Mãos
MALOGRO
Minhas mãos foram além do medo,
E tocaram o seu rosto levemente,
Passando pra mim o que antigamente,
Chamava-me, e me chamavas de amor.
Quem vendo uma intimidade desfeita,
Não sente um ultimato ao coração,
De ti não sei, em ti não me vi mais,
A mais, o tempo foi, e ele leva,
Consigo só, o que carrega, não são lembranças.
Mas saem com as costas pesadas de marcas,
Das tentativas vãs de te deixar por aqui,
E ficar mesmo a apatia, de um amor que ardia.
Minhas mãos foram aquém do meu desejo,
E não te convenceram que um afago bom,
Faz muita diferença na pele que afunda,
Com a mesma volúpia que já fomos beijo.
Você pode amarrar minhas mãos na parede
Mas você não pode amarrar meus sonhos nesse lugar
Eu posso cair como uma pedra do seu coração
Mas você não me verá cair de graça
Na estrada da ilusão dei de cara com a saudade e juntas saimos de mãos dadas a procura de um abrigo para se esconder do desejo: Você !
De mão abanadas!
Confesso que só tenho algo em mãos;
Quando eu estou contigo.
Muito Longe de ti!
Confesso que só consigo chegar aonde estás;
Quando apanho uma boleia com nome de Saudade.
Mesmo se eu tivesse tudo que quisesse!
Confesso que serias tudo que eu precisava.
Não sei qual é o meu sentimento por ti!
Confesso que eu simplesmente sinto.
O importante agora não é ter-te por perto!
O importante agora é ter-te comigo.
Quero-te para sempre, não só quando preciso.
Mesmo não pensando em ti!
Preciso de ti para esquecer o que penso quando tu não estás!
Os momentos de verdadeiro amor são passageiros nesta vida.
Devem ser agarradas com ambas as mãos e saboreados até a ultima gota, pois não duram. Como as névoas nos valem, elas se dissipam com os primeiros raios de sol.
Cora Coralina
Minha doce Ana
humildade que encanta
das suas mãos
a doce profissão.
Transformou a doçura em palavras
e palavras em poesia
e poesia em sentimentos
e sentimentos em pessoas.
Sem se importar com gramáticas
com escolas literárias
priorizou a mensagem
para a forma virar simplicidade.
Dos becos históricos de Goiás
o cotidiano da nossa gente
canônica eternamente
doceira das palavras.
Leva o Prêmio Juca Pato
com o carinho da sua gente
Ana, Aninha
nossa doce Cora Coralina.
Dizem que o destino há um deus quem o faz.
Às vezes, creio que temos em nossas mãos
as chaves das portas que nos levam ao acaso.
Em outros, um caminho coberto de flores aveludadas.
Em quantas estações nos perdemos
sem que ao menos pudéssemos nos encontrar?!
O tempo, o senhor de todas as divindades,
não nos dá respostas concretas
para que possamos nos preparar para os imprevistos
que a vida nos faz passar, tampouco, dá-nos nova chance
para podermos reconstruir o que, nós próprios,
por tolice ou por descuido deixamos que se quebrasse.
Dizem que esse tempo é mutável e constante,
o senhor de todas as razões,
por vezes, sem sentido e desatinado.
Mas, quando se encontra com o coração
as razões se desconhecem,
a vida toma direções que nem sempre
se imaginava que fosse levada.
Neste instante, percebemos que não há fórmulas,
nada que se possa mensurar, a incerteza de um destino
que a vida nos faz passar, e que o tempo nada mais é
do que o liame entre o existir e se encontrar!
