Manhãs
“Nas primeiras sextas-feiras de cada mês as manhãs ficam mais iluminadas. Com respeito e devoção nos reunimos para meditar o mistério e a entrega de Jesus, dedicando o nosso tempo e a nossa fé para honrar a nossa missão, conservar a tradição e demonstrar o nosso amor e gratidão ao Sagrado Coração de Jesus”
Ginaldi Maria de Araújo, Nen Araújo (1920-2015)
Zeladora do Apostolado Sagrado Coração de Jesus
Beata e escritora Markenciana
Quero acordar todas as manhãs
E poder poetizar
Para mais pura, bela e sideral mulher
Que comigo se casar
Estava no sofá
Rindo com o diabo
Ele riu de mim
Porque eu pedia para Deus todas as manhãs para me levantar
E eu ria dele porque ele
Pedia pra Deus para eu não me levantar
Não se consegue
esquecer alguém
que nos deixa madrugadas na pele, manhãs na boca, fogo nas veias e canções no coração.
Esquina
Não existem manhãs frias,
só céu entristecido.
Não há amor valente,
só uma sorte inexplicável.
É jogo apostando a vida.
É fotografia da cicatriz.
Não se pergunta como está,
basta um vulto de anunciante.
Não há forças segurando,
mas um sonho como corda.
É poesia antes de tudo.
É o sol nascendo de novo.
E sei que os passos irão resistir ao se depararem com o vento.
Farão da correria um espanto desejado.
Será um segredo de duas cidades: eu precisava que viesse em minha direção!
Será um segredo de duas cidades.
HAIKAI
Manhãs límpidas
verde vai topando azul
despertar em sons
Amanhecer candango, por minha visão, numa Super Quadra da Asa Sul!
Inverno frio chega de mansinho
manhãs ensolaradas de ventos suaves.
Noites melancólicas, voam em pensamentos
procuram um momento, uma lembrança.
Essência de amor, ausência de dor
alma que se desnuda diante da paixão.
Quatro paredes quentes, doces de ternura
adorno dos teus beijos, mimos e sorrisos.
Adormeço no dias longos, horas lentas
como um rio que transborda de agonia.!!!
quero morrer com todas as manhãs que me pertencem
quero que o mundo escute o meu lamento e festeje toda minha alegria
quero ainda te ver numa tela colorida de cinescope
quero que você que ainda queira que eu queira o que de um que porquê qualquer.
onde que há o que do o quê
quero
por mais que fosse absurdo este o quê
quero que você olhe ao lado e veja o que lhe posso oferecer
quero que você queira este mesmo o quê
o querer que doe um mundo em que este querer seja tão breve. soturno e lúdico como o fim.
Eu sei que me nascerás amanhã
e o amanhã será pai de todas as manhãs
em que te busquei, procurei, desisti e te encontrei.
Sonhos perdidos, esquecidos,
mãos sofridas de amor...
desencantos sombrios das manhãs,
ouve-se o piano sozinho e triste
esperança que não sentes num lenço de seda sem alento..
musica, melodia tocada, suave magia antiga de um dia iluminado..
mulher de cabelos soltos, rosto despido de dor, amor, saudade
beijo perfumado, vinho seco fresco, delírios de sedas e cetim
corpo aninhado, suado embriagado de todo querer....
nos braços do amado....
verte uma lágrima de sal, num mar de ternura e carinho.!!
cansado...
pode ser do silêncio de ruas vazias das manhãs
pode ser dos sussurrares das vassouras batendo ao chão
pode ser deste eu mesmo, incógnito, meândrico, desleixado.
se for, só me resta finar-me
se não o for
me restarão todos os sabores na boca do beijo que nunca foi eternizado.
Cruzei a evidência dele
Por muitas manhãs
Ignorada por todas vezes
Planejei por não cruzar um único dia
Hoje te vejo não me vê
Se me vê não te vejo
Espero esquecer de lembrar
E por fim no fim Se efetuar.
Forever
Poema: "Manhãs de Luz e Verso"
Escrito por: Brendon Siatkovski
O sol se infiltra suave pela casa que respira,
Onde a matéria é viva, e o tempo se dobra em poesia.
Eu desperto entre murmúrios de folhas e memórias,
Onde cada instante é um convite para a descoberta.
Minha luz dança com cores no ar,
Enquanto pequenas estrelas despertam sorrisos cósmicos,
E o café não é só bebida, é rito, é conexão,
É a energia que alimenta sonhos e canções.
Meus dedos percorrem teclados de vento e sentidos,
Tecendo pontes entre rios, entre almas, entre ventos.
