Melancolia

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⁠A Beleza solitária, aprisionada na sua própria imagem, muitas vezes carrega a tristeza da superficialidade. Num mundo onde a essência se perde na estética, a solidão da beleza é a melancolia. A verdadeira caixa de pandora reside além do superficial. E só a autenticidade para iluminar a alma.

Um Relato Melancólico da Fragilidade Humana

⁠Hoje, entre os soluços contidos e os suspiros profundos, sinto a tristeza tomar conta de cada fibra do meu ser. O dia, habitualmente repleto de luz e cores, parece mergulhado em um manto cinzento e opaco. As nuvens se aglomeram no céu, como se quisessem refletir o turbilhão de emoções que se desenrola dentro de mim.

Desculpe-me, mundo, por não conseguir erguer o sorriso que costumeiramente adornava meu rosto. Não é por falta de tentativa, mas sim pela imensa dificuldade em vislumbrar a beleza da vida neste momento. Às vezes, a força parece escorrer por entre os dedos, e a fragilidade humana se faz presente de forma inegável.

Lembro-me das palavras sábias de uma canção que ecoa em minha mente: "Moço, ninguém é de ferro." Somos seres moldados pela imperfeição, destinados a falhar e a cair. E é justamente nesses momentos de queda que percebemos nossa humanidade mais visceral, nossa capacidade de errar e de aprender com nossos equívocos.

Então, hoje, permito-me cair. Deixo-me envolver pela tristeza e pela melancolia, compreendendo que, mesmo nas sombras mais densas, há espaço para a luz da esperança brilhar. Pois é na aceitação da nossa fragilidade que encontramos a verdadeira força para seguir em frente, rumo aos horizontes que aguardam para serem descobertos.

A minha solidão é autoinfligida

A ⁠minha solidão, como uma sombra persistente,
Infligida por escolhas e silêncios,
É um vazio que se estende,
Um abismo onde os pensamentos dançam.

Nas noites solitárias, alta e imponente,
Ela se ergue como uma torre de pedra,
Cercada por memórias e arrependimentos,
Um labirinto de emoções sem saída.

Solidão, companheira silenciosa,
Teço versos com fios de melancolia,
Escrevo cartas para o vento,
Na esperança de que alguém as leia.

Mas a solidão é minha fiel confidente,
Ela conhece meus segredos mais profundos,
As cicatrizes que escondo sob a pele,
E os sonhos que se perderam no tempo.

Alto na madrugada, olho para as estrelas,
Buscando respostas no céu escuro,
Mas a solidão sussurra: “A resposta está dentro de ti”,
E eu me perco nas sombras do meu próprio ser.

Talvez um dia a solidão se transforme
Em algo mais suave, menos cortante,
Até lá, continuo a escrever,
Na esperança de que minhas palavras alcancem alguém lá fora.

⁠MORTIFICADO

Por que senhor, por que me fizestes tão quebradiço ? Quando essa sequência de derrota há de acabar ? Mesmo não crendo em ti, sei que tua maldade não seria tão grande com teu filho. Há tempos que não vejo lágrimas descendo sobre meu rosto, a solidão que antes me afligia e me dava medo, hoje já não me assusta.

Nem o remédio mais forte, a cirurgia mais precisa ou a terapia mais intensa tirariam os pensamentos lastimosos que venho tendo. Eu não queria refletir com tal profundidade, mas agora é tarde demais, o demônio da dúvida se sentou no meu ombro, e agora papeia comigo sobre tudo.

Já não reconheço semblante estampado em meu rosto, já não me sinto mais o mesmo, já não tenho mais a sede de viver. Acho que a fonte da vida, um dia seca para todos.

⁠Dualidade da Vida

⁠Vida em dualidade, bela e dor,
Máscaras sussurram verdades ocultas,
Rio de luz, sombras que me envolvem,
Melancolia revela a alma sepulta.

No cerne das máscaras, segredos guardados,
Lágrimas sussurram silêncios antigos,
A vida é pintura em tons desbotados,
Reflexões mergulhadas em vales sombrios.

