Mano
Anos de choro me serviu para regar o sonho
Aqui ponho palavras contra o medo do medonho
Meus pensamentos voam como os pássaros no céu
Coloco meu interior num pedacinho de papel
Queda de braço em um labirinto social
Te transforma em um homem podre, um homem sujo, um homem mau
Rap temporário eu não vou criar
A postura é a mesma e sempre permanecerá
O que você chama de deserto, os verdadeiros chamam de escola
Deus chama de processo, o que cê chama de demora
Humildade não é viver sua vida inteira na pobreza
É saber sair e chegar, independente de quem seja
Vi o respeito na cintura, amizades no copo
O amor no bolso, a fé no corre e a ilusão na foto
Onde o valor, é lavador na cara lavada
É melhor uma cara quebrada, do que máscaras intactas.
É um pouco assustador desconstruir coisas que sempre achamos ser verdade. Olhar com olhos de amor, e não de dor. Perdoar o outro, e a gente mesmo, por tanto tempo perdido cultivando mágoas bobas. Então a gente descobre que ainda dá tempo de ser feliz. E descobre que ficar sem chão é o mesmo que voar.
É que às vezes a gente gosta mesmo sem estar perto, mesmo sem estar junto, porque o amor não escolhe pele nem aparência, escolhe alma.
Um dia a gente aprende a amar não com os olhos, mas com o coração. Aprende também que por mais que estamos perdidos, alguém está à nossa procura. Aprende que quanto mais distante queremos ficar, mais nos aproximamos. Sabe de uma coisa? Quero apenas se feliz!
Lembra daquele sumiço? Com ele aprendi a me guiar não para onde costumávamos ir, mas onde eu nunca iria sozinho por medo de me encontrar. Lembra quando descobri que existia uma outra pessoa em sua vida? Foi o mesmo momento em que entendi que as pessoas que mais sofrem são aquelas que não sabem o que querem, e neste caso era você. Lembra das melhores festas, dos melhores restaurantes, dos melhores parques, das melhores praias? Tudo isso só valia a pena porque era a única hora em que eu percebia seu verdadeiro sorriso e sua verdadeira satisfação, e o mais magnífico, éramos só eu e você. Lembra do pôr-do-sol juntos, do beijo na chuva, de rir até a barriga doer, de correr descalço, de passear com os cachorros? Nunca se lembrará, pois era apenas parte do meu sonho e da vida que eu desejava - e pretendia - viver contigo. E quando me dizia que viria me ver, mas sempre arrumava uma desculpa, também se lembra? Aprendi a arrumar desculpas pra mim também, dentre elas a de ter a certeza de que você nem sempre merecia a minha espera, a minha preocupação, o meu melhor. Aprendi a ter forças diante de cada fraqueza, inclusive nos momentos em que prometia não mais te procurar, e procurava; e aprendi a viver depois de quase morrer por medo de te esquecer um dia, apagando de vez aquele amor puro. Aprendi a desconfiar de tudo, me fechei para o mundo, e te agradeço por isso. Se eu não aprendesse a me fechar, talvez eu vivesse sempre com aquele romantismo sem graça, sem cor, sem consistência, sem insistência, sem exigências, sem reticências... Como disse Aristóteles, "Talvez eu seja enganado inúmeras vezes. Mas não deixarei de acreditar que em algum lugar alguém merece a minha confiança."
"A dor e a delícia" de ser diagnosticado
Inicialmente ressalto que não utilizarei termos acadêmicos porque a minha atenção neste texto é que ele alcance um número de pessoas que entendam, de forma simplória, o que eu quero dizer.
A caminho de seis anos me interessando por assuntos voltados para a psique, diariamente me deparo com a proporção que tomou o uso de diagnóstico pelas pessoas. Muitas se "autodiagnosticam" visitando sites, respondendo a uma bateria de testes sem algum embasamento teórico-científico, conversando com um amigo que está cursando - visitando a sala de aula de - Psicologia ou uma matéria chamada "Psicologia alguma coisa" em um determinado curso. Enfim, pessoas querem se enquadrar a uma psicopatologia ou estrutura psíquica.
Saber o que/quem se "é" em tempos onde todos têm de se mostrar "cult" é chique. E "ser" "bipolar" ou "boderline", então? Moda-psi. E acreditem, estes são diagnósticos dificílimos de serem identificados, e eu ousaria dizer que levariam no mínimo dois anos, com ajuda e controle profissionais, para então a confirmação do que se trata.
O fato de a pessoa ter em mãos seu próprio diagnóstico, quando provindo de um profissional qualificado, não me incomoda. Mas eu ter a convicção de que exista um medicamento ou uma fórmula de "cura" para uma psicopatologia que ainda não foi sequer divulgada, bom, aí já é demais. Comportamentos da nossa era atual estão sendo ditos como doenças, déficits e síndromes em uma velocidade assustadora e isso me preocupa. Por quê?
