Mel

Essa árvore de Jambolão no meio do nada, esse tapete roxo, esse cheirinho de fruta passada... É o doce gosto da lembrança da infância...

Decidi: eu quero uma casa grande, com filhos barulhentos, porta retratos na estante, uma parreira florida, com sua sombra merecida...

O mar está furiosamente lindo hoje. Mexido, de ressaca, alto. Mar de chuva, de tempestade. Com fragmentos de outros lugares, brisa, memória, saudade..

Mar azul horizonte nos meus olhos
Me leva para onde eu também possa repousar.

Barco a vela, sua mão na minha
Amor que nasce molhado.

Parto e me reparto em ti
Repare que metade minha fica para quando a distância se acabar.

Insônia: não sono insano que me incendeia.

Pareço prece no teu olhar
Me ver lá faz a vida ser espelho.

Vestido no chão, sapato na cama. Quando a gente ama ordens se invertem e vestes se vão.

Trilho do trem. Vai e vem. E eu espero você nos vagões da saudade

Palavras presas são como choro não chorado. Um dia elas resolvem brotar.

Folhas úmidas se refugiam no sol
Cores devolvidas à cidade
a chuva parou de molhar.

Olhares fugidios
Pés se encontram sob a mesa
Minha barriga revira e o amor pode começar a construir.

Algodão doce cor de nuvem, gosto e sonho de infância.

O lado de dentro quando adentrado pode até ficar pequenininho.. Porque às vezes chove nos olhos de felicidade da gente!

Mesmo que o mundo as vezes fique sombreado, não hei de perder o sol dentro de mim!

Era simples, era tão simples ser menina, ser pequena na minha alma, ter entre os maiores medos o escuro e as noites de tempestade. Que saudades desse gosto doce que só a meninice da infância tem!

"Eis que me disseram quando eu ainda era pequena: Sê grande dentro das frestas que fazem a vida poesia. E eu resolvi ser."

O passarinho me olhou pequeno. Eu coube naquele olhar e depois no seu voo de liberdade. Tenho sonhado em amar nos céus.

Sou soprada pelo vento, consumida pelo tempo, sou a utopia, então vivida!!