Meu trabalho é ser farol e navegar ao mesmo tempo,
Entre versos que libertam e flores que sentem.
O dia é um tecido de encontros e silêncios,
Onde o sagrado e o natural se abraçam sem medo.
Em cada palavra, em cada gesto, ressoa a missão:
Ser poeta, ser guia, ser amor em expansão.
Quando a noite cai, a casa canta segredos antigos,
E nós nos perdemos em conversas que são estrelas,
Porque viver assim, no pulsar do universo,
É saber que cada dia é um milagre e um verso.
És a perfeição
O som lírico que me exala os ouvidos
O primeiro pensamento das minhas manhãs e o alvo dos meus sonhos mais proibidos.
Até o Último Suspiro
Clara passava todas as manhãs pela mesma calçada, mas nunca notava o homem sentado ao lado do portão azul. Ele ficava ali, sempre no mesmo lugar, o chapéu no colo e o olhar no horizonte.
Certo dia, a curiosidade venceu. Ela se aproximou devagar e perguntou:
— O senhor espera alguém?
Ele sorriu sem pressa.
— Espero, sim. Ela prometeu que voltava.
— E há quanto tempo isso foi?
— Trinta e dois anos.
Clara conteve o espanto. Trinta e dois anos era tempo demais até para quem acredita no impossível.
— Por que não desiste? — arriscou perguntar.
Ele ajeitou o chapéu sobre o peito.
— Porque quem ama de verdade não mede o tempo. Eu prometi que estaria aqui quando ela chegasse. Minha palavra não tem data de validade.
Naquele instante, Clara sentiu vergonha por todas as vezes em que desistiu cedo demais. E entendeu que há lealdades que sobrevivem ao relógio, à dúvida e ao esquecimento.
[sem título]
manhãs sem plateia também contam.
há um intervalo entre acordar e obedecer
onde ainda não se é função,
nem imagem,
nem ideia mastigada de beleza.
apenas corpo e respiração.
o que vem depois disso
é o que sustenta.
não o que produziu, entregou, agradou.
mas o que silenciou
o impulso de se esconder
no que já deu certo.
há dias em que o silêncio fede.
há dias em que a sombra
pesa mais que o vestido.
há dias em que nada encaixa.
e ainda assim, não se grita.
não se implode.
não se performa dor.
apenas se insiste.
não por heroísmo.
mas por uma espécie de pacto secreto com o próprio eixo.
o mundo não aplaude
quem não cede ao papel.
mas existe um tipo de vitória
que não sobe em palco:
aquela que acontece
quando o salto aperta
e, em vez de sorrir pra foto,
opta-se por tirar o sapato.
ninguém repara,
mas é ali que mora a liberdade.
no não contar.
no não provar.
no gesto pequeno de sair do personagem
sem pedir desculpa à narrativa.
não é sobre força.
é sobre não fingir mais leveza
onde se carrega concreto.
é sobre sentar-se reta na cadeira
sem torcer o corpo pra parecer menor.
é sobre encarar o espelho
e não ver projeto, nem fracasso,
só estrutura.
quando isso acontece,
quando já não se quer ser preferida, escolhida, notada
quando já não se mede valor pelo reflexo
quando não se escreve mais
pra ser entendida
mas pra não adoecer..
então sim:
há paz.
não como prêmio.
como consequência.
Juliana Umbelino
"De valor singular"
Pedra preciosa és tu
Quem com alegria inaugura
minhas manhãs
Pedra preciosa tu és
Quem não me deixa sentir ao revés.
Vem com a energia
Com a que inicia o dia
Trazendo a raridade infinita
Desde a sua tenra idade
Com exuberante beleza
Exibe a sua maestreza
Que não se deixa perder
A sua dureza é fortaleza
Da mais valiosa pureza
Refletindo um brilho sem igual
E me fazes esquecer que sou
mortal
Não preciso lapidar
Porque teu valor é singular
E nada quero perder
Pra toda sua luz receber
Se pode parecer egoísmo
É na verdade altruísmo
De quem sabe ser recíproco
Este caro amor que não troco
Quem quiser ter o teu que lute
E que esta Plenitude desfrute
Porque o presente que tu ganhas
não se dá
Não se troca ou compartilha
Se tem um valor singular
esta preciosidade que não sei
nomear
Poema publicado no e-book "Fragmentos de Inspiração: versos e poesias"
E se em todas as manhãs estiver na vida satisfeito ou insatisfeito por algo que não consegui, sentirei-me orgulhoso por minhas tentativas.
