Mato
Talvez eu tenha alcançado a fase em quem eu mais almejava estar. A fase em que eu não me mato por alguém, ou invista em algo que está óbvio que não dará certo. Aprendi que não posso tentar me encaixar na vida de alguém sem que ele queira, e acreditem, isso me fez um bem danado.
Certa vez ouvi uma música aonde a letra dizia que " só um amor é capaz de curar outro amor ". Eu achava cegamente que esse "amor" seria o sentimento recebido de uma nova pessoa e tudo mais... Mas hoje entendi, que esse amor era o amor próprio, apenas ele poderia me tirar de um sentimento mal resolvido.
Todos os textos escritos até hoje, foram sobre minha vida, meus sentimentos. Mas esse fala sobre uma nova fase, um novo eu, ele fala as poesias do recomeço.
VOCÊ SÓ VAI CONSEGUIR SE AMAR, QUANDO PARAR DE AMAR ALGUÉM QUE NAO TE VALORIZA. Você estar em primeiro plano na sua vida, nunca será egoísmo. Egoísmo é você deixar de se amar e dar todo esse amor para alguém que não possa de retribuir na mesma intensidade!
Tô pra rolo é só ter um barraco pra fora, uma valeta pra pescar, um mato pra caçar, umas galinhas pra criar, uma horta pra plantar, um fogão a lenha pra esquentar, uns pelegos pra deitar, pra poder retossar com imenso amor e carinho.
Minha esperança é
Toda essa ausência de mato
Morta junto com cada folha
E, poxa, meu coração
É um terreno com sede
Sem um vestígio de verde
Aviões e aves raras silenciam
Os vizinhos veem o mato no jardim
A família e os amigos não perturbam
Por você já não perguntam nem por mim
Tudo em pausa só por causa do eclipse
Da elipse que o tempo fez por nós
Um psiu na imensidão do universo
Para sermos sol e lua sós
"E eu, em vão, tento estrangular meus sentimentos.
Sufoco, a mim mesmo, mas não mato o que mora aqui dentro.
Meu coração, a esmo, acelera seus batimentos.
E a cada batida do meu algoz, aumenta o meu sofrimento.
Sofrimento lento, que me lembra dos meus vazios juramentos.
Juras que fiz a mim mesmo: Esquecer-lhe e matar a ti, aqui dentro.
És covarde ti, és covarde meu desalento.
Por voltar, quando já morria, o que respirava aqui dentro.
Uma hora vais embora e me deixará jogado ao vento.
E com afinco, pelas madrugadas, tentarei em vão; estrangular meus sentimentos..."
Te faço um cafuné quando tu for dormir
Te dou café quando se levantar
Dou comida na boca
Mato a tua sede
Armo a minha rede
E vou te balançar
E na multidão no sol e no sal e na serva do domingo formal, juntos ao mato e o matagal da sua plateia cheia de arvores e plantinhas amáveis, algumas deram frutos incontestáveis, era uma conjugação verbal.
MANHÃS
Amanhece,como é bonita pelas manhãs a rua,
o silêncio, o ar puro o mato úmido do orvalho,
que ali ainda continua.
Em breve crianças correrão por ela, finda o silêncio
e começa a vida, a brincadeira, a meninada.
Anoitece.namorados virão, e eu à espreita em seu portão
convido-te para comigo vires, tu sorris,e em breve junto estás.
Seremos nós agora, a vida dessa rua,que com o passar das horas,
logo irá adormecer.
Até um outro amanhã que virá tão logo, a noite vá embora.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Desde pequeno eu preferia viver no meio do mato. No meio das lindas onças, nomeio de cada pinta bela de jaguar. Do quer viver no meio do bicho homem e sua selva de pedra. Ao homem também amo, mas não tanto quanto a natureza.
SER NORDESTINO!
O nordestino de fato
usa espora e gibão
que corre boi pelo mato
que vive da plantação
é quem nos faz o relato
da seca, fome e maltrato
que assola o nosso sertão.
Na sociedade contemporânea já não há mais espaço para capitães do mato, e negar-lhe espaço de crescimento é responsabilidade de cada um de nós.
Saudade de me enroscar no mato
me confundir com as flores
brincar de ser raiz
sentindo a vida em mim
saudade da ousadia
de me conectar com a terra
e ser apenas sua passagem para o tempo fluir
Diferente do que já foi dito, mato não tem olhos e nem parede tem ouvidos; o que existe é mediocridade por trás de ambos!
A CAPIVARA E A VARA
A capivara é um ser pensante
Sabe onde procurar abrigo
Come mato para sobreviver
Sem dúvidas, tem a felicidade consigo
No profundos da floresta onde cantam os sábias
Ao lado de um tronco de uma árvore está a vara
Que, por sua vez, não pensa, não come, não sente
Não vive como a capivara
Seu propósito não é condizente
O homem é um ser com alma
Assim como a capivara ele precisa sobreviver
Pega então a vara e sua coragem
E procura algo para comer
Entretanto falha em todas as tentativas
E a vara fica em vão
Abandonada pelo único que acreditara em sua capacidade de viver
Mesmo sem um coração
As profundezas da floresta já não estão em seu alcance
O canto dos pássaros não acalma a sua mente de fantasia
Agora só lhe resta o chão da estrada
E sua perpétua melancolia
Nos profundo dos lagos cristalinos
A capivara bebe das águas que a natureza lhe dera
Agradece à Buda, Jesus ou Espíritos da floresta
Pela maravilhosa vida que lhe propurzera
Em meio de suas preces sem sentido
A capivara abre seu olhos castanhos
E ao olhar para direita sua visão se transforma em pergunta:
O que aquela vara faz sem um dono, sozinha e sentindo culpa?
Todo dia mato o meu antigo eu, todo dia eu mato a fraqueza e a comodidade, só cheguei onde estou porque morri.