Marasmo
Subversões
Dias instáveis
qual mar em subversões
é tudo que não queria...
seguir quase insuportável
por ser lobo solitário
em ocasos inconfessáveis...
poluto
e lotado de detritos
confuso
perdido em seus labirintos
no escuro de seu rude imaginário
contrito
com a alma em total conflito
viver
ocluso em seus sentimentos
morrer
escuso em seus marasmos...
Se decidir subir em uma grande árvore, aprenda a lidar com o balanço do vento; mas se preferir ficar no chão, suporte o iminente marasmo de sua escolha.
Miojo
Pode mais que, em um tempo tardio,
onde flores já não podem mais
Regar as dores com um sorriso frio
e dormir vazio dentre os jornais?
Pode eu, não mais tão meu,
viver dos ardores pela tv impostos?
Comer da sede de quem sacia
a supremacia de cobrar impostos?
Fosse tarde não mais diferenciaria
o torpor da carne, suor da escarne
a pingar no mar que está a lavanderia.
E se da culpa não mais me entorpecer
é da saudável vida, âmbar mordida
que de fadiga, hei de cozer.
A SEMANA
Logo depois do domingo,
vem a tal segunda-feira,
cansativa, lenta, chata,
quase igual à terça-feira.
Se eu pudesse, dava finta
na quarta pra ir pra quinta,
já pertinho da sexta-feira.
A paixão é como a fome. Depois de saciada deixa de existir. O manjar dos Deuses tão cobiçado e apetecido, entra vertiginosamente num marasmo. Aquilo que era necessário e encantava, não importa mais.
O que fazer quando o corpo está em um lugar, a mente está em outro e o coração vagueia sem rumo, arrastando-me para o marasmo?