Me Disseram
Muitas pessoas dizem que às vezes temos que ouvir a razão em vez do coração, mas nunca disseram nada quando a razão e o coração concordam.
Me disseram que era o primeiro de muitos e, que viriam outros iguais ou semelhantes. Já me disseram que seria compatível em alguns aspectos e, em outros seria desigual com os nossos gostos. Já me disseram que nem sempre o primeiro é o certo, e nem sempre o último devia mesmo ter sido o primeiro. Por mais que guardemos mágoas contínuas de pessoas que amamos, isso não faz com que essa pessoa seja menos importante, ou os momentos que junto vocês viveram tenham sido ruins. Na vida tudo acontece na hora certa, e ninguém nunca vai compreender o que eu tento dizer com o acaso, ou talvez entenda. Já me disseram que seria doloroso sentir tamanho sentimento pela primeira vez, e que haveriam muitas barreiras se tudo aquilo fosse verdadeiro mesmo. Já me disseram tantas coisas sobre ele, que as vezes, esqueço todas as definições que já me deram. Eu só sei que amar pela primeira vez, é como saber voar sem sentir que vai cair no primeiro salto através do ar. O primeiro amor fica, mesmo querendo se esquecer as vezes. Já disse tantas vezes "meu primeiro amor" que já nem sei onde ficou o verdadeiro mesmo, que me marcou. Talvez eu saiba, só não queira lembrar, como a maioria das outras pessoas por aí.
Um dia, disseram-me:
- Seja humilde!
E pensei, pensei, que seria humildade?
Deixar que sempre me passassem para trás?
Obedecer todas as ordens que me dessem, mesmo que estas viessem a me prejudicar?
Aceitar tudo o que fizerem contra mim?
Ver que algo está errado e não falar nada?
E ao passar dos anos venho percebendo que humildade nada mais é do que ajudar ao próximo sem pedir a ele nada em troca, e apenas...
Quando dobrar seus joelhos, lembre que Deus lhe dará tudo aquilo que você um dia ofertou a alguém...
Me disseram que conhecimento em exagero é loucura. Mas cá entre nós, prefiro ser um louco sábio, do que um sensato estúpido.
Um Plebeu Apaixonado
Hoje me disseram que um pobre homem não nobre, sem refinamento, vulgar, prosaico, popular, comum não tem o direito de amar.
Este direito foi permitido somente para os chefes de Estados, investidos de realeza; príncipe de um reino ou monarca soberano.
Não nascie rei, sou apenas um tolo plebeu apaixonado.
Tenho que esquecer que este direito me foi negado e me calar.
Romance, amor, paixão só em contos de fadas para um plebeu só tristeza.
Devo ignorar, não chorar, não desejar, não se apaixonar. Infelizmente me disseram que um pobre não pode amar.
Felizmente esquecerram de cecnsura meus sonhos, por isso vou sonhar um sonho dentro de outro sonho.
Vou sonhar que eu posso. Neste sonho sendo pobre ou sendo nobre, vou sonhar que amo e sou amado.
Vou sonhar sendo rei ou sendo plebeu, o que me importar é poder amar.
Neste sonho a felicidade e o amor sou eu que componho.
Vou amar em demasia, vou buscar a felicidade não importando de me sentir culpado.
Sendo eu o dono dos meus sonhos, serei rei plebeu, amarei e serei amado.
Nos meus sonhos vou morrer de amar.
Não entre nos meus sonhos para me censurar.
Todos já lhe disseram que o tempo é finito, mas você realmente sabe o valor dele, se você sabe, deveria aproveita-lo, pois no túmulo você não leva nada nem seu conhecimento.
Mordaça
Disseram-me que não vivo o que escrevo
Nada respondi só parei imediatamente
Travei de tal forma que nada me vinha à mente
Perguntaram-me depois por que não escrevia mais
Respondi pra que? Se o que eu escrevo não é verdade
Não tenho talentos de escritor ou poeta e nem vaidade
Pensei nisso um bom tempo de como isso começou
Parar não me trouxe paz e pior me amordaçou
Voltei às escondidas em secreto, fugindo da prisão
Fazer de minha escrita minha melhor expressão
Voltei a ficar um pouco de bem comigo
Confessando as letras á fiz meu melhor amigo
O que escrevo agora?
Minhas verdades e outras mentiras
Tem muito coisa ainda guardada comigo
Não sou pressionado a viver o que escrevo
E se não houver um que goste,
não ligo
Quando disseram que existe a raça negra, a raça branca e afins, olhei para a face da terra, e apenas vi uma raça. A raça humana
As Linhas
Disseram pra Vânia que as linhas das mãos guardavam e guiavam seu destino.
Estava tudo ali na palma das mãos, determinado, sacramentado, no desejo intransponível do destino.
Era só interpretar as linhas... tantas linhas...
para cima...
para baixo...
em retas...
em diagonal...
formando hexágono, que Deus havia carimbado em sua mão.
A mão, um deserto cor de rosa, riscado de linhas falantes, para que o caminhante não morresse de sede e descortinasse o futuro.
As respostas estavam nas linhas que riscavam a palma da mão, mostrando o caminho e iluminavam as suas decisões.
Buscava sempre nas linhas, destinos a serem realizados e sonhos que sonhava.
Era uma busca incansável de premonições, ir a adivinhos, sensitivos, para desvendar e achar os mais curtos caminhos nas linhas das mãos.
