Maternidade
MÃE É VERBO. DE AÇÃO
Mãe não é uma palavra qualquer.
Não cabe em qualquer definição.
Mãe é verbo. Está sempre em ação!
Mãe é verbo regular
perito em descobrir nossas irregularidades.
Mãe é verbo que só deveria
ser conjugado no presente e futuro.
Mãe não tem limites,
sempre encontra tempo
para “aninhar” todos os filhos.
Mãe é verbo em todas as vozes.
É voz ativa que nos ensina,
voz passiva que ouve nossos silêncios
e aquela voz reflexiva
que seguimos como exemplo...
Mãe é um sem número pessoas
numa mesma mulher.
É tão singular e plural
que no mundo não há outra igual!
Mãe é verbo em permanente estado
de amor, emoção e dedicação.
Ângela Rodrigues Gurgel
Mãe é mãe
Cada mãe tem sua própria jornada e estilo de cuidado, moldados por suas experiências e personalidade.
A maternidade é uma responsabilidade única e diversa, que envolve não apenas o ato físico de dar à luz, mas também o constante cuidado e preparação para a vida.
As mães podem ser diferentes em suas abordagens, mas todas compartilham o amor e a dedicação pelos seus filhos, independente das suas formas de expressão.
Nas telas dos comerciais, as mães se assemelham, mas na vida real, cada maternidade é uma sinfonia singular.
AetA
Uma mãe é a personificação do amor incondicional, a força que nos guia e o refúgio que nos acolhe. Seu abraço é o conforto que nos acalma e sua sabedoria é a luz que ilumina nosso caminho. Uma mãe é a prova viva de que o amor pode ser infinito e eterno.
Em grupos de redes sociais, tenho observado muitas reclamações a respeito de mães que deixam seus filhos com parentes. Em algumas delas, essas pessoas questionam o fato de a mãe não ter avaliado os efeitos da maternidade antes de tomar a decisão de ter um filho. Muitas argumentam que “quem pariu Mateus que balance” e dizem para não terem filhos se não podem cuidar deles. A decisão e a responsabilidade pela maternidade são, nesse contexto, consideradas como individuais. Certamente você não é obrigada a ser mãe, mas a maternidade não é individual, ela é social. Tanto pelo papel social exercido pela mãe, quanto como uma necessidade da sociedade. Se todas as mulheres acatarem o conselho de não ter filhos, a sociedade cai em ruína. O capitalismo entra em crise sem novas gerações sendo criadas para atuarem como mão de obra. No Japão, o estímulo à natalidade já é uma política pública. Então, a maternidade não pode ser um problema individual. Isso não significa que você, tia, avó, avô, amiga (o) ou madrinha/padrinho precisam ser compulsoriamente a rede de apoio de alguém ou se responsabilizar pelo filho alheio. Mas que o discurso que culpa a mãe deve ser substituído pela responsabilização da sociedade, que deve criar condições para que estas mães não vivam exaustas e sem proteção, o que torna a elas e as crianças vulneráveis. Em muitos países, já existe a opção de turno reduzido para aqueles que cuidam de seus filhos (pais ou mães), licença maternidade estendida e horário de trabalho a partir das 9h, para que os responsáveis deixem seus filhos na creche. A natalidade é um problema de Estado. E se isentar do debate ou polarizar o universo feminino entre aquelas que escolhem ou não ser mães só fortalece o patriarcado.
SE QUISER JOGAR, EU JOGO
Comprei um vídeo game para a minha filha e tive uma grata surpresa quando notei o quanto eu gosto de jogar.
Tenho uma grande habilidade em jogos de corrida e é interessante que, sempre que alguém me visita, eu escuto a frase: nossa, você parece um homem!
Eu também sempre escuto essa frase quando digo para alguém que gosto de ir em todas as rodas de samba da minha cidade: Você parece um homem!
A mesma frase é ouvida quando digo que odeio festas escolares porque somente me criam mais demandas ou que sou uma péssima dona de casa ou que gosto de ganhar dinheiro e investir.
Já ouvi, em contrapartida, a frase “Parece coisa de mulher!” quando um homem é o responsável pelas refeições da família ou pela louça suja.
Quando foi que, por ser mulher, eu tive que assumir toda a parte chata da vida familiar? Por que eu não posso também preferir a parte mais divertida e lúdica?
Mas eu resisto! E sigo jogando e sambando!
SOU UMA MÃE PERMISSIVA?