Quero ser os cabelos que você tira do rosto quando o vento bater na direção errada. As mãos que você segura quando não existir motivo aparente pra isso. O corpo que você abraça quando o sono estiver se aproximando embaixo daquela manta. Quero ser o motivo do seu sorriso mais involuntário quando ouvir aquela música, ver aquele comercial, lembrar daquele episódio, entrar naquele restaurante, olhar pra aquela fotografia, atravessar aquela rua, comer aquele sanduíche, sentar naquele sofá, ou parar naquele ponto de ônibus. Quero poder ser a sua alegria mesmo sem estar aí pra ver isso. Quero ser uma lágrima de felicidade mesmo sem poder enxugá-la dizendo o quanto você é lindo. E sorrir te abraçando com aquela sensação de amor pleno que só os seus braços carregam. Quero rir das suas piadas e pegar as suas manias malucas, conversar sobre assuntos só nossos e deitar no seu colo com o seu dedo passando pela ponta do meu nariz. Quero os seus elogios quando a minha comida estiver gostosa. E a melhor sobremesa quando a vontade falar mais alto. Quero ser o olhar que os seus olhos irão encontrar todas as manhãs, e a boca que seus lábios irão beijar todas as noites. As pernas que te enlaçam sem te deixar sair. E a barriga que você irá fazer cosquinha até eu me jogar no chão de tanto rir. E quero te amar com tudo que tenho, e te pertencer com tudo o que possuo. Pra poder ser amada mesmo que distante. Ser lembrada sem ser vista. O cabelo e o corpo inteiro. A mulher da sua vida.
Basta entregar seus projetos nas mãos de Deus e desejar intensamente que os seus sonhos e planos sejam realizados, pois o pensamento positivo nos coloca em uma ótima frequência com o Universo e suas forças... E o gerenciador dessa força é Deus.
O dar de mãos
Caminhei arfante sobre uma floresta de pensamentos ponte-agudos, com flores medonhas, com uma vegetação pouco admirável, ao encontro do sublime dar de mãos, queria gritar mas não tinha voz. Continuei no vazio do belo sol, quando me encontrei com um rio congelado - mas como no meio de uma floresta sem nenhuma amostra de frio? - perguntou a voz da minha consciência. - Sem me importar com o rio de águas de gelo, continuei a andar, em passos largos. Caminhei, com o suor que me escorria a pele, com o fraquejar do meu pulmão, que desde sempre, nunca funcionou tão bem, mas naquele dia me sentia pior, me sentia exausto. Prossegui, tentando disfarçar a dor e o cansaço que insistiam em se alojar sobre mim. Foi quando de repente avistei uma moça, tinha os cabelos em longos cachos, sua pele era alva. - O que estaria fazendo ali? estaria perdida também? - Não, me parecia que ela estava até bastante serena e climatizada. Foi quando perguntei por onde deveria seguir para que pudesse chegar a cidade mais próxima, ela, sem sequer me olhar diretamente, respondeu que eu deveria seguir em frente.
Concordei, e continuei ao meu bater de pés, descalço, os espinhos se entrelaçavam sobre meus calcanhares, que agora eram carne viva… Mais meia hora de caminhada até que ouvi de um pequeno tronco caído uma voz chamar, era uma senhora, desarrumada, com um cheiro não tão agradável, seus pés estavam descalços e seus cabelos eram uma bagunça terrível. Me perguntei se em meio a floresta havia também mendigos, como na cidade grande em que vivia. Largando o pensamento de lado, resolvi não dar ouvidos, não estava com disponibilidade naquele momento para loucos, afinal, não tinha tempo para aquilo, queria saber como havia chegado ali, melhor, queria saber onde era a saída desse labirinto que eu estava vivendo. Foi quando a voz baixa porém firme da senhora dos cabelos de bagunça soou: Volte todo o percurso. -Como se não bastasse estar andando horas, ainda tenho que aguentar certos tipos de comentários.- Resmunguei- Prossegui, horas a fio até que a tarde estava enfim, se despedindo do céu. Cansado, as mínguas, sentei em uma pedra e me pus em desespero. O que mais poderia fazer?
Avistei vindo no horizonte a velha senhora. Por fim, ela foi tomando menos distancia de mim, e então se pôs de pé ao meu lado.
