrimento, não fui embora em paz mas te levei no pensamento
Fim
O que eu perdi não foi um sonho bom,
não foi o fruto a embebedar meus lábios,
não foi uma cançõ de raro som,
nem a graça de alguns momentos sábios.
O que eu perdi, como quem perde uma outra infância,
foi o sentido do enternecimento,
foi a felicidade da ignorância, foi, em verdade,
na minha carne e no meu pensamento,
a última rubra flor do fim da mocidade.
E dói - não esse gesto ausente, a que se apagam
as flores mais solares, mas uma hora,
- flor de momento numa breve aurora -
hora longínqua, esquiva e para sempre morta,
em cuja escura, inacessível porta
noturnos olhos cegamente vagam.
Quem me dera, um dia saber manusear habilmente cada palavra para expressar corretamente toda a melancolia que corroi minha triste alma lirica.
Aquilo que não dizes
me é melancólico discurso
Pois, navega tua vida
e eu seguirei meu curso
Nada de até logo ou adeus
embarcados apenas em sonhos
Eu nos de alguém, e tu nos meus.
Registros de experiências
Não escrevo unicamente pra mim.
Escrevo para você que lamenta, e busca ser consolado.
Pra você que abomina as injustiças, e busca revoluções.
Pra você que interroga tudo, e busca respostas.
Pra você que ama, e busca ser amado.
Pra você que não entende, e busca compreensão.
Enfim, escrevo pra muitos.
Porém, há poucos que percebam,
Que não escrevo sobre tudo,
Somente o que já entendi.
E que não escrevo sobre a felicidade,
Porque ainda não a conheci.
Tristeza teima
Não se afasta de mim
Ronda minh'alma
Eterno spleen
Corro, fujo, escondo-me
Tentativa festim
Fatigado indago
o que me aguarda por fim
À madrugada desperto
por um instante febril
E um silvo anuncia:
Futuro nanquim!
Sem querer
Senhor, em preces suplico:
Esquecer-te de mim,
Agora teu inimigo
Não desejo teu alento,
Todas as mulheres, eu sei,
Vieram a mim comprazimento
Minha ‘alma pulava,
Meu corpo cedia,
Minha mente enceguecia
Morei entre o puro e o impuro,
Repousei sobre livros no escuro
E matei todos os melhores que eu
De tantos sofrimentos,
Meu espírito padeceu,
Temi então, deixar esta vida,
Como quem nada viveu
Deixei todos os amores
Que geravam minhas dores
E, cansados, partiam,
Dissolvendo minhas noites
Senhor...
Frívola e gélida,
Minha ‘alma já não grita pelos cantos,
Depois de ressentimentos tantos
Se quiseres agora, me condene!
Minha alma jaz ruinosa
E qualquer paixão que adentre,
Será repudiada como leprosa
Por favor, Senhor,
Cuide dos corajosos do teu mundo,
Que em meio a escabrosidades
Encontram motivos para viver
Esquecer-te deste imundo,
Que em ato covarde quer falecer.