Medo de Falar
As coincidências são mesmo aleatórias? Ou são conexões que não entendemos? Raízes que se deslocam invisíveis sob nossos pés e guiam nossas vidas. Será que estamos no controle? Ou será que os resultados já foram decididos? Acho que, no final, tudo o que podemos fazer é… erguer nossas cabeças… olhar para o horizonte… e esperar que o destino nos favoreça… ao menos por enquanto.
Eu sinto muito pelo que você herdou do seu pai. Mas eu queria um filho. O maior presente da minha vida.
Você dará muitos passos. Dezenas se tornarão centenas. Centenas se tornarão milhares. Suas aventuras continuarão por muitos e muitos anos.
Quando você domina seus pensamentos e emoções, seu equilíbrio interior está imune às influências alheias.
Assegure-se disso e persevere, sem medo de errar.
Pense nisso.
Gonçalvesdarocha
Sabedoria amiúde
Eu sei que sempre te critico por você fingir ser alguém que não é, mas pra mim também não é fácil ser como a gente.
Eu tinha medo disso. Da gente. De mim. E hoje é a primeira vez que eu me sinto eu mesma há meses. Fazia tanto tempo! Eu tinha esquecido como era. Você me faz sentir eu mesma.
Ela não esquece. Parece que ainda temos 12 anos, e que o objetivo dela é me punir por algo que nem foi culpa minha.
Vamos sair e fazer nosso melhor, porque mesmo se perdermos, continuaremos vencedores em nossos corações.
O que acontece com as crianças
Aprendi a escrever lendo, da mesma forma que se aprende a falar ouvindo. Naturalmente, quase sem querer, numa espécie de método subliminar. Em meus tempos de criança, era aquela encantação. Lia-se continuamente e avidamente um mundaréu de historia (e não estórias) principalmente as do Tico-tico. Mas lia-se corrido, isto é, frase após frase, do princípio ao fim.
Ora, as crianças de hoje não se acostumam a ler corretamente, porque apenas olham as figuras dessas histórias em quadrinhos, cujo “texto” se limita a simples frases interjeitivas e assim mesmo muita vez incorretas. No fundo, uma fraseologia de guinchos e uivos, uma subliteratura de homem das cavernas.
Exagerei? Bem feito! Mas se as crianças, coitadas, nunca adquiriram o hábito da leitura, como saberão um dia escrever?
Lembro como era bom compartilhar minha felicidade com os amigos, falar pelos cotovelos sobre alegrias que soavam até ofensivas àqueles que não entendiam o que se passava no interior de um corpo em festa. Eu costumava ser uma alegoria ambulante. Agora a festa terminou, os copos estão espalhados pelo chão, os pratos sujos, silêncio absoluto, ficou o vazio devorador de uma solidão impossível de ser contada.