Me apaixonei por um homem casado e agora
(...) Eu sou um homem ridículo. No momento dizem que estou louco. Seria um título excelente, se para eles eu não permanecesse nada mais que ridículo. Mas de ora em diante eu não me zango mais, todo mundo é assas e gentil pra comigo, mesmo quando caçoa de mim, e, dir-se-ia, mas gentil ainda naquele momento. Eu riria de bom grado com eles, não tanto de mim mesmo quanto para lhes ser agradável, se não sentisse tal tristeza ao contemplá-los.
Por acaso pedi a Ti, ó Criador, que do barro
Me moldasses Homem, por acaso solicitei a Ti
Que da escuridão me resgatasses?
(Paraíso Perdido)
A característica do homem absurdo é não acreditar no sentido profundo das coisas. Ele percorre, armazena e queima os rostos calorosos ou maravilhados. O tempo caminha com ele. O homem absurdo é aquele que não se separa do tempo.
A morte não deve ser temida. A morte, com o tempo, atinge todos nós. E todo homem está assustado em sua primeira ação. Se ele afirma que não está, é um maldito mentiroso. Alguns homens são covardes, sim, mas lutam do mesmo jeito, ou tiram o inferno para fora de si.
O verdadeiro herói é o homem que luta embora assustado. Alguns superam seus medos num minuto, sob o fogo cruzado; outros levam uma hora; para alguns leva dias; mas um verdadeiro homem nunca deixará que o medo da morte domine sua honra, seu senso do dever, para com seu país e a humanidade.
A que poderíamos comparar o homem que passa por adversidades em sua vida? A um bloco de mármore no qual o escultor talha uma bela estátua... Reagindo ao escultor o bloco pensa: 'batem em mim, estragam-me, insultam-me, quebram-me, estou perdido...' Esse mármore é um tolo ... A vida nos esculpe. Faz de nós uma obra-prima. (adaptação)
Ou você se submete completamente a essa autoridade (a Bíblia), ou então a opinião de um homem é tão boa como a de qualquer outro - e isso significa que você fica sem nenhuma autoridade.
Não brincar o tempo todo.
Quem vive brincando não é visto como um homem de respeito. São igualados aos mentirosos, e nunca lhes dão crédito. De um tememos a trapaça, do outro a zombaria. Nunca se sabe quando os gaiatos estão exercitando o discernimento, o que equivale a não tê-lo.
(A Arte da Prudência)
Cena: Homem com vara de pesca na mão, linha na água, sentado.
– Aqui dá peixe?
– Não, aqui dá tatu, quati, camundongo… Peixe costuma dar lá no mato…
O homem nordestino
Que mora lá no sertão
Tem alma de vaqueiro
Pega boi o dia inteiro
Ouvindo o rei do baião...
Homem valente e trabalhador
Do chão seco e rachado
Labuta com o seu arado
Povo humilde de grande valor...
Cai chuva ou faz Sol nesse sertão
Nunca se esquecem do grande Gonzagão
Nem do mestre Virgulino
Orgulhos do povo nordestino...
A Meditação do Cigarro (Osho)
"Um homem veio a mim. Ele sofria do vício de fumar há trinta anos; ele estava doente e os médicos disseram: “Você nunca ficará bom se não parar de fumar.” Ele era um fumante crônico e não conseguia parar. Mas ele tentou, tentou arduamente e sofreu muito tentando. Conseguia por um ou dois dias, mas então a necessidade de fumar vinha tão forte que simplesmente o vencia. Novamente ele caía no mesmo esquema.
Por causa disso, ele perdeu toda a autoconfiança; sabia que não podia fazer nem essa pequena coisa: parar de fumar. Ele se desvalorizou diante de si mesmo; considerava-se a pessoa mais sem valor do mundo. Não tinha mais respeito por si mesmo. E assim, ele veio a mim.
Ele disse: “O que posso fazer? Como posso parar de fumar?” Eu lhe disse: “Você tem que entender. Agora, fumar não é apenas uma questão de decisão. É algo que já entrou no seu mundo de hábitos; já se enraizou.
Trinta anos é um longo tempo. Esse hábito tem raízes no seu corpo, na sua química, espalhou-se em você. Não é mais apenas uma questão de decidir com a cabeça; sua cabeça não pode fazer nada. Ela é impotente; pode começar coisas, mas não pode pará-las facilmente. Uma vez que você começou e praticou por tanto tempo, você é um grande iogue – trinta anos de prática em fumar! Já se tornou automático; você tem que desautomatizar isso.” Ele perguntou: “O que você quer dizer por desautomatizar?”