Desvendar a vida, desvendar a dor,
A poesia revela segredos esquecidos,
Palavras como fios de melancolia,
Teço a trama dos sentimentos perdidos.

Em cada verso, um eco de saudade,
Em cada pausa, a melodia da solidão,
Vida bela e dolorosa, contradição,
Onde a tristeza se mescla à eternidade.

FILME⁠

Há dias que não existo, simplesmente me abstenho da vida e inexisto, não vivo, não choro, não rio e não escrevo.

Carregado de amargor, vago sem proposito, não há o que fazer. O céu é cinza, o clima é encoberto de monotonia, chateação e desinteresse.

Por quanto tempo isso há de durar ? Até quando terei que sofrer por esse sentimento frívolo que me traz frustação e ansiedade ?

Eu só quero que isso passe, que o dia acabe, que o tempo se quebre e o sol exploda, durante esse período seco e insensível, meu combustível é o ódio.

Talvez eu só esteja sendo dramático, fazendo suspense por algo besta, tentando romantizar o tédio. Não sei

Acho que as vezes não há protagonismo em dias que somos figurantes.

POEMA DA VIDA

⁠Poetas nascem nas decepções, poetas nascem nos amores, poetas nascem nas páginas de grandes livros, poetas nascem nas páginas de pequenos livros, poetas nascem na noite, poetas nascem nas madrugadas.

Poetas nascem no fundo do ônibus, poetas nascem em um dia nublado, poetas nascem no banco de trás do carro, poetas nascem no sofá, poetas nascem no bloco de notas, poetas nascem na sala de aula, poetas nascem em todo lugar.

Todos fadados ao mesmo destino, fadados a mesma rotina tediante, fadados ao romance da solidão. Todos viverão de eterna melancolia, mas nunca morrerão infelizes.

⁠Vestiu tanto uma casca adulta
Que agora, se sente vazio
Como uma casca oca.

Agora, quando já era tarde demais e as lojas da vida estavam fechadas, ele lamentava não ter comprado certo livro que sempre desejara, não ter jamais passado por um terremoto, um incêndio ou um desastre de trem; não ter visto jamais o Tatsienlu no Tibet, nem ter ouvido nunca as gralhas azuis parlando em salgueiros chineses; não ter jamais falado com aquela colegial errante, de olhos impudicos, que encontrou, certo dia, numa clareira solitária; não ter rido da anedota contada por uma mulher tímida e feia, quando ninguém riu na sala; ter perdido trens, alusões e oportunidades; não ter dado a moeda que tinha no bolso para aquele velho violinista de rua, que tocava tremulamente para si mesmo, certo dia gelado, numa cidade esquecida.

‘Um dia eu também vou morrer.’ Acontece com você, não? Ódio do mundo, que muito alegremente continuará sem você. Uma sensação básica de que todas as coisas do mundo são bagatelas, fantasmagorias comparadas à sua agonia mortal, e portanto à sua vida, pois, como você mesmo diz, a vida em si é a agonia antes da morte.

FRIO (cerrado)

Quem o contentar dirá destas noites de frio?
Corre no cerrado de galho a galho, arrepio
Dum vento seco e bravio. E eu, aqui tão só
Em queixas caladas, calafrios, é de dar dó
Recolhido na tristeza do invernado cerrado
Cheio de solidão, de silêncio e de pecado...

Que corrosiva saudade! Esquisita e estranha
Uma está lembrança forjada na entranha
Do inverno, caída de outrem, fluindo amargor
Onde, em sombrio sonho, eu vivendo a dor
Sem querer, na ingratidão, com indiferença
No vazio da retidão, da ilusão e da crença

Que acirrado frio, sem piedade, ofensivo
Que me faz reclusivo, neste cárcere cativo
Insano, em vão, duma melancolia lodaçal
Que braveja, me abraça e me faz tão mal...
Por que, pra um devaneador esta paragem
Que ouriça, e é tão deslocada de coragem?

