Mania de Explicação
Adoenta-me essa minha mania de querer interromper tudo que por alguma razão me dê motivos suficientes de que irá muito além de um começo. Eu não consigo, eu não consigo ser diferente. É defeito meu, apropriado, esmigalhado. Eu preciso provar pra mim que não daria certo mesmo, porque na minha cabeça nunca dá e assim eu consigo dormir, não em paz. Inquietação infernal, sábados solitários, domingos regados a muito sono e programas na TV. Eu tenho medo de amar, pronto, falei. Sei que talvez não seja novidade pra você, esse seu telescópio funciona perfeitamente bem e me desvenda, observa os pensamentos, meus pensamentos. Não tem sentido em nada que eu faço e não é pra ter mesmo. Eu prefiro me sentir neutra que bem. O que posso fazer? Eu sou assim. Pra mim felicidade sempre vem acompanhada de melancolia e não me sinto receptiva às decepções a mais a serem contabilizadas. Se você quiser sair por aquela porta eu vou entender, tudo bem. Quem sabe o meu castigo seja permanecer aqui mesmo, pelo menos te livro da minha companhia desagradável. E fica tudo bem. Eu continuo aqui, sempre, não se preocupe. É que eu só não quero me encantar com ninguém. Não leve a mal.
Quase 30 e uma imensidão de perguntas.
Essa minha mania de esperar demais dos outros, faz com que eu admire tão poucas pessoas...
E minhas opiniões que variam a cada momento e me afundam em confusão e vontade de desistir. Queria parar de pensar um segundo. Mas em um segundo eu penso um turbilhão de coisas.
Se alguém me perguntar agora o que eu quero, eu vou dizer que não sei.
Sabe como é querer muito, mas não querer mais?
Me afundei em livros, músicas e poesia.
E mesmo lendo eu penso. Penso e cada vez quero menos.
Tenho lido um romance lindo, e tudo que é lindo me faz lembrar...
Como eu demorei tanto pra ‘descobrir’ Simone de Beauvoir?
“Não se nasce mulher: torna-se.”
Me tornei.
E não foram os momentos bons que me fizeram despertar pra dentro de mim.
Foram as quedas, e os recomeços.
Confesso que me orgulho de olhar pra trás e ver como encarei determinados momentos.
Eu nunca fui de esperar passar. Eu forço a melhora, eu me forço a sair do chão. Eu me recuso. Eu caminho, eu danço, eu escrevo, eu esqueço. E assim eu cresci.
Porque aos dois anos eu aprendi o que é perder. Acordar e ter que entender na marra que a vida segue e chorar não traz ninguém de volta.
Só eu sei a falta que eu senti. Só eu sei como doeu uma dor eterna.
Só eu sei o buraco que ficou e, apesar de muita gente ter tentado, ninguém conseguiu suprir essa falta.
Algumas pessoas, definitivamente, não são substituíveis.
Todas as outras são. Isso eu também aprendi.
Então eu sigo, sabe? Admitindo que às vezes dói. Mas sempre passa.
E o aprendizado da vez (entre tantos) é que, mesmo de um jeito torto, certas coisas na vida têm prazo curto de validade. E outras, ficam pra sempre. De algum jeito, elas ficam. Seja de corpo ou seja de alma.
[K]
Agridoce
Mania insuportável essa que o ser humano tem de querer descrever tudo; de querer saber falar sobre cada mínimo detalhe, cada gota de sentimento e cada cicatriz que um coração tenha. Mania de querer ouvir palavras - e que sejam as três mais pedidas, se possível. Esquecemos que somos feitos de instantes, e, clichês à parte, palavras não apagam nada do que foi vivido. Pois bem, é aí que você entra. Você e essa sua mania – pior do que a minha – de querer entender, de botar palavra, de tentar explicar.
Longe de qualquer estereótipo, você chegou. E fomos mais do que dois: fomos um nó apertado, bem amarrado. Até que um dia esse nó começou a te sufocar, e, de repente, você já tinha se soltado. Parecia que o sentimento não bastava. Você queria mais, embora também quisesse menos. Nunca te cobrei nada, talvez porque não quisesse ser cobrada, não sei. O que sei é que ainda escuto você aqui dentro. Nosso tempo passou, mas você ainda faz barulho.
Vez ou outra você aparece com essa sua mania de jogar palavras em mim, querendo mexer comigo, querendo que eu diga o que eu sinto. Mas eu não sei dizer, e não tem palavra nenhuma que consiga explicar o que um coração sente. Por que você simplesmente não aceita o que fomos? Uma vez na vida, sem explicação, apenas o sentimento. O nosso sentimento. Aquele, sem conceito algum, a não ser pelo rabisco de duas palavras que tentava definir o que se passava dentro de nós.
