Maturidade
A idade contada desde o nosso nascimento não quer dizer tudo. Cada um pode ter ai idade que quiser ter.
Sabedoria não é dizer que sabe tudo, sobre todos;
mas, sim. Saber muito sobre muitos.
Sem dizer uma palavra se quer.
Quem era eu, Que não sabia Viver
Quem era eu, Que só vivia a sofrer
Quem era eu, Que me entregava demais
Quem era eu, Que sempre me deixavam para trás
Quem era eu, Forçando sempre um sorriso
Quem era eu, A infantilidade, Ingenuidade
Quem era eu, Imaturidade
Quem era eu, Sem paciência
Quem era eu, Falta de tolerância e malicia
Quem era eu, Sempre errando na vida
Quem era eu, Mente fechada e preguiça
Quem Era Eu...
Permitir indagar-se sobre o ato, o fato e a ocasião. Desapropriar-se da própria história. Apagar-se, anular-se!
Permitir entender o próprio flagelo, e tentar curar as próprias feridas abertas à tanto.
Tremi, porque senti-me descoberto e desnudo por sua percepção.
Percebi-me sem as máscaras ou adereços que costumo carregar. Tirados um a um por sutil brisa que passou.
Respiro fundo e ouso.
Então, sou pego em flagrante, pego por detalhes e sutilezas. Construindo algo plausível de algo que habita apenas o imaginário.
Um diálogo tanto desconexo, fora do contexto. Pois os fantasmas são figuras dificeis de conversar.
Às vezes, meus botões resolvem criar vida, e tal como um jogo, indagam-me coisas de si.
São apenas lampejos do passado, flashes que fiz questão de esquecer. Um bloqueio, uma escusa talvez por medo de sofrer.
E então, vejo-me deitado sobre nobre e macio colo. Alvo berço cheio de candura. Permito-me ser envolvido por tenro abraço.
Deixo esquecido as terriveis lembranças que me assolavam.
Permito-me ser embalado pelos conselho e sentir-me seguro como outrora fui.
E se, por ventura, o que jaz nesse pobre coração não se pode resolver, permito-me despedir-me de tal ação.
Entender que aceitar e respeitar é ato de coragem e de maturidade. Pois o fugir do embate, nesses termos, não é covardia.
Uma vez que não tenho em minhas mãos todas as peças dessa ação, resguardo-me. Ponho-me em marcha de retirada.
Então, com singelas e simples palavras, eis-me aqui.
Deixo-me e partilho-me.
E recolho os retalhos que sobraram de mim.
Aprenda a não esperar que o "destino" lhe traga respostas
para seus problemas, é você quem sugere as perguntas.
Para entender a felicidade basta aprender a olhar o transcorrer dos anos da mesma forma que o alimento: não é a quantidade que importa, mas sim do quão saboroso podemos senti-lo.
UM DIA VINDOURO
A Liberdade
um dia vindouro
como um mau presságio
como um bom agouro
A independência
como uma vontade
Sim como desejo
não realidade
Emancipação
que eu cobrei de mim
Entrada de graça
Prestação sem fim
A soberania
Esta inevitável
tão mais iminente
tão mais improvável
O brilho nos olhos muda com o tempo
Desfaço-me de meus planos
e mudo de direção,
rumo para o norte
pretendendo a sensatez.
A muito abandonei esta história de sorte,
não que seja definitiva esta minha escolha
é que ando meio desacreditado desses jogos,
sabe como é não é mesmo?
Ando sendo direcionado pelos ventos,
os que vêm do sul.
Ando me deixando levar pelas correntes torrenciais
que movem as marés,
sigo agora navegando por novas águas
explorando mares novos,
desconfio que a maturidade muda-me aos poucos
e mudando-me, mudam também as minhas escolhas.
Sinto meu corpo envelhecendo,
minhas mãos estão cada vez mais lentas,
os olhos já não têm o mesmo brilho.
Meus segredos mudam com o passar do tempo,
desnuda-me o tempo,
assim como desnuda-me o espelho
e desconforma-me o vento.
Reclamar e culpar os outros pelos seus problemas não adianta.
É assumindo suas responsabilidades que se tem maturidade.
Que nunca me falte a coragem de ser suficiente.
E a vaidade não seja entendida como progressão social, intelectual e humana.
Que o amor seja fruto de maduros.
Quando eu consigo me despir de tudo o que acredito saber, aprendo um caminho que me leva a um novo universo.
Já não é mais preciso pedir silêncio as vozes dentro da minha mente pois todas elas se calam com o interesse de ouvir o que tenho a dizer para fazer minha alma brilhar.