- Volte o percurso - Repetiu a senhora, que tinha os dentes muito brancos, com o aspecto de cristais, e sua expressão facial, agora vista de perto, parecia dez anos mais jovem do que a que vi pela primeira vez.
- Mas o que? a senhora está doida? Como posso voltar atrás?
- Da mesma maneira em que pode caminhar pra frente e se perder, pode voltar atrás e concertar o erro. Se reencontrar, para que enfim, possa seguir.
- Que erro, minha senhora?
- Nenhum que eu possa corrigir por você.
- Ah, poupe-me, a senhora é doida. - Respondi, indignado.
- Loucos são os que não enxergam.
- Os cegos?
- Os cegos de alma. Os cegos de percepção.
- Minha senhora, estou perdendo tempo, preciso encontrar o caminho de casa. A senhora pode me ajudar?
- Já disse, volte, confie.
Baixei a cabeça e suspirei, quando retomei o olhar, a senhora havia desaparecido. Por medo, loucura ou sabe-se lá o que, refiz todo o caminho em que havia percorrido… minha respiração estava ofegante e eu já não sentia minhas pernas. Anoiteceu e eu temi pela minha vida, e por todos os momentos que eu havia desperdiçado em tanto tempo… como queria refazer tudo de novo. Estava sozinho, e perdido… em um lugar onde jamais tinha pisado. Sem mais forças, deitei na mata verde oliva e chorei, chorei por todas as vezes que havia desistido e todas os amores que eu havia deixado de plantar. A escuridão se alastrou e eu baixei minha cabeça sobre meus joelhos e me pus a pensar. Repentinamente, percebi que em todas as vezes que me vi perdido em meio a vida, quis desistir. Ergui a cabeça, decidido a continuar o caminho de volta pra todos os erros que eu havia cometido e precisava concertar. Foi então que redescobri a floresta que estava agora, cheia de vida, com flores de um perfume espetacular, o sol raiava outra vez e minhas pernas e pulmões já não doíam mais. Levantei-me rapidamente e olhei em volta, continuei a viagem de volta… quando de repente, reavistei o rio que dessa vez não estava congelado. Pelo contrário, suas águas eram límpidas, recheado de mistérios que eu deseja descobrir, baixei as mãos sobre o rio e bebi a água da vida, sentia cada vez mais vontade de sobreviver a terrível perdição. Ao longe, avistei uma canoa vindo em minha direção, guiada por uma jovem muito bela, de sorriso aberto. A canoa se achegou…
- Venha - E foi então que de súbito reconheci a voz e a face. Era a senhora que havia me ajudado. Me sentia louco, mas me sentia vivo. Desta vez, a obedeci sem questionar. Sentei-me na canoa e me pus a remar para o outro lado do rio.
- Vejo que conseguiu - Disse a menina ex-senhora. - A confusão da minha mente não sabia distinguir.
- Sem a sua ajuda eu não teria chegado a lugar nenhum, ainda estaria perdido naquela floresta medonha e com aspecto triste.
- Você deve, as vezes, escutar o que diz dentro de você.
- Como assim? me perdoe… mas qual é o seu nome?
- Meu nome é Alma.
- E o que aconteceu Senhorita Alma? A floresta era horrível e foi transformada, este mesmo rio estava congelado e agora estou remando sobre ele, a noite que me apavorou passou mais rápido do que eu imaginava, a senhora me parecia um tipo de mendiga, tinha uma aparência horrível, e depois quando a reencontrei sentado na pedra sua aparência havia melhorado uns dez anos. E desta vez… minha nossa, está formosa como um arco-íris no céu. Me perdoe… mais, estou tão confuso…
- Responderei as suas duvidas para que possa enxergar a transformação que aconteceu aqui. Primeiramente, me sinto muito feliz que tenha notado o arco-íris em mim, antes… teria me visto como um fardo em meio a floresta. — Permaneci ouvindo, atento.