O problema é que você conseguiu me contornar tanto e inúmeras vezes, que acha que pode fazer novamente. E aí eu preciso me comportar quando você está por perto. Preciso me controlar, dizer que não e parar com aquela coisa de se deixar levar, porque senão você me contorna mais uma vez e eu vou querer te rasgar, te explorar, te conhecer melhor cada vez mais. Você vai voltar a ser meu livro preferido e eu vou querer inventar capítulos e mais capítulos, todos os dias. E depois vai acontecer a mesma coisa: você vai querer ir embora, eu vou ficar aqui, vou te perder, te achar, te encontrar mais uma vez e lá vem a mesma história de novo de novo de novo de novo de novo... e eu ando tão cansada de repetições.
Num dia desses, me peguei definindo você - ou atitudes suas, sei lá. Vai ver essa coisa de convivência faz a gente pegar um pouco das manias dos outros -, logo depois de conversarmos. Lembrei de tanta coisa nossa. Flores, cartas, anéis, presentes, músicas, guardanapos, confissões e outras lembranças. Lembrei que um dia você me pediu pra definir o seu beijo. Não sei se falei o que realmente acho, mas ele sempre foi apressado, quente, intenso... como se fosse escondido. Um instante com gosto de sempre.
Se você tivesse me perguntado agora, daria sorte. Em epifania, finalmente descobri a palavra exata: agridoce. Você e seu beijo. Indeciso entre o doce e o ácido, você é os dois, simultaneamente. Talvez por escolha, autoproteção ou, simplesmente, por não ter conserto.
Só queria que você soubesse que quando penso em você com o meu coração, algumas perguntas se respondem assim, facilmente. É involuntário, como as batidas taquicárdicas dele.
Será que você sabe?
A gente tinha mania de fazer planos para o futuro e construir nossos sonhos dentro daquele mundo imaginário, onde tudo era claro e perfeito.
Derrepente tudo ficou escuro e nossos sonhos se perderam com a realidade da vida.
A vida toda tive a mania insuportável (pra os outros) de fazer tudo exatamente ao contrário do que me mandam fazer. Quebrei a cara muitas vezes, é verdade, mas na maior parte, tive a oportunidade de olhar pra quem tentava me convencer do contrário e soltar um delicioso não-disse-que-ia-dar-certo. É, eu sou assim porque os caminhos que EU escolhi e que EU tracei, me trouxeram para onde eu estou agora (vou bem, obrigada). E tem sensação mais gostosa do que chegar aonde você queria, por mérito próprio?
Se me pedem pra brecar, escuto: "ACELERA!". Tudo bem, que já saí da estrada em algumas curvas, mas já cheguei muito mais vezes no alto do pódio. Se me falam pra me conter, simplesmente explodo! Por acaso sou epidemia pra ser contida? Se me pedem pra redobrar a atenção, meus olhos se fecham e o vento me leva. E ele já me levou pra lugares que nunca imaginei estar. É assim mesmo, meu bem. O tempo passa rápido demais e pede que sejamos apressados. Meus desejos tem pressa, minhas tentações correm e tenho que acelerar pra alcançá-las. Como diria a diva Clarice: “Sinceramente, eu vivo”. E se a vida está aí pra ser provada, quero todos os seus doces, amargos, azedos e salgados.
Nunca sonhei com uma casinha de cerca branca, uma rotina de fazer docinhos pela manhã, cuidar de filhinhos pela tarde e cuidar do maridinho durante a noite. Eu sonho com o mundo. Sou muito maior do que eu e isso é extremamente notável. Não tente me moldar, não tente me mudar, que isso é a maior ofensa do mundo e uma atitude completamente inútil. Não sou de barro, não sou modelável. Onde eu quero chegar, nem eu sei. Mas de uma coisa tenho certeza: não é o caminho que uma outra pessoa me apontar, nem onde outros passos já pisaram. Quero que os meus passos sejam os primeiros a aparecerem na areia e que sejam marcados em concreto e aço.
E se você me deseja prudência porque o máximo que consegue é existir, me lanço nas mãos da sorte e só pra contrariar vou viver ainda mais. Só pra contrariar, vou ser ainda mais feliz. Só pra contrariar, meu bem. Não é nada com você.
Sabe essa mania insistente que nós meninas temos de dormir com o celular em baixo do travesseiro ? É que uma ligação sua no meio da noite, seria sorrisos que daria pro mês inteiro.
"Eu e minha mania de querer reciprocidade naquilo que estou disposto a dar. Mas isso dá um vazio tão grande... é saber que você vai estar lá, mas não ter certeza que vão estar por você, com você."
