Mato
REFAZENDA
Abacateiro acataremos teu ato
Nós também somos do mato como o pato e o leão
Aguardaremos brincaremos no regato
Até que nos tragam frutos teu amor, teu coração
Abacateiro teu recolhimento é justamente
O significado da palavra temporão
Enquanto o tempo não trouxer teu abacate
Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão
Abacateiro sabes ao que estou me referindo
Porque todo tamarindo tem o seu agosto azedo
Cedo, antes que o janeiro doce manga venha ser também
Abacateiro serás meu parceiro solitário
Nesse itinerário da leveza pelo ar
Abacateiro saiba que na refazenda
Tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar
Refazendo tudo
Refazenda
Refazenda toda
Guariroba
Eu não tenho medo de pessoas falsas, tenho noojo' e faço como faço com a barata, mato, e jogo fora! ;)
É uma flor de mato. De mato mesmo, daqueles que são arrancados com uma enxada, ou são sufocados com um veneno. Mas, mesmo sendo de mato, tem sua beleza e, por ser flor, seu aroma.
Aos humanos é desinteressante; mas, cortejada por borboletas e abelhas. A primeira, exemplo de beleza e um permanente natal. O morrer para nascer. A segunda, exemplo de sociedade. União pela sobrevivência.
Enfim, graduações da vida ministradas por borboletas, abelhas e flores de matos.
BOM PRINCÍPIO
Passei o “ bom princípio” no meio do mato, com o cheiro do capim-limão, nas barrancas do Paranapanema. Sem foguetórios, sem TV, sem comilança!
Era-me necessário fazer, sem nenhuma bravata, um poético e silencioso protesto contra o inferno-nosso-de-cada-dia;
Passei o “ bom princípio”, no meio dos sapos, dos martins-pescadores e dos pirilampos. Sem músicas breganejas, sem novelas e sem arruaças!
Era-me necessário fazer, sem nenhuma piequice, uma saudação à família, à natureza e à minha viola;
Passei o “ bom princípio” no meio do vale, com o sussurro das águas, envolto aos devaneios dos sacis-pererês. Sem relatórios piedosos, sem sacerdotes por perto, sem salamaleques!
Era-me necessário fazer, sem nenhuma igrejice, uma confissão-de-fé-diferente para o ano novo.
Por isso cantarolei, sob os acordes da viola caipira e com a alegria luxuosa dos compadres que conheci, meu salmo-caboclo, em altíssimo astral:
SARMO VINTE E TREIS
O sinhô é meu pastô e nada há de me fartá
Ele me faiz caminhá pelos verde capinzá
Ele tamém me leva pros córgos de águas carmas
Inda que eu tenha que andá
nos buraco assombrado
lá pelas encruzinhadas do capeta
não careço tê medo de nada
a-modo-de-quê Ele é mais forte que o “coisa-ruim”
Ele sempre nos aprepara uma boa bóia
na frente de tudo quanto é maracutaia
E é assim que um dia
quando a gente tivé mais-prá-lá-do-que-prá-cá
nóis vai morá no rancho do sinhô
pra inté nunca mais se acabá...
Êêêêêêtttttta sarmo bão sô!!!
Vi então que o sertão compreendeu e o ano novo amanheceu em paz...
Ando devagar pelo meio-fio
Equilibro-me em muros e pontes
Mato-me um pouco mais a cada cigarro
Faço de meu amigo um inimigo
Só por que quero sua atenção.
LEMBRANÇA AFETUOSA
Houve um grande riso triste
O pêndulo parou
Um bicho do mato salvava seus filhotes.
Risos opacos em quadros de agonia
Tantas nudezes transformando em irrisão a
[ sua palidez
Transformando em irrisão
Os olhos virtuosos do farol dos náufragos.
De La Vie Immédiate (A Vida Imediata), 1932
PRIMAVERA
Te vejo correndo
como uma pluma branca, ao mato verde.
Corre, corre, pegue a borboleta
a borboleta da esperança,
na esperança de te ver.
Ao meio das luzes do sol, eu vejo.
Eu vejo seus coloridos, suas veias
eu vejo seus traços aperfeiçoados.
Você é a primavera, que encanta todos nós, meros coitados.
Ao saltitar, você toca as notas do piano
o piano da vida, que traz tons de vida
que fazem sorrir brilhamente.
Em tempos de hibernar, você dorme
para o nosso sol voltar
dorme, depois volte primavera.
De: Maiara dos Santos
Para: Fernanda Winter
Data: 04/11/2015
Hora: 09:39
no começo da amizade prometeram , vai se eterno , no meio da a amizade falaram mato e morro por você , no final ? Apenas se cuida foi bom te conhesse.
sou gato velho criado na telha, caço no mato, durmo verdejando o cintilar para alimentar o meu palpitar.
Nosso amor é algo interminavel,
como agua do mar, nuvens das paisagens sobre a serra,
Como mato verde que cobrem os pastos que viajamos semanalmente
Quanto prazer sinto até o seu corpo entrar em colapso,
Quanta leveza nos pulmões pressionados enconstados no lençois,
Quantos beijos..
Quando queremos mais
Como a expansão ervas daninhas que quebram as pedras,
o Amor e prazer se misturam mais do que você pensava antes de mim
Pense em quão rápido alguma paisagens mudam,
No amante, na grande ideia do jardineiro,
No troco do carvalho que se curva sob a flor vermelha
É como o barco, prestes a virar
recebe a correção
Com simples reflexão da mão
Carol, o Divino fez conosco o impossível
Usou a equação do sentimento versus tempo
E nos deu um ao outro, sabendo tudo que você precisava e quer.
Ontem capitão do mato
Hoje PM de farda
Violência e arrogância estampada
Nos olhos, na cara
Abuso de autoridade
Descarada
Só os filhos pobres da cidade
É que sentem a pancada
Negligencia do estado
Abandono social
Viva a copa do mundo
Quem precisa de escola,
Quem precisa de hospital?
Muleque vira a lata
E até assalta
Atrás de comida
Não acha nada
Pra comer
Tem que matar, tem que morrer
Pra sair bem como ladrão
No país da corrupção
Só de terno e gravata.