Mario Quintana fim e Começo
Acordei e me pus a falar,
Levantei sai pra andar,
Caminhando devagar,
Protestando na vida,
Alguém a vagar,
Alma perdida,
Ou não,
Atenção...
Era reflexão,
Com toda razão,
Cheguei na conclusão,
Que alivia o nosso coração.
Cai a chuva,
Nasce a uva,
Enfeita a viúva,
Para o velório,
No envoltório,
O Sr. Pretório.
Que faleceu.
Morreu.
Começar de novo.
Uma dia novo,
No meio do povo,
Comendo ovo,
Pra se entreter,
Ver o tempo passar,
Tudo isso pra que?
Um novo dia esperar,
Para começar de novo.
Fragmento da Eternidade
Depois de ter marcado um encontro com a Márcia, por um desses aplicativo de namoro, fiquei pensando, como hoje em dia expomos nossa vida pra todo mundo, e de graça. Antigamente fazíamos de tudo para manter segredo do que acontecia em nossa vida, tudo era mantido no mais completo sigílo, mas os tempos são outros, fazer o que?
O encontro foi marcado na praia, morar numa cidade onde a praia está à margem tem suas vantagens, eu estava um pouco nervoso, quem não fica nervoso no primeiro encontro? E olha que esse nervosismo é normal quando você já conhece a pessoa, imagina quando só vimos essa pessoa por fotos na internet. Eu sempre me surpreendo quando conheço alguém ao vivo, que antes eu só via nas fotos. Na internet todo mundo é mais bonito, bem resolvido e alto, ao vivo as pessoas são bem menos brilhantes, mais tímidas e menos polêmicas. Fiquei esperando ela chegar sentado no banco da pracinha que faz frente com a praia, eu sempre me acho meio idiota esperando alguém de um encontro que conheci virtualmente, sempre me passa pela cabeça que a pessoa não vai aparecer. Passado uns 5min da hora marcada pude ver a Márcia se aproximando, ela adotara uma postura um pouco curvada, o que mostrava uma pequena timidez logo de início, no ouvido ela trazia uns fones, parece que nesses momentos de nervosismo a música sempre nos ajuda, música tem mesmo esse poder de mudar totalmente o nosso humor. Quanto mais ela se aproximava, mais o meu coração acelerava, por fora eu me mostrava indiferente, por qual motivo resistimos em mostrar nossos sentimentos? Talvez a entrega imediata à uma pessoa desconhecida assusta um pouco e faz a pessoa recuar. Ela finalmente ficou na minha frente, a maçã do seu rosto ficou ruborisada, achei aquilo de um charme que talvez nenhuma palavra conhecida nessa língua poderia explicar, ela se apresentou, eu fiz o mesmo, quando ela me me deu a mão, foi como se um choque percorresse todo meu corpo, decidimos tomar um sorvete, aquele pequeno instante se tornou eternidade e com certeza eu poderia ser feliz com aquele sentimento pelo resto da vida. O que aconteceu depois nem vale à pena contar, a Márcia me fez feliz por um breve fragmento de eternidade que nunca mais esquecerei.
Hoje é dia da cidade da praia. Confesso que tenho saudades daqueles taxes velhos, piratas apaixonados, carteirista simpáticos que planeavam actos na próxima gamboa. Eu olhava com atenção para aquela senhora boa. De terceira idade. O pessoal da ilha do fogo a diversificar na língua, antiga estrada de buracos que sugava os nervos dos pedestres e sonhos de chofer. Hoje a actual rua pedonal com calor e diversidade de corres que tem feito a capital ser cidade. Ainda que menina de costa voltada para o atlântico. Parabéns praia e as suas gentes.
Trabalhe com aquilo que você ama, porque não se pode esperar cinco dias para aproveitar apenas dois no fim de semana.
"Todos os dias agradeço a Deus por poder ouvir sua voz e ver seu lindo rosto que tu insistes em dizer que é terreno e eu retruco dizendo que é angelical."
"Nunca precisei dizer que te amava,já estava escrito na minha testa junto com um poema que no final estava escrito:"te amo."
Eu sou aquilo que não conheço ...
E se conhecesse não poderia entender...
Eu sou perguntas...
Já que respostas não explicam meu ser...
Eu sou invisível...
E para quem apenas pode enxergar...
Eu sou o silêncio...
Mas quem de fato pode escutar ?...
Eu sou simples...
a simplicidade de coexistir...
Eu sou um desejo...
A necessidade de ser feliz...
Eu moro sozinho. Eu durmo numa rede. Sozinho. Eu ando sozinho por aí. Também ando acompanhado. Mas nem sempre me sinto sozinho. Só às vezes. Sozinho ou acompanhado. Eu aprendi que a solidão é algo que eu carrego dentro de mim. Solidão não é descer a Rua Augusta sozinho de madrugada, admirando as garotas na calçada. Solidão não é atravessar as ruas totalmente bêbado, descer as escadas do Gruta e não encontrar ninguém pra jogar bilhar, e ficar dando voltas em torno da mesa girando um taco imaginário. Solidão talvez seja ouvir as bolas caindo na caçapa. Solidão não é uma casa no meio da neve. Solidão talvez seja minha avó contando histórias de assombração. Um garoto de doze anos chorando sozinho numa cama com saudades de casa. Solidão não é ter o telefone desligado na sua cara. É você ouvir notícias de um país distante num rádio velho. O que eu quero dizer é que há pilhas de romances e poemas sobre a solidão. E você acha que eu nunca sinto medo? Eu penso em Hemingway com a espingarda na boca e Silvia abrindo o gás. Estamos chegando perto demais? O velho bêbado apaixonado pela garota de 23 anos e sonhando em fugir com ela pra Las Vegas. Existe algum outro tipo mais cruel de solidão? Não estou vaticinando meu fim. Estou sussurrando em seu ouvido um segredo. Você faz o que quiser com ele. Pensa bem se isso também não é solidão. Saber é solidão. Não é você ser abandonado no meio do mar. É você ter consciência num navio de bêbados. Não é uma tempestade sobre a cruz no Gólgota. É aquela cidade onde o sol nunca se põe. A solidão não é uma senhora de capuz parada na beira da estrada. Talvez seja o padre vociferando no púlpito. A solidão é um show de rock and roll e a garota gordinha modernete e cheia de opiniões e que vai voltar sozinha pra casa enquanto sua amiga burra e linda ficou com o guitarrista da banda. Não é o sujeito no caixão com as mãos em torno do rosário e o nariz entupido de algodão. Isso não é solidão. A solidão é o velório que sempre foi uma piada triste. A solidão é a passagem dos dias. A solidão não é um blues de Corey Harris. A solidão é o carnaval. A solidão é um farol. Eu apenas me deixo guiar. A solidão vai durar eternamente. O dia que eu sentir que não pode mais ser assim, juro que dou um jeito nisso. Ou então como diria o último boy scout, eu arrumo um cachorro.
E são aqueles sonhos julgados como mais difíceis, que te fazem num futuro não tão longínquo, remeter ao passado e ver o quanto você trilhou, não desista, lute pelo que ama.
Ao encontrar um alguem que com poucas palavras te faça sorrir, que sua presença te deixe completo, que te deseje o bem, que te faça querer viver mais e mais, não deixe que esse alguém se vá, viver de momentos pode ser bom, mas viver o sempre é indescritível.