Poemas de Matsuo Basho
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Nesta noite
ninguém pode deitar-se:
lua cheia.
Ao sol da manhã
uma gota de orvalho
precioso diamante.
Como que levada
pela brisa, a borboleta
vai de ramo em ramo.
Relvas de verão
sob as quais os guerreiros
sonham.
Silêncio:
cigarras escutam
o canto das rochas
de tantos instantes
para mim lembrança
as flores de cerejeira.
Este caminho!
sem ninguém nele,
escuridão de outono.
Agora é inverno
e no mundo uma só cor;
o som do vento.
Num atalho da montanha
Sorrindo
uma violeta
Sobre o telhado
flores de castanheiro
ignoradas.
E tu, aranha
como cantarias
neste vento de outono?
Extingue-se o dia
mas não o canto
da cotovia
casca oca
a cigarra
cantou-se toda
A mesma paisagem
escuta o canto e assiste
a morte das cigarras
Mesmo um velho cavalo
é belo de manhã
sobre a neve
árvore curva
o vôo do corvo
inverno
Noite sem lua ou estrelas
o bebedor de sakê
bebe sozinho.
Frescura:
os pés no muro
ao dormir a cesta
O grito do faisão -
Que saudade imensa
De meu pai e minha mãe.
Preso na cascata
um instante:
o verão