A busca se tornou a razão da vida de Vânia. Viajava, andava longe, por estradas esburacadas, em casas escuras cheirando a velas queimadas, acreditando na imaginação dos sensitivos às suas mais íntimas indagações.
Assim caminhante da Roda Viva, pelas leis do Karma, Vânia procurava o destino na magia e no mago, nos desdobramentos de suas forças, o julgamento de sua vida para alcançar o sol da eterna felicidade.
Ora diziam que havia um moço claro e Vânia jogava p’ro alto sua sorte, e fazia uma mudança radical em sua vida.
Sua vó alertava:
— A vida tem que ser uma oração.
Vânia subia até as estrelas em sua nova esperança e nesta aventura, aparecia um louco que só queria aventuras e incertezas.
Sua mãe dizia:
— As respostas estão em você, abrace sua fé.
Vânia por tempos aquietava a ilusão, mas, o seu medo pela vida, ressuscitava as incertezas.
Sua irmã exaltava:
— Encontre seu próprio rumo e confie em você mesma.
Vânia, já mais velha e madura desanimada na busca e sentido da vida desejava agora uma harmonia sobrenatural, a temperança e sua auto realização (o mundo).
Agora tinha certeza de que o mundo não guardara p'ra ela nenhum amante loiro nem moreno. Lia as cartas de previsões e se embaralhava nas linhas escritas. Até que um dia, Vânia de tanto reler as cartas, não saía mais do quarto e todo mundo pensava: "Deve estar lendo as linhas e previsões.”
O sol se aproximou da Terra, secou o orvalho da manhã e Vânia não apareceu para o almoço.
Bateram, bateram na porta do quarto...
...não houve resposta. Quando abriram encontraram Vânia enrolada como um novelo de linha.
Linha de tudo quanto era jeito:
linha de retroz
linha de bordar
linha de carretel
linha grossa
linha fina...
Vieram suas irmãs, Vera e Virgínia, correndo e não sabiam se chamavam um médico, o curandeiro ou o sensitivo.
Vânia estava enrolada e embaraçada nas linhas.
Foi um reboliço. Tinham que achar o fio da meada e desenrolar as linhas que amarravam Vânia.
E tinha que ser rápido. Deu uma trabalheira danada, dia e noite, Vera e Virgínia se revezavam para desenrolar as linhas que aprisionavam Vânia.
Precisava pressa, pois, ela já estava pálida, acinzentada, não falava, estava cabisbaixa, enquanto as irmãs desenrolavam linhas... e mais linhas...
Eram tantas linhas... linhas da vida agarradas à Vânia.
Passaram dias e noites. Vera e Virgínia se revezando.
- Venha rápido, pedia uma, vamos deitar Vânia, já está quase no fim do “enrosco”.
As duas pegaram com afinco a tarefa. Vânia ainda de pé rodopiando, para desenrolar o “enrolo”.
Quando acabaram, levaram um grande susto, só restava de Vânia as suas sapatilhas.
Aí, elas concluíram que Vânia também virara linha, tinha corrido tanto atrás das linhas, que se embaraçou, se perdeu, não escreveu nem uma linha da sua vida, que minguou, minguou até virar um
FIO DE LINHA!
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Não vou fugir.
Não vou partir.
não quero.
Já nos disseram,
Querer é poder
Mas é mais que isso
Querer é uma decisão.
De nossas decisões...
Sobram...
Não, sobram não é a palavra adequada
Resta, não resta também não serve.
De minha decisão, da nossa decisão
Eu recebo,
Eu ganho
Da minha decisão só tem a ganhar
Querer é um poder
Esse poder maravilhoso
poder da decisão de ficar
O prêmio maior é meu
Viver
Certa vez me disseram para ser igual as ondas do mar. Não me disseram como pois eu mesma tenho que descobrir.
Um dia me disseram que eu nunca ia ser nada na vida, disseram que o meu sonho não era para mim. Falavam sempre: Você não vai conseguir. Quando eu caía, eles riam e me perguntavam: onde está o seu Deus? Muitas vezes essas pessoas quase me fizeram parar, quase me fizeram desistir. Só que eles não contavam com uma coisa: Cada uma dessas palavras que eles falaram, se tornaram o maior texto de motivação que eu já li em toda a minha vida.
Disseram que meu amor era passageiro
Lhes mostrei meu passaporte
E não entenderam
Ao ver que o meu único destino era o seu endereço.
Muitas pessoas me disseram que estava tudo bem, que ela iria aparecer, que ela nunca me deixaria a qualquer custo.
Hoje, pela primeira vez, me disseram que sou corajoso. (...) Disseram que sou corajoso porque me apaixonei. Porque eu não tinha medo dessa coisa gigantesca que, basicamente, acaba com a sua vida.
Disseram que ela era sensível demais...
Uma sensibilidade que aos olhos alheios era uma desvirtude, uma fraqueza.
- Sensível demais num mundo insensível.
- Vai sofrer menina! Disseram.
Ledo engano!
Não sabiam que em sua aparente vulnerabilidade, habitava ali uma fortaleza.
Sentimento sentido é o maior dos sentidos...
Ela diz:
Sinto, muito..., é bem verdade.
Sinto só, sinto junto, sinto até o não sentir...
Sintonizo aqui e ali
Sinto medo, sinto amor
Sinto até a flor
Da maior, a menor
Sensivel, sim senhor!