É nisto que consiste toda a meditação: na desautomatização.
Eu lhe disse: “Faça uma coisa: esqueça tudo sobre parar de fumar. Não há necessidade. Por trinta anos você fumou e viveu; é claro que foi um sofrimento, mas você se acostumou a ele também. E o que importa se você morrer algumas horas antes do que morreria sem fumar? O que você vai fazer aqui? O que você fez? Então, qual a importância em morrer na segunda, na terça ou no domingo, neste ou naquele ano – que importa?”
Ele disse: “Sim, isso é verdade; não importa”.
Então eu disse: “Esqueça tudo sobre parar de fumar; não vamos parar absolutamente. Ou melhor, vamos compreender isso. Assim, da próxima vez, faça do fumar uma meditação”.
Ele disse: “Do fumar uma meditação?” Eu disse: “Sim. Se as pessoas zen podem fazer do beber chá uma meditação, uma cerimônia, por que não com o cigarro? Fumar também pode ser uma bela meditação”.
Ele ficou impressionado e disse: “O que você está dizendo? Meditação? Conte-me – nem posso esperar!”
Então dei a meditação para ele: “Faça uma coisa. Quando pegar o maço de cigarros do seu bolso, pegue-o bem lentamente. Curta, não há pressa. Fique consciente, alerta, atento; pegue lentamente com atenção total.
Então, tire um cigarro do maço com toda a atenção, lentamente, não da velha maneira apressada, inconsciente, mecânica. Depois, comece a bater o cigarro no maço, atentamente. Escute o som, como fazem as pessoas zen quando o samovar começa a cantar e o chá começa a ferver… e o aroma… Então cheire o cigarro e sinta sua beleza…”
O homem disse: “O que você está dizendo? A beleza?”
“Sim, ele é belo. O tabaco é tão divino quanto qualquer outra coisa. Cheire-o; é o cheiro de Deus”.
O homem ficou um pouco surpreso: “O que! Você está brincando?”
“Não, não estou brincando. Mesmo quando brinco, não brinco. Sou muito sério.”
Então, ponha o cigarro na boca, com toda a atenção, e acenda-o. Curta cada ato, cada pequeno ato e divida-o em muitos pequenos atos para que você possa tornar-se o mais alerta possível.
Dê a primeira tragada: Deus em forma de fumaça. Os hindus dizem, “Annam Brahm” – “Comida é Deus”. Por que não a fumaça? Tudo é Deus. Encha profundamente seus pulmões – isto é pranayam. Estou lhe dando uma nova ioga para um novo tempo! Depois, solte a fumaça, relaxe; dê outra tragada – e faça tudo bem devagar…
Se você puder fazer isso. ficará surpreso; logo verá toda a estupidez disso. Não porque os outros estão lhe dizendo que é estúpido, que é ruim. Você o verá; e não apenas intelectualmente, mas a partir de seu ser total; será uma visão da sua totalidade. E então, um dia, se o vício desaparecer, desapareceu; se continuar, continuou. Você não tem que se preocupar com isso.”
Depois de três meses, o homem voltou e disse: “Ele desapareceu!”
“Agora, eu disse, tente isso com outras coisas também”.
Este é o segredo, o segredo: desautomatizar. Andando, ande devagar, atentamente. Olhando, olhe cuidadosamente e você verá que as árvores estão mais verdes do que nunca e as rosas estão mais rosas do que nunca. Escute! Alguém está falando, sussurrando: ouça atentamente. Quando você falar, fale atentamente. Deixe que toda a sua atividade de despertar torne-se desautomatizada."
Memento, homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris. (Lembra-te, homem, de que és pó e ao pó voltarás.)
É bom que um homem se vista com tanta simplicidade que pode tocar em si mesmo no escuro, e que viva sob todos os aspectos de forma tão despojada e pronta que, se um inimigo tomar a cidade, ele pode, como o velho filósofo, sair pelo portão com as mãos vazias, sem nenhuma preocupação.
Esperar no Senhor significa recorrer a Ele em vez de recorrer antes ao homem. Então, pacientemente, confiar que Deus agirá em Seu tempo.
Todo homem que for dotado de espírito filosófico há de ter o pressentimento de que, atrás da realidade em que existimos e vivemos, se esconde outra muito diferente e por consequência, a primeira não passa de uma aparição da segunda.