Nada mais me abala
Sou capaz de flutuar
E nada irá tão facilmente me tirar o chão.
Pois escolhi vivenciar a paz ao invés de tentar abrigar a razão.
"Quando envelhecemos, nascemos de novo... Eu não lembro de nada que me aconteceu antes dos 5 anos."
o tempo passa de vagar
estranho, sinto que estou crescendo rapido
mas tambem sinto que estou estagnado
me torno mais maduro diariamente
isso assusta
queria ser uma criança inocente.
minto
queria fungir da realidade
viver um conto de fadas
um mangá genérico
a realidade crua dói
nunca teremos poderes
nunca sentiremos o calor fluente de energia
sentimos ansiedade,
tristeza,
tedio,
ódio,
dor.
O canto da tempestade
Na tempestade a chuva canta
Acompanhada pelo vento
O que para alguns é tormento
Para outros é relento
E ao continuar da canção
Chega ele o imponente trovão
O que a alguns assusta
A outros é belo aos olhos
O que precede sua chegada
O céu pinta, borda e rasga
Como um imenso clarão
Todos participam dessa canção
Que diz não sobre uma tempestade
Mas te alerta para ter maturidade
De ficar onde há encanto
Com aqueles que veem a vida como um canto.
Leonardo Procópio
Pindamonhangaba - Outubro de 2024
Levei meu sobrinho para passear comigo, há tempos ele vinha me pedindo, animado, seriamos só nós dois. Crianças abaixo de cinco anos nunca foram meus favoritos, só venho lidando com crianças de vinte dois anos ou mais.
Só que pensei ser uma boa oportunidade, saímos e eu descobri uma inveja dessa energia juvenil, a gente perde tanto quando cresce. Tudo bem, não digo perder, sacrificamos muito para conseguir zelar por nossa sobrevivência. E nesse exato momento, eu almejava um pouco dessa vitalidade que a vida me tirou. Mal me lembro da sensação de ver o mundo pela primeira vez.
Voltei meus olhos para o meu sobrinho e ele pulava, sorria, caía e levantava sem muitas preocupações na vida. Tudo o que tinha era o presente e só isso bastava. Os frutos do futuro não lhe interessavam. Essas preocupações cabiam aos seus pais, este é único período da vida em que temos o direito de entregar nossos destinos nas mãos de outros, todavia, conheço adultos que ainda insistem em fazer isso. Tolos, não sabem que depender dos outros é um luxo que não podemos nos dar. Porque a vida maltrata com socos no estômago. Quando crescemos, o presente é invadido por possíveis futuros, a maioria deles irreais.
Somando todas as invejas que senti de meu pobre sobrinho, aquela foi uma das mais marcantes. Pensar na maneira como já tive o presente e perdi fez dessa a maior perda de uma vida. Agora mesmo, enquanto meu sobrinho brinca nos brinquedos do parquinho, eu checo meu celular pela quinta vez, procurando por pessoas que definitivamente não estavam ali. Preocupando-me com compromissos que ainda virão. Já não sei como recuperar o luxo do presente e só. A vida te pede para ficar.
Então voltamos para casa. Caminhamos por entre as pessoas, ele grudado no meu braço, e me puxando para que cessasse meus passos, como se toda a sua vida dependesse disso. Meu sobrinho queria voltar, pois algo lhe roubara sua atenção, algo no mundo era digno de seu afeto. Queria pegar uma tampinha de garrafa dourada no chão.
— é só uma tampinha de garrafa. — disse eu.
— eu nunca tinha visto uma dessa cor.
E foi aí que eu me dei conta que crescer é uma grande perda e me dói saber que meu sobrinho logo será um adulto como muitos outros, lamentando a perda de quem foi um dia.
Não deixe de viver a vida por conta da sua idade, ela é apenas um número que não tem relação com a sua maturidade e tampouco tem o poder de te definir.
Lembre-se você é muito maior que isso.
Vejo me incapaz de manter a forma e a forma.
Nem o ser.
Nem o sentir.
Nem o viver.
A consciência assusta,
E liberta.
Atrás das cortinas vejo um filme,
Levanto...
Minhas pernas já não estacionam.
Quero provar, cheirar,
Flutuar...
Mergulhar sempre foi sine qua non em minha vida.
Vida Líquida,
Colorida,
Transbordando recomeços.
Amadurecendo as asas.
Pri Augustta
Não subestime o desprezo de um injustiçado; existem pessoas do bem, e boas de coração, piores que vilões das 21h (...).