Bom, acredito sim que toda pessoa tenha o direito de saber o que se passa, tanto no adoecer físico quanto psíquico. Mas o problema maior é a forma em que é passada, e para além disso, o jeito com que a pessoa internaliza a forma que a disseram que ela é/está no mundo. Uma forma que não tem salvação, como se a aprisionasse dentro do seu "ser". E com isso, tem muita gente utilizando o "seu diagnóstico" (o que eu sou, o que eu tenho?) como desculpas a ações absurdas, como a própria obrigação de ser feliz a todo e qualquer custo, ou como desculpas para não se ter responsabilidades. Pessoas estão fazendo mal umas às outras, aos ambientes em que convivem, e no final dão a desculpa do diagnóstico. E isso acontece num tempo de urgências, antes que tudo se acabe, já que para todos a vida tornou-se algo breve.
Para que tenhamos clareza da seriedade do que é diagnosticar, em estágios e acessos a prontuários da Psicanálise e da Psicologia eu vi muitos "psicóticos" ou "obsessivos" sendo enquadrados como "perversos". Psicóticos sendo chamados de "histéricos" ou "neuróticos". "Melancólicos" e "depressivos" sendo chamados de manhosos. "Pessoas fóbicas" ou com "TOC's" tendo direito somente ao uso de medicamentos, e não de se perceberem nas suas dificuldades. E em todos esses casos, é como se tirassem o sujeito da doença e a pessoa tornasse apenas uma telespectadora do sofrer.
Eu aprendi que o diagnóstico psíquico é de uso do profissional no campo da Psicologia ou da Psiquiatria ou da Psicanálise. O que o paciente é ou o que ele tem não é retirado de uma CID ou de um DSM, mas de uma história de vida. Manuais são um caminho, não uma solução. E o tratamento, embora muitas vezes eu concorde que deva sim ser medicamentoso, parte das possibilidades apresentadas pelo paciente ao profissional, e é claro, na busca pela forma que o adeque, por vontade e liberdade dele, a um estilo de vida suportável e feliz.
Acredito que as pessoas não deveriam se preocupar tanto com o que têm ou são no adoecimento psíquico, mas sim com o que podem fazer para cuidarem de si e das pessoas aos seus arredores. Não se trata de parar de dizer qual o diagnóstico, mas de mostrar ao paciente que ele é bem mais que qualquer nome. Não podemos deixar de acreditar na mudança dos sujeitos, na responsabilização dos sujeitos, tampouco superação das limitações dos sujeitos. Todos nós temos limitações. Mas se superar e se autoconhecer são pontos importantes que também fazem parte de uma terapia. Por fim, a terapia é um momento de parar, refletir, recuperar forças... e seguir em frente. Coisas que um diagnóstico não proporciona a ninguém.
Consulte um psicólogo.
Hoje eu vim falar de gente. Essa gente mesmo, do nosso dia-a-dia, que gasta mais horas sorrindo, com pensamento positivo fluindo nos olhos, com a auto-estima que mais parece um sol, que ilumina onde passa. Hoje vim ganhar meu tempo desejando sucesso a quem almeja, e paz a quem precisa. Tô desejando paz principalmente pra quem só sabe viver de picuinha, de montar drama, de relembrar feridas. Porque tudo isso só me aponta detalhes de quem se ama pouco e quem não tem coisa verdadeiramente boa pra se preocupar. Vim agradecer os ombros amigos que surgem de esquinas que mal passamos, as palavras amigas de quem nem conhece a gente direito, os elogios vindos de quem a gente nem acreditava que tinha um coração - mas que nos surpreende ao mostrar que tem, e enorme! E não só falar, mas orar mais pr'aqueles que não acreditam em boas intenções e só veem espinhos em buquês de flores. Aplaudir quem segura a língua, a maldade, o rancor, a inveja, e troca tudo por uma boa caminhada ao entardecer, ao invés de deixar o corpo pagar o pato. Vim dizer pra esses amores malucos virem quentes que eu tô fervendo, porque medo de amar é o que tá em falta aqui em casa. Vim dar boas vindas aos viajantes, oferecer carona aos carentes, e apontar novos rumos aos maus intencionados. E é claro, tô passando pra dar até logo e volte sempre pra quem é aventureiro, desejando boa sorte e deixando de lembrança os bons momentos que tivemos. E só espero uma coisa: que os opostos continuem se atraindo, e que o bem prevaleça. Que as cabecinhas difíceis encontrem as melhores companhias, aquelas que são capazes de fazê-las melhores, não no sentido individualista, mas comunitário. O mundo é uma equipe, gente, e é válido o clichê de que não dá pra ser feliz sozinho. Dá trabalho, e muito, seguir o caminho que transborda o bem, mas a gente vai tentando, e relevando, e perdoando, e transformando mágoa em prece, tristeza em esperança, decepção e fé. Acredito mesmo é na vontade de fazer as pessoas felizes, porque é o que está todos os dias em nossas mãos. Somos livres e temos a capacidade plena de transformar, com gestos, com atos, com silêncios e palavras. Conforme a frase - magnífica! - que li recentemente: Pensar antes de fazer é grátis. Não fazê-lo sai caríssimo. Simples assim.