Eu tenho mesmo essa mania masoquista e triste de me dar de bandeja pra quem não tá disposto a me segurar e me tornar completamente impossível pra quem faz de tudo por mim. Louca. Mania de ter saudade de quem me faz sentir absurdamente viva e no céu por uns dias contados, meses cravados e depois me mata, pulando pela janela em algum momento de distração, de amor, enquanto, talvez, eu faço planos pra nós. Sem adeus, me joga no inferno. Desequilibrada. E essa repulsa por quem faz questão de me ver, de me ter, de quem se desdobra em mil só pra ser meu. Não quero! Mereço viver nessa agonia, repito pra mim todos os dias, depois de sentir asco por mais um cara maravilhoso que me acha tudo e muito mais do que eu realmente sou. Já sonhei com um príncipe, mas eles não despertam nada em mim, além de sono. Toda errada, apaixonada por cachorros de duas patas e acabando sozinha e cheia de fins. Mereço passar por tudo em dobro, pela falta que cada fugitivo bandido ainda me faz. Eu que, sem querer, escolho cada tormento, enquanto, desesperadamente, imploro por paz.
Ele tinha aquela mania de chegar soprando por lugares que não devia, de arrepiar a pele, de me provocar alguns frescores alucinantes...
Ele tinha lá os seus dias cinzas, confesso, mas ele me atraia de alguma forma, como sombra em dia de sol escaldante...
E era desse jeitinho que ele me conquistava: suave, surpreendente, sereno...
O Outono é assim mesmo: chega abraçando a gente, fungando na nuca, se enroscando na nossa preguiça e levando a gente cedo pra cama!
O Outono é na verdade, um grande e delicioso sedutor!!!!
Seja bem vindo seu gostoso!!!!
Tenho a estranha mania de gostar de quem é autêntico.
Gosto de quem sabe quem eu sou,
de quem não preciso dizer muito
e que mesmo assim me desvenda pelo olhar.
Gosto do que é de verdade,
mesmo que amargo, mesmo que azedo.
Muita doçura mela.
Parece exagero.
Gosto do natural.
Sem frescura, mas com frescor.
Eu abri mão de tantas coisas… Depois me dei conta de que nunca me pertenceram. Eu e minha mania de me apoderar daquilo que não é meu.
Vou fazer um trato comigo mesma. Vou parar de idealizar, vou parar com essa mania chata de esperar sempre mais das pessoas, e vou começar a esperar nada. Vou viver o hoje, e esquecer do amanhã. Vou ser feliz agora, sem medos, sem preocupações. Vou me soltar de tudo o que me prende, e viver mais livre, mais leve, mais solta.
A gente tem uma mania besta de ficar dando satisfações para as pessoas.
De querer fazer tudo perfeitinho.
De não querer errar nunca.
O problema é que esquecemos de ser livres, andar de mãos dadas,
sorrir da gente mesmo, acreditar em nossos sonhos,
e gostar das coisas mais simples, e que fazem da gente, ser diferente e melhor.
O certo é amar, quando pode...
Esquecer quando é preciso...
É aprender que só vale a pena lutar,
por aquilo que vale a pena existir...
Então vamos vivendo a vida, de acordo com
as nossas oportunidade, e sem esquecer nossos sonhos,
nossas raizes, é o mais importante a HUMILDADE, e o RESPEITO,
que cabe em todo e qualquer lugar...
boa a noite a todos
Ousada essa mania que eu tenho de me lembrar de cada minuto que estive ao seu lado e acrescentar coisas que eu gostaria de ter feito, mas não fiz.
Eu tenho a péssima mania de te amar nas horas certas e de te odiar nas horas erradas, mesmo sabendo que não há hora certa para odiar.
Mania boba essa minha de querer escrever o que sinto. De querer escrever cartas de amor como se estivesse no século dezoito. De direcionar meus sentimentos a alguém como se houvesse uma necessidade de entendimento que ainda persiste. É como se o amor por si só fosse escasso de expressão. Que amar apenas não basta. Acredito – tamanha egocêntrica que sou – que a paixão destilada em palavras num papel ainda supera todos os outros gestos provenientes do amor. É como se as palavras trançassem fios de lãs e formassem um cachecol para esquentar um coração ligado ao meu. (escrito e setembro de 2007)
Estamos obcecados com "o melhor".
Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.
Bom não basta.
O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor".
Isso até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.
Novas marcas surgem a todo instante.
Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.
O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.
Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.
Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.
Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.
Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.
Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.
Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"?
Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?
O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?
Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixados ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos.
A casa que é pequena, mas nos acolhe.
O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.
A TV que está velha, mas nunca deu defeito.
O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos".
As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar à chance de estar perto de quem amo...
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.
O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.
Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?
Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?
"Sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos."
“Mamãe tem mania de gritar: “ARRUME ESSA BAGUNÇA AGORA!” E eu quase nunca sei se ela estava falando da minha vida, do meu quarto, ou do meu coração.”