Marginal

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Dentro de um fusca 78,
bege jangada,
com um lirismo niilista,
dentro da alma.

Não me defino substancia,
Nem mesmo substrato.
Mas sim, coisa coisificada,
Às vezes, nada nadificado.

Não sei se creio no motor imóvel,
Em demiurgo
Ou que deus esta morto.

Só creio na minha filosofia,
Escrita como poesia,
Como um pensar estético, marginal e torto.

Um cheira cola,
cheirando cola
numa garrafa
de coca cola...

Primeiro mundo,
Terceiro mundo,
eu aqui abismado
no plano de fundo.

O amor
É uma decadência poética,
O fim de toda inspiração.
A última cena da última peça.
Da última ceia,
O último pão.

Categórico,
Faço justiça poética, divina e com as próprias mãos,
Meu pessimismo é de modo grego:
De superação.

Lambo seu coração

(Desilusão)

Ser poeta é uma chatice
Incompreendido
Compreende a tudo em redor
Mas não consegue
Se compreender
Solidão de ideias
Quase sempre
vê a poesia sozinho
Vegeta em meio a utopias internalizadas
Caminha de costas
Sozinho
Na contramão
Ninguém quer saber o que senti o poeta
Ninguém quer saber de nada
Que flua do oceano das ideias
Esse papo de ser
Sentir
E blablablá ...
É tão distante
Tão obscuro
Tão platônico
O amor pela poesia.

PARE! Onde vocês pensam que vão?
O salário não vem.
O trem parou, o hospital fechou a empresa mudou.
A escola os alunos abandonou porque o professor se revoltou.
E a comida acabou!
A multidão se exaltou.
E a disciplina do poder nos prendeu e condenou.

Bia
Ela é linda !
Me apaixonei assim que a vi
Beatriz é o seu nome
De longe ela diz .
Te tenho perto com suas palavra
s Semeadas de anseio .
Menina que me trás desejos
Amiga que não vejo .
Bocejo a noite
Ela não me deixa dormi
Com palavras desnudas
Assume formas que com minutos tira líquidos de mim .
O Rio é logo ali
O encontro está marcado
Mas cuidado
Não terei pena
Nem dó
Assim que te despir !

A sete palmos,
No Mineirão,
Enterraram o sonho
De ser campeão...

Nem o acorda na guitarra,
Nem o solstício de verão,
Não há Sol que de cabo,
Dessa minha Solidão.

Cheguei ate aqui,
Para no meio do caminho,
Perceber que nasci
Para seguir sozinho.

Eu sujeito,
Na ausência
De um verbo,
Me sinto tão objeto...

ÁRIA PARA AS REPRESAS DE SÃO PAULO

Naveguei por tuas entranhas
Me arrebentei em tuas curvas
Me molhei no teu centro
Bebi dos líquidos teus
Mergulhei, pulei, me diverti.

Fui inocente ao teu encontro
Amei sob os teus olhos.
Perdi amigos e quase irmão no teu dorso. Chorei as mágoas dos esquecidos.

Naveguei na esperança
Mergulhei em busca de paz
Descobri tua história, tua criação
Percebi tua importância,
Passei a cuidar ainda mais.

Vi teu nome batendo asas
Rubras asas de teu Guará.
Alimentei minh’alma, meu corpo.

Saciastes a sede de muitos
E não pedira nada em troca,
Mas aqueles que de ti beberam
A esqueceram.

Ficaste triste
Desabastecida de esperança
De chuva e de cuidados.
E teu corpo espalha-se
Por minhas periferias
Pelas margens de minha cidade.

Encontrarás rios-mares
Nas noites frias e quentes
Desaguará nas válvulas dos desperdícios Será beijada pelo céu
Em dias de chuva
E aquecidas nos dias de sol.

Silenciosa eclusa de minha vida
Cuja paisagem me enche os olhos na alvorada
Teu gigante corpo sobre as cidades
Trazem as histórias do século XX
E o desprezo do XXI.

Minha esplanada líquida
Que de tão importante
Far-se-á em ouro.
Mas mais importante
São os ouros de vidas
Que por ti clamam.

Pela falência cada vez mais grave do cenário politico e institucional brasileiro, o povo órfão, agonizado e revoltado desabafa em tudo e em todos.A sociedade dita civilizada, descaminha.

⁠Vi muitas celas na vida
Cárceres bons
Lugares que poderiam
ser minhas prisões eternas
e perfeitas!
Mas jamais permiti
que me prendessem...
Nunca!
Sempre me liberto
Antes dos grilhões se fecharem!
Sempre desejei a Liberdade!
Sempre clamei por respirar!
E hoje
eu faço poesia que liberta!!!
Jamais me vendi por bagatelas
Jamais me venci por bagatelas
Em tudo me perdi
Em nada me entreguei...
Porque rimas baratas
não sustentam o meu Verso
E ó Deus
por favor eu te peço
Me deixe cantar...!

⁠Manuel Bandeira
Foi minha primeira namorada!

MAIS UM

Ouvi tiros
no silêncio da noite
infelizmente mais um corpo
tomba no gueto.

Na minha mente
vem vários pensamentos
e do fundo do coração...
Lamento.

E como sempre
ninguém sabe ninguém viu
essa é a triste realidade
nas quebradas do Brasil.

Os moleques estão a mil
pelos becos e vielas
as coroas nos barracos
acendendo suas velas.

No silêncio da noite
muitas coisas acontecem
e esses tiros que ouvi
apagou mais um pivete.

NOVO DIA

Hoje é um novo dia
Não dá para ficar chorando
Hoje é um novo dia
Para realizar teus sonhos.

As coisas só acontecem
Se fizer por merecer
Se não acreditar
Nada irá colher.

Problemas todos têm
Quem disse que iria ser fácil
Levante tua cabeça
Passe por cima dos obstáculos.

Hoje é um novo dia
Coloque um sorriso no rosto
Agradeça pela tua vida
De manhã, à tarde e à noite.

Não faça corpo mole
Seja firme e vai em frente
É preciso ser mais você
Quebre a corrente que te prende.

Hoje é um novo dia
Para se erguer, se adiantar
Hoje é um novo dia
Para quem está disposto a lutar.

POEMAS

As vezes paro e penso
Nos poemas que compus,
Tanta idéias na cachola
Tanta glória, tanta luz.

Quando falam em poesia
Fico todo esfuziante,
É uma coisa magnifica
Que me enche de emoção.

Os poemas que escrevo
Na verdade são presentes,
Palavras ritmadas
Feita de coração.

Para crianças e idosos
Não importa a idade,
São tantos pensamentos
Muita criatividade.

São livres como o vento,
Nem um deles me pertence,
Os poemas que compus,
São presentes para o gueto.