- Segundo: Toda essa transformação partiu de você, que tomou a decisão de voltar atrás e concertar os seus erros, que teve a coragem de olhar e realmente conseguir ver o mundo. De uma forma mais suave e mais límpida. Viveu tanto tempo enxergando somente as destruições da vida, que teu coração se transformou em uma floresta escura e cheia de tristezas. Sim… antes que pergunte, essa floresta significava o seu coração e o quanto ele estava bagunçado, ferido, escuro… sombrio.
— Fiquei atônito, boquiaberto, as lágrimas me subiam aos olhos como uma explosão de sentimentos. Sem pressa, perguntei: - E a moça que me disse para seguir em frente?
- A moça era a voz do seu orgulho, que muitas vezes, lhe diz o caminho errado, que lhe faz perder-se e cavar um buraco ainda mais fundo do que o que você se encontra. Muitas das vezes, o nosso orgulho nos prende em cadeias que não conseguimos enxergar se não passarmos por dificuldades como as que você passou. Não conseguimos ver sem nos ferir, sem nos desesperar. Existem coisas que observamos melhor pela dor.
— Agora meu rosto era tomado pelas águas que tanto prendi dentro do meu coração.
- E você, não vai perguntar quem eu sou?
- Eu acho que sei… agora, sei…
- Muito bem, e quem sou?
- Alma, a minha alma. E eu preciso me desculpar, por todas as vezes em que lhe dei as costas, por todas as vezes em que não a ouvi, por todos os dias, meses e anos, em que sequer lembrei que você existia em mim, e te deixei as mínguas, como um mendigo, abandonada, no meio da floresta negra que era o meu coração.
- Não há do que se desculpar, meu jovem… Olhe pra mim agora, estou renovada, jovem, limpa. E seu coração se transformou em um imenso e belo jardim. Estou bem amparada.
— Ao longe, via a cidade se aproximando e quando a jovem Alma ia abrir os lábios para derramar algumas outras palavras…Acordei, suado e com a cama totalmente remexida.
Fazia muito tempo em que não me sentia vivo daquele jeito, em que não via a mim mesmo no espelho. Me pus a pensar na confusão do que havia acabado de sonhar… foi quando reparei no que havia encima da mesa de cabeceira. Era uma flor, que perfumava todo o quarto. Foi então que descobri o que ela ia terminar de dizer. - A noite fria, e medonha, as vezes, passa mais rápido do que esperamos.
E desde lá, desatei os nós que me prendiam ao orgulho, e me dediquei a concertar todos os laços que havia arrebentado.
Foi o dar de mãos ao meu coração e minha alma que nunca mais soltei.
As vezes nos acorrentamos ..
Colocamos algemas nos nossos pés e mãos...
Apagamos todas as luzes...
Nos trancamos em uma prisão ...
E ainda temos coragem d dizer ..
Porque ninguém me visita ?
Jamais fugiria do abraço que me consola. Dos lábios que me embrulham, das mãos que me cegam. Jamais fugiria do amor que me pertence.
A poesia da vida não existe borracha para apagar seus erros, mas com as mãos do criador, a qual não existe erros,tudo é feito com perfeição, seus erros o ensinaram a viver e a superar cada desafio, e é assim que as simples palavras vão fazendo a poesia da vida ser uma das mais belas, fazendo com que nos vejamos que não se precisa de borracha para que tudo se ajeite,deixe que as palavras complete o seu final, e assim aprendera a viver.
As mãos sofregam as letras e as penas.
Os acenos que imitam a face irritam os olhos que se entregam na dorida fileira que inunda.
Hino da solidão.
Sinto saudades da pena que apenas escrevia.
25.04.12
Você nunca vai entender essa minha mania de não querer largar suas mãos. Pode ser pelo simples motivo de te desejar tanto proximo a mim, ou por eu me sentir segura contigo, ou para não deixar você ir. Ou por tantas outras razões que nem eu sei explicar.