Mato
se eu não sou da igreja, não bebo, não fumo não mato ninguém, sou cidadão, será que eu vou pro inferno? E se eu for, será que Deus é justo como ele diz?
POESIA
Título: Transformação
Desde cedo na luta
Trabalhado para comer
Mato um leão por dia.
Passo fome mas viverei
Nessa vida de favela,
Tudo se torna complicado
Luto para ser bodinho
Mas só ganho couro de rato.
Me vejo no barril,
Mas sou grato por tudo.
Agradeço ao meu Deus
Por vim a esse mundo.
Um certo dia,
Fui promovido no emprego
Ganhei bolsa de estudo
Tudo ocorreu ligeiro
Hoje estou instável,
Com muita fartura na mesa
Vivendo um barril dobrado
Como se diz lá na favela.
massacre é apenas a fome de tais desejos sem compreensão, se mato sou feliz, se morrer seri mais feliz,
com gosto da suas entranhas expostas,
o sangue é fantástico, até o fanatismo é ritual.
Olha Mãe, seu filho cresceu, não fumo, não bebo, não uso drogas, não mato nem roubo, e mesmo assim sou um Péssimo filho.
Olha pai, seu filho cresceu, e em nenhum momento da minha vida você Esteve Comigo.
Olha Vó, seu neto cresceu, não Me Corto mais, e mesmo assim você me olha com Nojo.
E toda vez que eu penso em desistir, eu lembro de suas palavras de odio ou desgosto, e me dá mais vontade e coragem de partir, porém existem pessoas diferentes de vocês, que eu não posso abandonar e decepcionar, gente que acredita que sou forte e me mantem de pé...
Como dois e dois...
Assim como dois
E dois são quatro,
Eu te adoro e por você,
Eu morro e mato!
(Aurtor: Edvan Pereira) "O Poeta"
Desde pequeno eu preferia viver no meio do mato. No meio das lindas onças, nomeio de cada pinta bela de jaguar. Do quer viver no meio do bicho homem e sua selva de pedra. Ao homem também amo, mas não tanto quanto a natureza.
Vou-me embora pra Monguba
Lá serei feliz de fato
Tomarei banho de rio
Comerei fruta no mato
Jogarei bola na chuva
Andarei de bicicleta
Dormirei com o cheiro do gado.
Acordarei com as galinhas
Criarei gato, cachorro, raposa...
Armarei rede no alpendre
Correrei pelo sobrado
Beberei leite "mujido"
Sem sequer ser questionado.
Vou-me embora pra Monguba
Se Pasárgada tinha um Rei,
Monguba, tinha um Reinado.
talvez eu deva me mudar.
arrumar uma casinha no meio do mato
e ir pra lá morar.
melhor, ir pra bahia
juntar os trapos e me aventurar.
rolar na areia,
subir em árvores
colher frutas do pé.
talvez eu deva me mudar,
afastar de tudo e todos.
longe da maresia corrosiva das metrópoles.
das opiniões equivocadas das pessoas,
longe de mim.
do meu amor falido.
inconstante.
impossível.
talvez eu deva me mudar,
ou, antes mesmo que eu me mude
talvez eu só deva aceitar as partidas.
Lentamente
E todos os dias eu me mato
Aos poucos
Em uma morte
Que permanece viva
Talvez até mais
Que o meu próprio viver.
Mato dá em qualquer lugar.
Mas alimento precisa ser cultivado.
E dependendo do alimento, a colheita demora.
Tudo tem seu devido tempo.
NO BREJO (INDRISO)
Barulho no brejo havia
Entre o mato a água resplandecia
Sol no céu luzia
Multidão de girinos fervilhavam
Coaxava insistente a gia
Sapo-martelo logo respondia
Grilo no mato dizendo que cria
E eu maravilhado ouvia...
A GOTA 01 (poesia)
A gota
Que pingava
Da folha
No mato
Foi sereno
Da madrugada
Do sumo
Da noite
Enluarada...
Me tornei mateira , erveira , fé
Nós mulheres que escolhemos o mato como companheiro , e as matas como irmãs andamos num ritmo diferente , uma cadência compassiva , o batimento cardíaco das árvores e animais da floresta é bem tranquilo , e suave só escuta quem desacelera ..
Daí quando temos que voltar pra dita civilização achamos incômodo o ritmo frenético que a cidade nos impõe
"CAMPO DESERTO"🍂
Mato seco camuflagem traçada
Mata a fome caça felino
Voo da águia aranha rastejante
Faro do lobo pele de cobra
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Olhos de coruja raposa inteligente
Formiga no capim fera ferida
Alma sentida criança perdida
Ciência abafada pele de galinha
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Becos escuros viúvas na solidão
Pensamentos solitários palavras mudas
Olhares maliciosos sombras malignas
Segredos no túmulo suspiros de desejo
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Silencio vazio gritos de dor
Jardim abandonado sangue venenoso
Grades de ferro retratos de sonho
Sentimentos intriguistas vergonha escondida
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Corpo manipulado carne apodrecida
Loucos, tontos intolerantes, invejosos
Cantam, dançam sorriem, choram
Perdidos, estendidos ao sol, à chuva
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Tempestade esquecida arriscam o amor
Mouros encantados, elos perdidos
Batalhas enfurecidas, intrigas embriagadas
Consome o coração, sem dor ou paixão
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Sem ver, sem tocar, sem ouvir, sem falar
Palavras ditas, não ditas, escritas
Nos dias silenciosos, à chuva ao vento
Onde partimos as correntes de ninguém
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Alguém perdido esquecido no tempo
Abraço forte flor perfumada
Cheiro a café quente escaldado
Trilho esquecido caminho perdido