Quando observo meus amigos e amigas em suas vidas familiares, bem como
a minha própria experiência, percebo um número significativo de casais que entra
em conflito a respeito da educação dos filhos. De um lado, um dos pais acredita que
o outro é permissivo ou permissiva e, de outro, há aquele que acredita que os
castigos e punições são o único modo de criar um adulto responsável. Um filho, no
contexto de punições e castigos, não deve ser educado para desafiar ou questionar
as decisões dos pais. A obediência deve ser incondicional. Na minha humilde
opinião, não há receitas. No entanto, considero que faço uma escolha ao educar a
minha filha que me gera um grande esforço. Ao conversar com o seu pai a respeito
dessa escolha, explico que, ao educar a minha filha, eu não a educo para se
relacionar comigo ou com ele. Meu esforço é educá-la para se relacionar com todas
as outras pessoas do planeta quando eu não estiver lá para protegê-la ou orientá-la.
Ensino, ainda, a se relacionar consigo mesma, impondo limites às suas atitudes e
aos seus relacionamentos. Por esse motivo, busco oferecer a ela o maior número
possível de informações para que ela seja capaz de tomar decisões assertivas no
futuro, quando eu não estiver lá. Ela é informada diariamente sobre os efeitos do
consumo excessivo de açúcar, gorduras saturadas e ultra processados e do
consumo excessivo de maneira geral. É uma escolha difícil, porque nem sempre a
informação tem o efeito esperado na tomada de decisão. Mas foi uma alegria
imensurável vê-la decidir, espontaneamente, que não comeria mais nuggets ou
carne. Uma alegria maior é vê-la decidir cooperar com as tarefas domésticas ou
aprender inglês por meio de um aplicativo. Quando ensino sobre não aceitar que um
homem defina o que ela irá vestir, não estou competindo com o seu pai, mas
ensinando com ela irá se comportar com todos os homens que conhecer quando
não estivermos lá. Eu realmente não sei se estou fazendo certo ou errado e não
acredito que exista uma régua para isso. No entanto, faço uma escolha política,
ideológica e filosófica todos os dias de criar um ser humano responsável e
independente por meio de uma educação que não sei se é ou não permissiva, mas
que se esforça para ser emancipatória e não violenta.
Ser pai é isso. Às vezes, você perde, às vezes, você ganha. Mas em geral dá empate. Tudo que podemos fazer é continuar jogando.
As boas historias, de afeto e de carinho independente da religião e da cultura de quem nos conta, se repetem. Isto justifica se por amor e humanidade.
Quem disse que toda mãe
Padece no paraíso
É um doido da cabeça
Já perdeu todo o juízo
A verdade é que o filho
Ao contrário de empecilho
É motivo de sorriso
Um ditado popular
Com o verbo padecer
Não define o que é ser mãe
Não tem muita coisa a ver
Padecer é aguentar
É penar, é suportar
Sinônimo de sofrer
O filho dá alegria
Traz muita felicidade
Desde bem pequeninho
Indo pela mocidade
Mesmo depois de crescer
Para a mãe ele vai ser
Criança na eternidade
Ser feliz no paraíso
É a melhor explicação
Pra dizer o que a mãe
Sente em seu coração
Não existe sofrimento
Nem penúria, nem lamento
Mas tão só celebração
Meu desejo de ser mãe tinha muito mais a ver com poder oferecer a outra pessoa o que, na maior parte da minha vida, eu não tive.
Quando concordamos em tentar ter um filho, nada do que veio a seguir fazia parte dos nossos planos. Os meses se transformaram em anos e chegamos a um lugar do casamento tão desconhecido quanto uma viagem em meio a um nevoeiro.
Talvez eu dê trabalho
Uma vida de despesas
Mas, por favor, me deixa ficar
E se por um acaso
Eu não tiver seus olhos
Você ainda vai me amar
E quando a barriga for crescendo,
Você ainda vai ser linda
Eu nem preciso te ver
Seca o choro e fica aqui comigo
Que até assim tristinha
Eu já sei que eu amo você!
E por mais uns anos
Você vai fazer planos
Pensando se eles servem pra mim
E eu vou te acordar
Bem de madrugada
Você vai me amar mesmo assim
O meu primeiro passo
Vai ser no seu abraço
Me segura quando eu cair
E no final do dia só a tua voz
Que vai poder me fazer dormir
Você ainda não me tem inteiro
Nem me conhece direito
Mas já posso te ouvir
Ninguém conhece uma mulher até que seja mãe. Só quando tem um filho, a mulher é capaz de desenvolver artes, profissões e habilidades que jamais sonhou possuir antes da maternidade.
Agora sinto saudade. Mesmo em silencio a coabitação com minha mãe Edyala, nesta dimensão me dava abrigo. Hoje a percebo na eternidade, entre as estrelinha do céu e aguardando a noite feliz, de nosso reencontro.