Mato
Não intendo a frase mato um leão todos os dias.
Porque não posso ser amigo dele ao invés de matalo.,..
Saudades de sair por aí, pelo desconhecido.
Andar pelo mato sentindo o ar puro as brisas e os ventos.
Vontade de descobrir algo, e ver coisas diferentes,
vontade de escalar pedras e de conhecer
novos horizontes, de esquecer
do tempo e apreciar o momento,
sem medo. os riscos sempre terão, afinal
me prezo ao desafio. pois o medo só me impediria,
e viver, é uma dádiva que as vezes me esqueço
quando me dou mais a uma coisa
e menos as outras.
O primeiro cantar do galo
chama o vaqueiro que vem
varando o mato a cavalo
pelas arestas que tem
valorizar cada calo
é ter nordeste no talo
sem arregar pra ninguém.
Então agora eu faço essas coisas. Eu solto magias, falo com pulseirinhas, mato monstros bizarros. Aposto que agora vou voar.
Muridae sapiens sapiens sapiens
Coitado do rato que nasce pelado no meio do mato
Coitado do homem que nasce de terno no meio do inferno, repleto de servos
O rato nasce correndo, se esquiva do perigo, um caçador nato
O homem que nasce aos prantos só não fica sozinho por conta de um trato.
Você é um homem ou você é um rato? Tem mais medo do bicho que o seu gato
O rato come o veneno enganado, você compra o veneno enlatado
Clame seu pai ou algum ser amável, pois a armadilha que caiu não tem nada saudável
Procure uma vassoura ou algo tacável, só não jogue seu cigarro, dispare algo mais viável.
Não importa o mal passado, não engula verdades cruas
Não importa o remédio, sempre leia a bula
Não importa se restam trapos, não deixe sua alma nua.
Coitado do homem que não se importa com nada, que acha segregação motivo de piada
Coitado do homem que com o veneno se engasga, que adora a mão que afoga ao invés da que afaga
Coitado do homem que nunca foi pra Europa, mas vive em Praga.
Bicho do mato
Bicho do mato
Criado no meio do mato eu sou
Quase não tenho leitura nenhuma
Pra saber decifrar as farsas da lei
No mato sou tal o rei da selva
Sou de pouca doçura
Quase não tenho leitura
Mas com a etérea natura
Aprendi a me harmonizar
Bicho do mato cansado de tudo,
De ver gente caída no chão
Por causa de gente que não tem coração.
No mato nois é amigo de tudo
No mato nois morre de morte morrida
No mato nois colhe mato
Para cura da ferida
Eu sou assim meio rude
Mas a minha virtude
É saber conviver pacificamente
Com a essência das coisas de Deus
Sempre haverão dificuldades, por mais que não queira o mato cresce a pomba voa e nos trilhos o trem não para de passar.
Diferente do que já foi dito, mato não tem olhos e nem parede tem ouvidos; o que existe é mediocridade por trás de ambos!
EU, POETA DO CERRADO
Eu, tenho o toque pulveroso do cerrado
O cheiro de mato, uma sensação plural
Uma imensidade, ora árido ora normal
Tão cheio de reconto e tom encantado
Projecto do chão de um céu encarnado
Num traço caipira, e sentimento igual
Escrevo com uma transmitância verbal
Bordando os amores, dores e o agrado
Eu, poeta do cerrado em construção
Aqui nasci, raiz, sonhador do sertão
Que canta, chora, sonha, faz poesia
Escrevo-me por inteiro, sou presente
Nos galhos tortos, no vento fremente
Eu, tenho o toque agreste da pradaria!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27 outubro, 2022, 20’54” – Araguari, MG
A ordem é pão, a desordem é fome...
E a fome faz sair os lobos do mato...
Ela não tem lei...
É má conselheira...
Inimiga da virtude...
Faz doce as favas...
A gente pensa que se benze e parte nosso nariz...
E aprendemos quando já é tarde demais...
Afinal a ignorância do bem é a causa do mal...
A perder se ganha, ao ganhar se perde...
Já que a perseverança sempre alcança...
O cocho é o mesmo...
Mas lembre-se que são os porcos que mudam...
Paschoal Nogueira
O sorriso que se perdeu no mato
a cultura que se perdeu no aço
tudo que sobrou está em pequenos traços,
cidades,
ruas,
passado.
Tem de tudo nesse mato.
Nesse mato, sai coelho... fugindo do cão farejador.
Nesse mato, tem vespeiro que não faz prisioneiros.
Nesse mato, tem um corpo escondido.
Nesse mato, tem uma infância perdida.
Nesse mato, tem uma droga natural que serve como fuga mental.
Nesse mato tem de tudo.
o amor
A o que direi sobre o amor?
Amor pelos meus filhos,
q mato e morro por eles.
Sim mataria e morreria por eles.
Não sei mas sei o que farei.
Mas e do amor por alguém?
O que direi?
O que farei?
Será que vivi, ainda vivo ou um dia viverei?
O que direi não sei, até acho q jamais saberei.
Ou vivi e já nem sei?
As vezes que achei... só se foi
Será que é? Será que vivo? Será que amo?
Quantas perguntas farei?
Quantas respostas a mim própria darei?
A amor que senti, que amo e se viverei?
O que dizer só sei que não sei.
Nasceu um pé de não sei quê, na minha horta
agora não sei o que faço
não sei se é mato e mato
ou se rego para ele crescer e fortalecer um dia
algum prato...
seu amor me salvou é depois me mato, me machucou de todas as formas q podia machucar...
me fez encarar a dor do amor
me fez sentir que estava a ponto de morrer
você me machucou muito, é msm assim
todas as noites sonho com vc.
Natureza
A tarde em sua pagela
A natureza os pássaros
Uma flor tão bela
Cheiro de mato brisa suave
Perfume de jasmim
Completamente me invade
Chegando a noite
Os grilos estridulam
Ao brilho do luar
As lagartas acasulam
Enfim nasce o sol
Os campos brancos com orvalho
Insetos caminham pelo trio
Desenhando seus atalhos