Ah! quem pode me dizer pra que assim veio?
Se está tortura é passageira, assim, eu creio.
E a minha miséria aberta, escorre pelo olhar
Receio... e mais gelado fica em mim o pesar.
Uma prosa alheia, uma penitencia escondida
Se é só o frio, por que esta insânia homicida?...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
14 de julho de 2019
00’17”, Cerrado goiano
Olavobilaquiando

POEMA DE PALHAÇO
Anda, Palhaço
Encare a alegria.
Alegria alheia, porque
sua felicidade é
apenas alegoria
Faz a criança rir;
Faz o adulto chorar.
Porque no picadeiro
a vida é mole
mas, a vida real
é corda bamba.

Inserida por Paulinpagliacci

Saudade...
É um sentimento que arde,
Todo momento,
Sem piedade,
E por pior que seja,
Faz lembrar algo,
Lindo, verdadeiro e mágico,
Que está perdido no passado,
Talvez exposto em um retrato,
Porém certamente tem seu lugar guardado,
No futuro e para todo o resto de uma breve eternidade,
No pensamento de quem sofre calado.

Inserida por GuilhermeDadda

Saudade de hoje.

De quando trocamos palavras.
De quando trocamos segredos.
De quando trocamos países.
De quando trocamos olhares.

Andando por esses países
perdi-me apenas no segredo das palavras do teu olhar.
Que bom que nos encontramos nessa esquina do destino.

Que seja eterno enquanto dure.

Inserida por PedroAquino

Me senti triste, não sabia porque, não quis admitir para mim que sentia sua falta, então optei pela dor física para amenizar a dor emocional...
Assim consegui aliviar o sofrimento, não fui embora em paz mas te levei no pensamento

Inserida por SrtReis

Fim

O que eu perdi não foi um sonho bom,
não foi o fruto a embebedar meus lábios,
não foi uma cançõ de raro som,
nem a graça de alguns momentos sábios.

O que eu perdi, como quem perde uma outra infância,
foi o sentido do enternecimento,
foi a felicidade da ignorância, foi, em verdade,
na minha carne e no meu pensamento,
a última rubra flor do fim da mocidade.

E dói - não esse gesto ausente, a que se apagam
as flores mais solares, mas uma hora,
- flor de momento numa breve aurora -
hora longínqua, esquiva e para sempre morta,
em cuja escura, inacessível porta
noturnos olhos cegamente vagam.

Inserida por MarianaNunesBorges

Tristeza teima
Não se afasta de mim
Ronda minh'alma
Eterno spleen

Corro, fujo, escondo-me
Tentativa festim
Fatigado indago
o que me aguarda por fim

À madrugada desperto
por um instante febril
E um silvo anuncia:
Futuro nanquim!

Inserida por ThiagoLobao

Prefiro viver acompanhado pela solidão,
do que rodeado de gente que me faz sentir só.

Inserida por versusanonimus00

No caminho

Nossas mãos se cruzam
No longo caminho da vida triste
Juntas permanecem

Inserida por gabrielsr

Sem querer

Senhor, em preces suplico:
Esquecer-te de mim,
Agora teu inimigo

Não desejo teu alento,
Todas as mulheres, eu sei,
Vieram a mim comprazimento

Minha ‘alma pulava,
Meu corpo cedia,
Minha mente enceguecia

Morei entre o puro e o impuro,
Repousei sobre livros no escuro
E matei todos os melhores que eu

De tantos sofrimentos,
Meu espírito padeceu,
Temi então, deixar esta vida,
Como quem nada viveu

Deixei todos os amores
Que geravam minhas dores
E, cansados, partiam,
Dissolvendo minhas noites

Senhor...
Frívola e gélida,
Minha ‘alma já não grita pelos cantos,
Depois de ressentimentos tantos

Se quiseres agora, me condene!
Minha alma jaz ruinosa
E qualquer paixão que adentre,
Será repudiada como leprosa

Por favor, Senhor,
Cuide dos corajosos do teu mundo,
Que em meio a escabrosidades
Encontram motivos para viver

Esquecer-te deste imundo,
Que em ato covarde quer falecer.

Inserida por AZEVEDODouglas