Irônica a maneira como que em busca de algo de verdade, nos deparamos com tantas mentiras. Quebramos a cara. Nos iludimos assim, de graça, como quem sabe que não vai dar certo, mas insiste assim mesmo nos erros. Parece que quanto mais difícil, maior a vontade. Amor-desafio, eu diria. E, de corajosos que somos, não desistimos. Insistimos no ato de começar o dia bem e logo encontrar uma pequena fenda aberta, de onde saem aqueles malditos sentimentos de abandono. Mas a cada encontro com a solidão, aprendi a agradecer...
Abençoados sejam os momentos que nos salvam de nós mesmos. Do nosso vício de direcionar energia para a palavra-mágoa, a imagem-mágoa, ou a mágoa da felicidade distante. Abençoados sejam nossos amigos, que nos livram por algumas tardes ou noites desse sentimento inferior. Abençoados os bons drinques, que nos alegram instantaneamente. Abençoados os chocolates, os livros e filmes - de ação e suspense, por favor. Abençoada seja a calça folgada como sinal de que você está entrando em forma, e quem sabe não seja a sua melhor forma de existir. E abençoada seja a maneira de compreender que não é necessário ter tanta pressa. Tudo é aos poucos, assim como o amor. É que a gente tem a mania de viver os melhores momentos como se fossem os últimos, o que nem sempre soa tão bem, então aquela sensação de que tudo o que é bom dura pouco bate na porta. Mas apaixonar demora muito, e como demora! Assim como desamar. Assim como decidir que caminho seguir. Assim como demoram quaisquer memórias que nos façam quase desistir de se fazer feliz, se fazer bonito e se dar o devido valor. Demora muito pra gente ser feliz todo o dia, mas a gente aprende. Tem que ter olho pequeno e enxergar muito bem. Tem que ter ouvido que só capta o essencial, e boca que só diz o que for possível de, caso seja necessário, engolir. E não nos esqueçamos que em qualquer relacionamento que estamos, a felicidade é pouco perceptível, até que percamos algo ali. Não vamos perder pra dar valor, não precisamos. E nem vamos nos agarrar àquilo que nos coloca abaixo de zero. Acredite, tem sempre alguém nos querendo bem. Isso sim importa.
Cumplicidade
Já outono, as folhas começaram a cair, um velho bosque na estrada de Oklahoma, o vento bate e as folhas voam como passarinhos, as pedra em seu caminho são de jade, o brilho é inconfundível, os segundos nesse lugar é uma eternidade, uma arvore linda, e dela jorra água, tão límpida que se ver o rosto de seu criador, uma gota da seiva da arvora escorre por ela, vermelha como sangue, sinto minha respiração ofegante, ouço um sussurro, "no final vai ficar tudo bem".
Que o fato de ter de nos tornar pequenos para caber em algum lugar não interfira na consciência da nossa grandeza.
SALMOS 27.4
Ler e estudar um Salmo pode mudar a história de vida de um ser desde que pratique e exercite a fé diariamente.
Milagre é quando a vida te presenteia com algo bem maior, te fazendo renovar a fé. São presentes vindos por merecimento a cada dorzinha que sentimos no auge da tristeza. No milagre, você finalmente tem a certeza de que passou.
Preencher espaços de luz. Perseverar na fé. Se há pratos sujos é porque tínhamos o que comer. Se há coração partido é porque tínhamos o que amar. Agradecer e aceitar, mas nunca acomodar-se. Entender que o bom da vida é tirar um tempinho para o que realmente é importante. Deixar o tempo e o amor cuidar de cada passo dado. Esquecer problemas pequenos, mesquinhos, e lembrar que quem tira uma hora do dia para chorar o passado, perde sessenta minutos para viver bem o presente.
Nenhum ontem me fará mudar de ideia em relação ao amor e ao que espero dele. Nenhum. Pois só os desiludidos abrem mão de chegar a algum destino. Eu não. Faço paradas obrigatórias se for preciso, mas prometo não perder a crença de que existe pureza mesmo depois de enfrentar tanta lama. Porque enquanto eu tiver pés para calejarem, terei coração para me encher de Esperança.
Lembre-se todos os dias de cada emoção pela coragem que teve em cuidar e se preocupar com alguém. Porque ser feliz é só pr'aqueles que não se acovardaram, mesmo que tantas vezes com todo medo do mundo.
Que minha ânsia por querer dar certo se transforme em paz, e que só me faça vibrar aquilo que for de essência pura, leve e transparente.
Há pessoas tão pequenas que a única forma de se sentirem melhor é inventando motivos para você deixar de se amar. Retribua com sorrisos, já que para elas a felicidade é algo distante...